segunda-feira, 27 de abril de 2015

A cegueira da União Europeia face à estratégia militar dos Estados Unidos


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por Thierry Meyssan
tradução : Alba
Os responsáveis da União Europeia enganam-se completamente acerca dos atentados islamistas na Europa e as migrações para a União de gente fugindo das guerras. Thierry Meyssan mostra aqui que tudo isto não é a consequência acidental dos conflitos no Médio-Oriente alargado e em África, mas sim um objectivo estratégico dos Estados Unidos.

REDE VOLTAIRE  27 DE ABRIL DE 2015 



Os dirigentes da União Europeia encontram-se súbitamente confrontados com situações inesperadas. Por um lado, atentados ou tentativas de atentados perpetrados, ou preparados, por indivíduos que não pertencem a grupos políticos identificados; por outro lado um afluxo de migrantes, via mar Mediterrâneo, dos quais vários milhares morrem às suas portas.
Na ausência de análise estratégica, estes dois acontecimentos são considerados a priori como não tendo relação entre si e são tratados por administrações diferentes. Os primeiros recaem sobre os serviços de Inteligência e da polícia, os segundos sobre os serviços de alfandega e da Defesa. Ora, eles têm no entanto uma origem comum: a instabilidade política no Levante e em África.
A União Europeia privou-se dos meios para compreender
Se as academias militares da União Europeia tivessem feito o seu trabalho de casa, elas teriam estudado nos últimos quinze anos, a doutrina do «big brother» norte-americano. Com efeito, desde há longuíssimos anos, o Pentágono publica todo o tipo de documentos sobre a «teoria do caos» copiada do filósofo Leo Strauss. Há ainda alguns meses, um funcionário que já deveria ter sido aposentado há mais de 25 anos, Andrew Marshall, dispunha de um orçamento de 10 milhões de dólares anuais para realizar pesquisas sobre este assunto [1]. Mas nenhuma academia militar da União estudou seriamente esta doutrina e as suas consequências. Tanto porque é uma forma de guerra bárbara e também porque ela foi concebida por um mestre pensador das elites judias norte-americanas. Ora, está-se a ver, os Estados Unidos-que-nos-salvaram-do-nazismo não podem preconizar tal tipo de atrocidades [2].
Se os políticos da União Europeia tivessem viajado um pouquinho, não apenas no Iraque, na Síria, na Líbia, no Corno de África, na Nigéria e no Mali, mas também na Ucrânia, eles teriam visto com os seus próprios olhos a aplicação desta doutrina estratégica. Mas, eles contentaram-se em vir falar num prédio da Zona Verde em Bagdade, num palanque em Tripoli ou na praça Maidan de Kiev. Eles ignoram aquilo que as populações vivem e, a requisição do seu «Grande Irmão-big brother» fecharam muitas vezes as suas embaixadas de tal modo que se privaram de ter olhos e ouvidos no local. Melhor, eles subscreveram, sempre a requisição do seu «Grande Irmão», embargos, de modo que nenhum homem de negócios pudesse ir, nunca mais, até aos locais testemunhar o que acontecia por lá.
O caos não é um acaso, é o objectivo

Contrariamente ao que disse o presidente François Hollande, a migração de Líbios não é a consequência de uma «falta de acompanhamento» da operação «Protector unificado», mas o resultado pretendido por esta operação na qual o seu país desempenhou um papel de líder. O caos não se instalou porque os «revolucionários líbios» não se puseram de acordo entre si após a «queda» de Muammar el-Kadafi, ele era o objectivo estratégico dos Estados Unidos. E estes conseguiram atingi-lo. Não houve uma «revolução democrática» na Líbia, jamais, mas sim uma secessão da Cirenaica. Jamais houve uma aplicação do mandato da Onu visando «proteger a população», mas o massacre de 160.000 Líbios, três quartos dos quais civis, sob os bombardeamentos da Aliança (dados da Cruz-Vermelha Internacional).
Eu lembro-me, antes de me juntar ao governo da Jamahiriya árabe Líbia, ter sido solicitado para servir de testemunha aquando de uma reunião em Tripoli entre uma delegação dos EUA e representantes líbios. Durante esta longa reunião, o chefe da delegação dos EU explicou aos seus interlocutores que o Pentágono estava pronto a salvá-los de uma morte certa, mas exigia que o Guia lhe fosse entregue. Ele acrescentou que, quando el-Kaddafi estivesse morto, a sociedade tribal não conseguiria aceitar uma nova liderança antes de, pelo menos, uma geração, o país seria então mergulhado num caos que jamais havia experimentado. Eu relatei esta conversação em numerosas ocasiões e não parei, desde o linchamento do Guia, em outubro de 2011, de predizer aquilo que acontece hoje em dia.
A «teoria do caos»Quando, em 2003, a imprensa norte-americana começou a referir a «teoria do caos», a Casa Branca ripostou evocando um «caos construtivo», insinuando que se iriam destruir estruturas de opressão para que a vida pudesse fluir em liberdade. Mas jamais Leo Strauss, nem o Pentágono até então, haviam usado esta imagem. Pelo contrário, segundo eles, o caos seria tal ordem que nada aí se pudesse estruturar, para além da vontade do Criador da Ordem nova, os Estados Unidos [3].

