A Matrix estende seus tentáculos.
O ataque terrorista
de Paris: uma “versão oficial”
tradução
mberublue
Apenas uma hora
depois dos ataques em Paris e sem resquício de evidência, já se tornou história
gravada em pedra que o perpetrador do ataque foi o Estado Islâmico. É assim que
trabalha a máquina de propaganda.
Quando o ocidente
age assim, normalmente é bem sucedido, porque o mundo se acostumou a seguir a
liderança ocidental. Fiquei estupefato ao ver as agências de notícias russas
ajudando a espalhar essa versão oficial, ainda mais se levarmos em conta que a
própria Rússia já foi vítima “n” vezes de falsas histórias plantadas pela mídia
ocidental.
Será possível que
a mídia russa já se esqueceu do MH17? No mesmo instante que se soube que um
avião de passageiros da Malaysian Airliner foi atingido e derrubado por um
míssil de fabricação russa no leste ucraniano em mãos dos separatistas, a culpa
foi atribuída à Rússia. E ainda é, apesar da falta absoluta de evidências.
Será possível que
a mídia russa esqueceu também da “invasão da Ucrânia pela Rússia”? Essa
história absurda foi aceita em todo o mundo ocidental como se fosse um evangelho.
Será possível que
a mídia russa esqueceu do livro de um editor de jornal alemão o qual escreveu
no livro que cada jornalista europeu era, por consequência, um ativo da CIA?
Qualquer um
poderia pensar que depois dessas experiências a mídia russa deveria ter
aprendido a ter um certo cuidado a respeito de explanações que têm sua origem
no ocidente.
Assim, agora temos
mais uma história sem pé nem cabeça adquirindo ares de verdade pétrea. Nos
Estados Unidos quiseram nos impingir que alguns sauditas armados com estilete
enganaram todo o aparato se segurança dos EUA. Na França, tentam demonstrar que
agentes do Estado Islâmico adquiriram armas impossíveis de serem adquiridas,
enganaram toda a inteligência francesa e organizaram uma série de ataques em
Paris.
Por que será, por
todos os diabos, que o Estado Islâmico fez isso? Impor à França, que tem um
papel ínfimo no Oriente Médio, um tiro pela culatra? Por que não nos Estados
Unidos, em vez disso?
Ou será possível
que a intenção do Estado Islâmico era fazer cessar o fluxo de imigrantes para a
Europa através do fechamento das fronteiras? Será que quer realmente manter
seus inimigos perto de si mesmo, quando pode tranquilamente deixá-los fugir
para a Europa? Por que eles querem ter que matar ou controlar milhões de
pessoas?
Não seremos
ingênuos o bastante para esperar que estas questões sejam colocadas ou
explicadas pela mídia, que já gravou sua versão na pedra.
A ameaça que paira
sobre as instituições políticas na Europa não é o Estado Islâmico. A ameaça
real está no crescimento do sentimento anti União Europeia, nos partidos
frontal e violentamente contra os imigrantes, como o Pegida na Alemanha, o
Independence Party na Inglaterra e a Frente Nacional na França; As últimas
pesquisas realizadas mostram a liderança da Frente Nacional, o que tornará
Marine Le Pen a presidente da França.
A menos que se
fizesse alguma coisa de efetivo sobre as hordas de imigrantes que invadiram a
Europa, os partidos políticos que apoiaram as guerras de Washington que as
geraram enfrentarão a derrota frente aos partidos que são hostis tanto aos
imigrantes quanto à subserviência europeia à Washington.
As normas
europeias sobre refugiados e imigrantes e a subsequente aceitação pela Alemanha
de um milhão de refugiados, juntamente com as críticas severas contra os países
que quiseram cercar suas fronteiras no leste europeu para impedir a chegada dos
refugiados tornou o fechamento das fronteiras uma realização impossível.
Quase magicamente,
com os ataques terroristas na França, o impossível se fez possível, e
imediatamente o presidente francês anunciou que estava fechando a fronteiras da
França. Fronteiras fechadas se espalharão com rapidez. O principal argumento
dos partidos de oposição estará dirimido, a Europa estará segura e os Estados
Unidos continuarão a dominar com mão de ferro a soberania europeia.
Sejam ou não os
ataques de Paris uma operação de falsa bandeira com a intenção de alcançar
exatamente esses objetivos, são eles que resultarão como consequências desse
ataque. Esses resultados interessam e muito para os líderes políticos
instalados atualmente na Europa, bem como para Washington.
É possível que o
Estado Islâmico seja tão simplista que não entendeu isso? Se o Estado Islâmico
é assim tão tosco, como pode enganar tão miserável e facilmente a inteligência
francesa? Será que os serviços de inteligência da França são realmente
inteligentes?
Podem os povos
ocidentais ser tão falhos de inteligência para cair numa história gravada em
pedra dessa forma sem qualquer tipo de evidência? No ocidente, os fatos são
criados para servir apenas aos Estados e governantes. Uma investigação decente
não faz parte do processo. Quando 90% da mídia dos Estados Unidos estão nas
mãos de seis mega corporações, não poderia ser diferente.
A Matrix, no
entanto, consegue se tornar cada vez mais invulnerável, na exata medida do
crescimento do absurdo de suas assertivas.
Paul
Craig Roberts - (nascido em 03 de abril
de 1939) é um economista norte-americano, colunista do Creators
Syndicate. Serviu como secretário-assistente do Tesouro na administração
Reagan e foi destacado como um co-fundador da Reaganomics. Ex-editor
e colunista do Wall Street Journal, Business Week e Scripps
Howard News Service. Testemunhou perante comissões do Congresso em 30 ocasiões
em questões de política econômica. Durante o século XXI, Roberts tem
frequentemente publicado em Counterpunch e no Information
Clearing House, escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações
Bush (e mais tarde Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele
diz ter destruído a proteção das liberdades civis dos americanos da
Constituição dos EUA, tais como habeas corpus e o devido processo
legal. Tem tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos, opondo-se à
guerra contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as políticas e
ações de Israel contra os palestinos. Roberts é um graduado do Instituto de
Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, com
pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Faculdade de
Merton, Oxford University.
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