O princípio desta doutrina estratégica pode ser resumido assim : o modo mais simples para pilhar os recursos naturais de um país, durante um longo período, não é de o ocupar, mas o de destruir o Estado. Sem Estado, nada de exército. Sem exército inimigo, não há nenhum risco de derrota. Portanto, o objectivo estratégico dos militares dos E.U. e da aliança que ele dirige, a Otan, é exclusivamente o de destruir os Estados. O que acontece às populações atingidas não diz nada a Washington.
Este projeto é inconcebível para os europeus que, desde a Guerra Civil Inglesa, ficaram convencidos pelo Leviathan(Leviatã-ndT) de Thomas Hobbes, que é talvez preferível renunciar a algumas liberdades, ou até mesmo aceitar um Estado de tirania, do que ficar mergulhado no caos.
A União Europeia nega a sua cumplicidade nos crimes E.U.
As guerras no Afeganistão e no Iraque custaram já a vida a 4 milhões de pessoas [4]. Elas foram apresentadas perante o Conselho de Segurança como respostas necessárias «em legítima defesa», mas sabe-se agora que haviam sido planificadas bem antes do 11-de-Setembro num contexto muito mais amplo de «remodelagem do Médio-Oriente Alargado», e que as razões evocadas para as desencadear não foram senão fabricações propagandísticas.
É costume reconhecer os genocídios cometidos pelo colonialismo europeu, mas poucos são aqueles que actualmente admitem estes 4 milhões de mortos, apesar dos estudos científicos que o atestam. É que os nossos pais eram «maus», mas nós somos «bons» e não podemos ser cúmplices destes horrores.
É comum fazer troça deste pobre povo alemão que manteve até ao fim a sua confiança nos seus dirigentes nazistas e não tomou consciência, senão após a sua derrota, dos crimes cometidos em seu nome. Mas nós agimos exactamente da mesma forma. Conservamos a nossa confiança no nosso «Grande Irmão» e não queremos ver os crimes em que ele nos envolve. Seguramente, os nossos filhos se rirão de nós...
Os erros de interpretação da União Europeia
Descrição: - Nenhum dirigente europeu-ocidental, absolutamente nenhum, ousou publicamente considerar que os refugiados do Iraque, da Síria, da Líbia, do Corno de África, da Nigéria e do Mali estejam fugindo de ditaduras, ao invés do Caos em que nós voluntariamente, mas inconscientemente, mergulhamos os seus países.
Descrição: - Nenhum líder da europeu-ocidental, absolutamente nenhum, ousou publicamente considerar que os atentados «islamitas» que atingem a Europa são a extensão das guerras do «Médio-Oriente Alargado», mas que são comanditados por aqueles que, igualmente, comanditaram o caos nesta região. Nós preferimos continuar a pensar que os «islamitas» querem atacar os judeus e os cristãos, quando a imensa maioria das suas vítimas não são nem judias nem cristãs, mas muçulmanas. Com sobranceria, nós os acusamos de promover a «guerra de civilizações», quando o conceito foi forjado no seio do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos e é estranho à sua cultura [5].
Descrição: - Nenhum dirigente europeu-ocidental, absolutamente nenhum, ousou publicamente considerar que a próxima etapa será a «islamização» das redes de distribuição de drogas como no modelo dos Contras da Nicarágua vendendo as drogas na comunidade negra da Califórnia com a ajuda e sob as ordens da CIA [6]. Nós decidimos ignorar que a família Karzai retirou a distribuição da heroína afegã à máfia Kosovar e a encaminhou para o Daesh(Exército Islâmico- ndT) [7].
Os Estados-Unidos jamais quiseram que a Ucrânia se junte à União
As academias militares da União Europeia não estudaram a «teoria do caos», porque elas a isso foram interditas. Os poucos professores e pesquisadores que se aventuraram neste campo foram severamente sancionados, enquanto a imprensa qualificava de «conspiracionistas» os autores civis que a tal se interessavam.
Os políticos da União Europeia pensavam que os acontecimentos da praça Maidan eram espontâneos e que os manifestantes queriam deixar a órbita autoritária da Rússia e entrar no paraíso da União. Ficaram estupefactos aquando da publicação da conversa da sub-secretária de Estado, Victoria Nuland, evocando o seu controlo secreto dos acontecimentos e afirmando que seu objectivo era o de «f...a União» (sic) [8]. A partir daquele momento, eles não compreenderam mais nada do que se estava a passar.
Se eles tivessem permitido a livre pesquisa em seus países, eles teriam percebido que, ao intervir na Ucrânia e aí ter organizado a «mudança de regime», os Estados Unidos asseguravam-se que a União Europeia permaneceria ao seu serviço. A grande angústia de Washington, após o discurso de Vladimir Putin na Conferência sobre a Segurança em Munique de 2007, é que a Alemanha perceba onde está o seu interesse : não com Washington, mas sim com Moscovo [9]. Ao destruir progressivamente o Estado ucraniano, os Estados Unidos cortam a principal via de comunicação entre a União Europeia e a Rússia. Vós podeis virar e revirar, em todas as direções, a sucessão dos eventos, e não conseguireis achar-lhe um sentido diferente. Washington não deseja que a Ucrânia se junte à União, como o atestam as declarações da Srª. Nuland. O seu único objectivo é transformar este território numa zona de circulação perigosa.
A planificação militar do E.U.
Eis-nos pois face a dois problemas que se desenvolvem muito rapidamente : os atentados «islamistas» apenas começaram. Os migrantes triplicaram no Mediterrâneo em apenas um único ano.
Se a minha análise fôr exacta, nós vamos assistir ao longo da próxima década aos atentados «islamitas» ligados ao Médio-Oriente Alargado e à África copiados como atentados «nazis» relacionadas com a Ucrânia. Descobriremos, então, que a Al-Qaida e os nazis ucranianos estão conectados desde o seu congresso conjunto, em 2007 em Ternopol (Ucrânia). Na realidade, os avós de uns e de outros conheciam-se desde a Segunda Guerra Mundial. Os nazis haviam, então, recrutado muçulmanos soviéticos recrutados para lutar contra Moscovo (foi o programa de Gerhard von Mende no Ostministerium). No fim da guerra, uns e outros foram recuperados pela CIA (o programa de Frank Wisner com a Amcomlib) para realizar operações de sabotagem na URSS.
As migrações no Mediterrâneo, que de momento são apenas uma questão humanitária (200 000 pessoas em 2014), vão continuar a crescer até se tornarem um sério problema económico. As recentes decisões da União de ir afundar os navios dos traficantes na Líbia não servirão para erradicar as migrações, mas para justificar novas operações militares para manter o caos na Líbia (e não para o resolver).
Tudo isso causará grandes problemas à União Europeia, que parece hoje em dia um refúgio de paz. Está fora de questão para Washington destruir este mercado que lhe continua a ser indispensável, mas interessa-lhe certificar-se que ele jamais se colocará em posição de poder competir face a si, e limitar assim o seu desenvolvimento.
Em 1991, o presidente Bush-pai encarregou um discípulo de Leo Strauss, Paul Wolfowitz (então desconhecido do grande público), de elaborar uma estratégia para a era pós-soviética. A «Doutrina Wolfowitz» explicava que a supremacia dos Estados Unidos sobre o resto do mundo exige, para ter êxito, de controlar à rédea curta a União Europeia [10]. Em 2008, aquando da crise financeira nos Estados Unidos, a presidente do Conselho Económico da Casa Branca a historiadora Christina Rohmer, explicou que a única maneira de salvar os bancos era fechar os paraísos fiscais de países terceiros, depois causar perturbações na Europa de modo a que os capitais fugissem para os Estados Unidos. Em última análise, Washington propõe-se hoje em dia a fundir o NAFTA e a União Europeia, o dólar e o euro, e a rebaixar os Estados-Membros da União ao nível do México [11].
Infelizmente para si próprios, nem os Povos da União Europeia, nem os seus dirigentes têm a consciência do que o presidente Barack Obama lhes prepara.


Thierry Meyssan - Intelectual francês, presidente-fundador da Rede Voltaire e da conferência Axis for Peace. As suas análises sobre política externa publicam-se na imprensa árabe, latino-americana e russa. Última obra em francês: L’Effroyable imposture: Tome 2, Manipulations et désinformations (ed. JP Bertrand, 2007). Última obra publicada em Castelhano (espanhol): La gran impostura II. Manipulación y desinformación en los medios de comunicación (Monte Ávila Editores, 2008).
Tradução:    Alva


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domingo, 26 de abril de 2015

No mesmo dia,
dois casos mostram a completa podridão dos Estados Unidos.


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por Ted Rall - 25 de abril/2015 – Information Clearing House

tradução mberublue

Por acaso você ainda pensa que os Estados Unidos são governados por gente decente? Que o sistema não é totalmente corrupto e injusto?

Pois duas histórias acontecidas em 23 de abril deste ano deveriam pelo menos servir para acordar você.

Primeiro caso: o Presidente Obama admitiu que um de seus drones “Predador” matou dois trabalhadores em ajuda humanitária, um deles norte americano e outro, italiano, que foram feitos reféns pela Al Qaeda no Paquistão. De acordo com reportagem do jornal The Guardian a falha na especificidade (sobre os alvos) sugerem que, a despeito da altamente propagada e suposta mudança de política promovida por Obama, que restringiria os assassinatos via drones, entre outras coisas, passando a requerer a certeza antecipada de que os “alvos terroristas” estariam realmente presentes, os Estados Unidos continuam lançando suas operações de ataques assassinos sem o necessário conhecimento sobre quem se procura matar, uma prática que veio a ser conhecida como “ataque assinado” (original “signature strike” no sentido de ser baseado em dados de inteligência (padrões de comportamento obtidos por interceptações, fontes humanas e vigilância aérea analisados pela agências norte americanas, que decidiriam então, se esses padrões de comportamento significariam a "assinatura" de um a pessoa ou grupo de pessoas como terroristas. Uma loucura total) – NT).

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O "Predator"
“Falha de especificidade” não passa de um eufemismo desavergonhado. Conforme reportagem do grupo Retrieve (organização inglesa em defesa de direitos humanos fundada em 1999 pelo advogado Clive Stafford Smith - NT) os Estados Unidos marcaram 41 pessoas para morrer, assinalados como “terroristas” – mas na realidade inimigos dos regimes corruptos do Iêmen e do Paquistão – através de ataques de drones durante o ano de 2014. Graças às tais “falhas de especificidade” um total de 1.150 pessoas foram mortas. O que nem por isso incluiu todos os 41 “marcados”, muitos dos quais escaparam ilesos.

A expressão falsa de Obama fingindo estar pesaroso foi digna de um canastrão. Apertando os lábios em uma expressão sinto/não sinto à maneira de Bill Clinton, o Presidente parecia na realidade estar fingindo tristeza por uma coisa que acontecera em janeiro. Tenha dó, cara... pensa mesmo que vamos acreditar que você passou os últimos três meses todo tristeza e lágrimas – claro, excluindo todos os discursos e aparições públicas onde estava às gargalhadas e fazendo piadas? Exatamente no mesmo dia em que fingiu tristeza, o presidente também riu por causa da comparação do caso com o campeão do Super Bowl, o time do New England Patriots. “Esta história toda já passou um pouco dos limites”, assentiu ele (relacionando o caso dos drones com o escândalo DeflateGate – “escândalo” criado pelo time de futebol americano, ao desinflar bolas de futebol durante o jogo – NT). Muito triste, ele. Mas rindo.

Bem confuso.

Juro que os racistas da extrema direita estão certos em odiar o presidente. Mas eles o odeiam por razões totalmente erradas.

De qualquer maneira, qual o motivo que levou a Casa Branca a demorar tanto tempo para finalmente admitir que matou um de nossos melhores cidadãos? “Levamos semanas para relacionar as mortes relatadas (dos reféns) com os ataques por drones”, relatou o jornal The New York Times citando funcionários da Casa Branca. Mas em suas notas preparadas acintosamente, Obama afirma que “não é possível capturar estes terroristas” – então, os ataques por drones.

A Administração Obama acha que somos assim tão estúpidos?

O fato de que se pode descobrir quem morreu em um ataque de drones (mesmo que apenas bem depois do ataque) indica que há fonte de Inteligência confiável originada das áreas marcadas como alvo, provavelmente proporcionada por aliados locais, talvez polícia ou exército. Ora, se há policiais ou tropas que são confiáveis a ponto de fornecer informações, então, obviamente, é possível solicitar a estes aliados que capturem os alvos individuais.

Resumo da ópera: o governo dos Estados Unidos está bombardeando pessoas a torto e a direito pelo mundo afora, sem a menor ideia de quem está sendo bombardeado. Além do mais, estes assassinatos de cunho político são ilegais. Mentiram, dizendo que tais fatos não mais estavam acontecendo. Agora, tem a ousadia desavergonhada de fingir tristeza pelos próprios feitos, que poderiam ser perfeitamente evitáveis. São repugnantes e brutais, e deveriam ser fechados em uma prisão pelo resto da vida.

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Patreus e a "namorada-biógrafa", Paula Broadwell
Segundo caso: David Petraus, antigo bam-bam-bam da mídia, queridinho das redações, general sob Bush e no início dos anos Obama, recebeu um puxão de orelhas – claro, com liberdade condicional e multa de 100.000 dólares – por passar informações e documentos confidenciais de forma ilegal para pessoas não autorizadas, e depois mentir a respeito do fato, quando inquirido por agentes federais que o questionaram.

Lá vamos nós outra vez: mais provas de que, no sistema jurídico americano, algumas pessoas voam na primeira classe, enquanto o resto de nós se aperta na classe turística, mesmo.

Neste mundo às avessas, gente como Petraus, que deveria já estar preso, porque sua posição superior lhe fez ser incrustado na administração com imenso poder e responsabilidade, caminha livre, enquanto os patetas menos ranqueados como nós, se cometermos o mesmo crime, seremos tratados como se fôssemos Al Capone.

O soldado raso Chelsea Manning, que revelou os documentos oficiais dos crimes de guerra dos Estados Unidos no Iraque, através do WikiLeaks, deu com os costados na prisão por 35 anos. Edward Snowden, administrador de sistemas de 31 anos que trabalhava para uma firma terceirizada que prestava serviços para a NSA e que revelou que o governo dos Estados Unidos está lendo todos os nossos e-mails e ouvindo o que dizemos ao telefone, encara a possibilidade de passar a vida na prisão.

Dois anos de liberdade condicional. Enquanto isso, professores que ajudaram seus alunos a enganar os testes padronizados receberam pena de sete anos na prisão. Para Petraus, que passou a trabalhar para um fundo de investimentos, 100.000 dólares é apenas uma boa gorjeta para o caddy (carregador de tacos para os jogadores de golfe – NT).

Há algo que adiciona loucura ao insulto: o fato de que o motivo pelo qual Petraus colocou em perigo a segurança nacional é venal: ele deu os documentos para a sua namorada, que escreveu sua biografia autorizada.

Manning e Snowden, são heróis que deveriam ser objeto de desfiles honrosos e receber medalhas presidenciais da Liberdade, mas não foram glorificados. Eles apenas queriam informar ao povo norte americano sobre as atrocidades que se cometiam em seu nome, e sobre as violações de seus direitos mais básicos, incluindo-se o direito à privacidade.

Antes de ser apanhado com a boca na botija e enquanto compartilhava informações confidenciais com sua namorada, Petraus teve o descaramento indizível de pontificar hipocritamente sobre um funcionário da CIA que disponibilizou informações sensíveis. Diferentemente de Patreus, porém, o sujeito da CIA recebeu a justiça reservada aos patetas: 30 meses na prisão.

“Fechando o assunto”, Petraus pontificou bombasticamente em 2012: “na realidade, há consequências sérias para aqueles que se acreditam acima das leis que protegem nossos verdadeiros colegas e permite que as agências norte americanas possam trabalhar com o grau adequado de sigilo”.

Bem. Se você é viajante de primeira classe, as consequências são mínimas.


Ted Rall – Frederick Theodore “Ted” Rall é escritor e cartunista para o The Los Angeles Times. Seus cartoons são distribuídos para cerca de 100 jornais norte americanos. Já foi correspondente de guerra e escreve artigos sobre a Ásia Central, sua especialidade.


Tradução mberublue.
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segunda-feira, 20 de abril de 2015


Noam Chomsky: EUA é o maior país terrorista do mundo.
por Euro News

tradução mberublue è Pequeno comentário do tradutor: resolvemos traduzir esta entrevista concedida por Noam Chomsky pela atualidade dos assuntos e por ser Noam Chomsky quem é, apesar de ser a Euro News o que é.

18 de abril de 2015 – Information Clearing House – Euro News – entrevistadora: Isabelle Kumar, entrevistado: Noam Chomsky è (Perguntas em caracteres romanos e respostas em itálico – NT)

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O filósofo Noam Chomsky

Isabelle Kumar: O mundo em 2015 parece ser um lugar muito inseguro, mas se você olhar para o todo, sentir-se-ia otimista ou pessimista sobre a situação atual?

Noam Chomsky: Na cena global estamos caminhando para um precipício e determinados a cair nele, através de radicais reduções da capacidade para uma sobrevivência decente.

IK: Que precipício é esse?

NC: Há dois atualmente, um deles a catástrofe ambiental que é iminente e estamos sem tempo suficiente para lidar com o problema. Quando fazemos alguma coisa, fazemos a coisa errada, e o outro tem a ver com os últimos 70 anos, que seja a ameaça de uma guerra nuclear, que na realidade está crescendo. Se você prestar atenção aos dados, é um milagre que tenhamos sobrevivido até agora.

IK: Primeiro, o problema ambiental. Temos perguntas oriundas de frequentadores de nossa mídia social, que estão enviando seus questionamentos e são montes deles. Recebemos, por exemplo, uma pergunta de Enoa Agoli: quando você olha para o problema ambiental através da lente de um filósofo, o que você pensa sobre a mudança climática?

NC: A espécie humana está aqui há cerca de mais ou menos 100.000 anos e neste instante está face a face com um momento único em sua história. Esta espécie está agora em uma posição em que deve decidir muito rapidamente, em algumas gerações, se o experimento autointitulado “vida inteligente” continuará a existir ou está determinado à autodestruição? Quero dizer aqui que a esmagadora maioria dos cientistas reconhece que grande parte dos combustíveis fósseis deveriam ser deixados no solo, isso se quisermos realmente que nossos netos tenham um futuro decente. Mas a estrutura institucional de nossa sociedade pressiona cada vez mais agudamente para que se extraia cada gota. Os efeitos, as consequências para os seres humanos e os efeitos já preditos sobre a mudança climática estão às nossas portas e são catastróficos. Trata-se da corrida para o precipício que já mencionei.

IK: Já que falamos de guerra nuclear, podemos ver um panorama no qual se alcançou um acordo preliminar com o Irã. Isso lhe dá pelo menos um raio de esperança de que o mundo possa se tornar um lugar mais seguro?

NC: Sou favorável às negociações com o Irã, mas tais negociações estão profundamente equivocadas. Há dois Estados cuja voracidade no Oriente Médio está produzindo agressões, violência, atos terroristas e ações ilegais constantemente. Os dois são Estados nucleares e possuem blindagem contra ataques nucleares. E suas armas nucleares não estão sendo levadas em conta.

IK: A quem exatamente você está se referindo?

NC: Aos Estados Unidos e a Israel. Dois dos maiores estados nucleares no mundo. Entendo que é por essa razão que em pesquisas internacionais, levadas a efeito por agências de pesquisas dos próprios Estados Unidos, este aparece lembrado como a maior ameaça à paz mundial por grande margem. Nenhum outro país chega sequer perto. É interessante notar que a mídia dos Estados Unidos se recusa a publicar estes resultados, o que não os faz desaparecer.

IK: Você não tem muita consideração com o Presidente dos Estados Unidos, Barak Obama. Mas este acordo não faz com que você o veja em termos um pouco melhores? O fato de que ele está tentando reduzir o risco de uma guerra nuclear?

NC: Bem, na verdade ele não está. Ele acaba de dar início a um programa de um trilhão de dólares para modernizar o sistema de armas nucleares dos Estados Unidos, o que significa expandir o sistema de armamento nuclear. Esta é uma das razões pelas quais o relógio do juízo final, criado pelo Boletim dos Cientistas Atômicos foi, apenas duas semanas atrás, colocado dois minutos mais perto da meia noite. A meia noite significa o fim. Assim, estamos agora a apenas três minutos da meia noite, o que é o mais perto nos últimos trinta anos, desde o início dos anos Reagan, quando estivemos assustadoramente perto da guerra nuclear.

IK: Você mencionou Israel e Estados Unidos relacionados ao Irã. Agora, o Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Natenyahu obviamente não quer que o acordo nuclear com o Irã funcione, e ele disse...

NC: Interessante... deveríamos nos perguntar por que.

IK: Por que?

NC: Nós sabemos porque. O Irã gasta muito pouco com equipamentos militares, mesmo pelo padrão da região, muito menos que os Estados Unidos. A estratégia do Irã é defensiva, projetada para segurar um ataque o tempo suficiente para que a diplomacia possa agir, e os Estados Unidos e Israel, dois estados bandidos, não podem tolerar um estado dissuasivo. Nenhum analista estratégico que tenha um cérebro que funcione minimamente pensa que o Irã usará uma arma nuclear. Mesmo que seja capaz disso, o país seria simplesmente vaporizado e não há qualquer indicação de que os clérigos que dirigem o país, não importa o que se pense deles, querem ver tudo o que têm destruído.

IK: Apenas mais uma questão sobre este assunto e veio através da mídia social, de Morten A. Andersen. Ele pergunta: “você acredita que os Estados Unidos jamais assinariam um acordo que traria perigo, em primeiro lugar, para Israel?”

NC: Os Estados Unidos estão a todo instante promovendo ações que são muito perigosas para o Estado de Israel. A saber, o apoio incondicional às políticas israelenses. Pelos últimos 40 anos, a maior ameaça enfrentada por Israel veio de suas próprias políticas. Se você olhar 40 anos atrás, e falo de 1970, Israel era um dos países mais admirados e respeitados em todo o mundo. Havia muitas atitudes favoráveis para com o país. No início dos anos 70s Israel tomou uma decisão. Tinha que fazer uma escolha e preferiu trilhar o caminho da expansão em detrimento da segurança com todas as perigosas consequências que esta decisão provocou. Consequências estas que atualmente são óbvias. Além de mim, outras pessoas escreveram sobre isso. Se você prefere expansão à segurança isso vai levar você em direção à degeneração interna, ódio, oposição, isolamento e por último, a possível destruição. Apoiando essas políticas, os Estados Unidos estão contribuindo para as ameaças que Israel encara hodiernamente.

IK: O que me leva então ao tema do terrorismo. Porque é uma praga global e muita gente, e penso que posso incluir você mesmo, afirmarão que é um tiro pela culatra da política de guerra ao terror dos Estados Unidos ao redor do mundo. Até onde podem ser os Estados Unidos e seus aliados responsabilizados pelo que vimos atualmente em termos de terrorismo pelo mundo afora?

NC: Não se esqueça de que a pior campanha terrorista do mundo é, de longe, aquela levada a efeito por e orquestrada em Washington. É uma campanha global de assassinatos. Nunca antes houve uma campanha terrorista nesta escala.

IK: Quando você fala de campanha de assassinatos...?

NC: As ações com o uso de drones – é exatamente o que isso quer dizer. Sobre grande parte do globo os Estados Unidos estão sistemática, pública e abertamente – não há qualquer segredo no que estou dizendo, nós sabemos disso – está levando a efeito uma campanha regular para assassinar pessoas que o governo dos Estados Unidos suspeita que possa prejudicá-lo algum dia. E isso é, na realidade, como você mencionou, uma campanha que gera mais terror, pois quando você bombardeia uma vila no Iêmem e mata algumas pessoas – as quais talvez sejam as pessoas que você quer, talvez não – e mais algumas pessoas que moram ou que aconteça se encontrarem nas vizinhanças – como você acha que os sobreviventes reagirão? Eles querem vingança.

IK: Você descreve os Estados Unidos como o principal país terrorista. Onde se encaixa então a Europa neste quadro?

NC: Bem, esta é uma questão bem interessante. Assim, por exemplo, já existe um estudo feito recentemente. Penso que foi realizado pela Open Society Foundation... a pior forma de tortura é a “entrega extraordinária”. Entrega extraordinária significa que você prende uma pessoa da qual você tem uma suspeita qualquer, e a envia para o seu ditador favorito, talvez Assad ou Kadaffi ou Mubarak para ser torturada, esperando que surja disso alguma coisa. Isto define a maravilhosa entrega extraordinária. Obviamente, os ditadores do Oriente Médio participam, e estas pessoas foram enviadas para lá para serem torturadas. Também a Europa participa. A maioria da Europa participa. Inglaterra, Suécia e outros países. De fato, só existe uma região no mundo onde nenhum país participou: a América Latina. Esse fato é dramático. Não participou apenas porque hoje a América Latina está livre dos laços que a prendiam ao controle dos Estados Unidos. Quando a América Latina era dominada pelos EUA, há não muito tempo atrás, ela foi um dos centros mundiais de tortura. Agora, não participam da pior forma de tortura que existe, que é a entrega extraordinária. A Europa participa. Quando os mestres rugem, os servos obedecem.

IK: Então a Europa é serva dos Estados Unidos?

NC: Não tenha dúvidas. São muito covardes para ter qualquer posição de independência.

IK: Onde se enquadra Vladimir Putin nesta paisagem? Ele é pintado como se fosse uma enorme ameaça à segurança. Ele é?

NC: Como muitos líderes, ele é uma ameaça para a população de seu próprio país. Praticou ações ilegais, obviamente. Mas descrevê-lo como sendo um monstro enlouquecido, dizer que ele tem problemas mentais e que sofre de Alzheimer, que é uma criatura vil e maldosa, trata-se de fanatismo Orwelliano do tipo padrão. Quero dizer, o que quer que você pense sobre suas políticas, elas são compreensíveis. A ideia de que a Ucrânia pode se juntar a uma aliança militar ocidental seria inaceitável para qualquer líder russo. Isso remete para 1990, quando do colapso da União Soviética. Havia uma questão muito importante sobre o que aconteceria com a OTAN. Gorbachev concordou em permitir que a Alemanha fosse reunificada e se juntasse à OTAN. Foi uma concessão e tanto, mas havia uma contrapartida: que a OTAN nunca mais se expandiria sequer uma polegada para o leste. Esta foi exatamente a frase usada naquela ocasião.

IK: Então a Rússia tem sido provocada?

NC: Bem, o que aconteceu? A OTAN instantaneamente incorporou a Alemanha Oriental e então Clinton tratou de expandir a OTAN diretamente até as fronteiras da Rússia. Agora, o governo ucraniano, estabelecido depois de um golpe que derrubou o governo precedente, fez o parlamento votar a adesão à OTAN, com uma aprovação de 300 a 8 ou coisa semelhante.

IK: Mas você pode entender porque eles gostariam de se unir à OTAN, você pode ver por que o governo de Petro Poroshenko muito provavelmente vê a união com a OTAN como a proteção de seu país?

NC: Não, não, não, não. Não se trata de proteção. É certo que a Crimeia foi tomada apenas depois do golpe que derrubou o governo anterior. E a união com a OTAN não protege a Ucrânia e sim a ameaça com uma guerra em grande escala. Neste momento, não se trata de proteção. O ponto é: o que temos é uma ameaça estratégica muito séria contra a Rússia, contra a qual qualquer líder russo tem que reagir. É muito fácil de entender.

IK: Porém quando olhamos a situação da Europa, existe outro fenômeno interessante tomando lugar. Vemos a Grécia movendo-se em direção ao leste, potencialmente, assim como vemos o partido PODEMOS que ganha poder na Espanha. E há a Hungria. Você vê que existe um potencial para a Europa iniciar por si mesma um alinhamento maior com os interesses russos?

NC: Dê uma olhada no que está acontecendo. A Hungria não se encaixa, é uma situação inteiramente diferente. O partido Syriza assumiu o poder levado por uma onda popular que afirmava que a Grécia não mais deveria sujeitar-se às políticas de Bruxelas e aos bancos da Alemanha que estavam destruindo o país. O efeito das políticas de Bruxelas e dos bancos era na verdade fazer crescer imensuravelmente o débito grego em relação à sua capacidade de produzir riqueza; provavelmente metade dos jovens gregos está desempregada e provavelmente 40% da população vive abaixo da linha da pobreza. A Grécia está em ruínas.

IK: Então seu débito deve ser anulado?

NC: Sim, da mesma forma que foi feito em relação à Alemanha. Em 1953, quando a Europa perdoou a maioria dos débitos germânicos. Apenas por isso foi a Alemanha capaz de reconstruir o país devastado pela guerra.

IK: Mas então, e quanto aos demais países da Europa...?

NC: A mesma coisa.

IK: Posso concluir então que Portugal deve ter seu débito anulado, assim como a Espanha?

NC: Quem contraiu esse débito? A quem se deve tais quantias? Em grande parte, as dívidas foram contraídas por ditadores. Como na Grécia, onde uma ditadura apoiada pelos Estados Unidos contraiu grande parte do débito grego. Penso que essa dívida é ainda mais brutal que a ditadura, e não deve ser paga, pois se trata daquilo que em direito internacional é chamado de “dívida odiosa”, introduzida na legislação internacional principalmente pelos Estados Unidos, quando isso era de seu interesse. Muito do restante dos débitos, chamados de contribuições para a Grécia não passaram de contribuições para os bancos franceses e alemães, que decidiram emprestar dinheiro com baixo interesse e risco extremo e agora se veem face ao risco de não serem pagos de volta.

IK: Agora, eu gostaria de fazer a seguinte questão, enviada por Gil Gribaudo que pergunta: Como pode a Europa se transformar contra os desafios existenciais que enfrenta atualmente? Porque, sim, temos uma crise econômica e também o crescimento do nacionalismo e você também descreveu algumas falhas culturais que foram criadas através da Europa. Como você vê a Europa a transformar-se em algo melhor?

NC: Os problemas enfrentados pela Europa são sérios. Alguns destes problemas são causados pelas políticas impostas pelos burocratas em Bruxelas, a Comissão Europeia, etc., enfrentando a pressão da OTAN e dos grandes bancos a maioria dos quais da Alemanha. Apenas do ponto de vista de seus elaboradores estas políticas fazem algum sentido. Por um lado, eles querem ser pagos pelos empréstimos de risco, e investimentos arriscados que fizeram e por outro lado, estas políticas estão destruindo sistema de bem estar social dos Estados, do qual aliás, eles nunca gostaram. Mas o sistema de bem estar social é uma das maiores contribuições europeias para a sociedade moderna, mesmo que os ricos e poderosos nunca tenham gostado dele e o fato de que estas políticas o estão erodindo é bom, pelo menos do seu ponto de vista. Há ainda outro problema na Europa. O continente é extremamente racista. Eu sempre considerei que, de fato, a Europa é ainda mais racista que os Estados Unidos. Tal situação não era tão notada na Europa porque as populações europeias no passado sempre tenderam a ser muito homogêneas. Assim, se todos tem cabelos louros e olhos azuis, então você não verá racistas, mas assim que a população começa a mudar, o racismo põe o focinho fora da toca. Muito rapidamente. Este é um dos sérios problemas culturais na Europa.

IK: Eu gostaria de terminar, porque o tempo se tornou curto, com uma questão de Robert Light em um tom mais positivo. Ele pergunta: O que lhe dá esperanças?

NC O que me dá esperanças são algumas das coisas das quais falei. Da América Latina, por exemplo. Há uma significância histórica no que acontece ali. Estamos prestes a ver isso se confirmar na Cúpula das Américas (a entrevista aconteceu antes da reunião de chefes de Estado – NT) que acontecerá no Panamá. Em encontros hemisféricos recentes, os Estados Unidos ficaram completamente isolados. É uma mudança radical em relação a 10 ou 20 anos atrás, quando os Estados Unidos impunham (os assuntos latino americanos). De fato, a razão pela qual Obama fez gestos de amizade em direção a Cuba, foi uma tentativa de romper o isolamento dos Estados Unidos nas Américas. Ocorre que quem estava isolado não era Cuba. Eram os Estados Unidos. Talvez a tentativa venha a falhar. Vamos ver. Os sinais de otimismo na Europa são os partidos Syriza e PODEMOS. Esperemos que haja, finalmente, uma revolta popular contra as políticas de destruição econômica e esmagamento de direitos sociais que resultam da burocracia e dos bancos, e isto é muito esperançoso. Tem que ser.

IK: Noam Chomsky, muito obrigado por ter estado conosco.

Fonte: Euro News.

Noam Chomsky - é um linguista, filósofo e ativista político norte-americano, professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts . Seu nome está associado à criação da gramática gerativa transformacional. Fonte: wikipedia.
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