sexta-feira, 30 de janeiro de 2015



Por Eric Zuesse
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


Dia 27/1/2015, o ministro de Defesa da Ucrânia divulgou que “militantes continuam a sofrer perdas” e noticiou que quatro helicópteros e outras armas dos “militantes” teriam sido destruídos em combate, mas não ofereceu qualquer prova de que dizia.

Apenas dois dias antes, o jornal Kiev Post (que também milita a favor de Kiev) publicara notícia diferente:

Ucrânia está escondendo pesadas perdas, enquanto avançam os combatentes apoiados pela Rússia  e que o segredo mais mal guardado da Ucrânia: o exército ucraniano está divulgando números artificialmente reduzidos de baixas.

 Depois de detalhar o que parece ser acintosa desatenção pelo governo de Kiev, pelo bem-estar dos soldados que envia aos combates (inclusive ao instalar soldados feridos em hospitais civis comuns, não preparados para tratar vários tipos de seus ferimentos), a matéria fecha com um médico que diz:

Tudo está mal em todas as frentes. Sim os soldados ainda permanecem em suas posições dispostos a lutar. Mas não chega até eles nenhum tipo de apoio ou ajuda.

A agência ucraniana de notícias RIAN noticiou com destaque, dia 26/1/2015:

Mobilização em Dnipropetrovsk [governada pelo amigo da Casa Branca e bilionário ucraniano-suíço-israelense Ihor Kolomoysky, cujo exército pessoal de mercenário tinha, só ele, mais de 5 mil homens armados], fracassa, com milhares de homens fugindo do alistamento. Funcionários encarregados de alistar novos soldados reconhecem que será muito difícil levar adiante sua tarefa.

Mais de 2.000 pessoas já alistadas não se apresentaram para o serviço: simplesmente evaporaram.

Consequentemente, o governo está “caçando”, “emboscando” (como diz o jornal), virtualmente todos que buscam qualquer ajuda do governo, “mobilizando desempregados” e outros “desesperados”. “Oficiais militares encarregados do alistamento reclamam” que alguns alistados estão tão doentes que não têm absolutamente nenhuma condição de combater.

Também dia 26/1/2015, o blog Fort Russ publicou que:

Comandante de Azov se descontrola e declara a guerra “perdida”. Culpa todo mundo e diz que políticos e generais ucranianos já perderam a guerra e que o ocidente não ajudou.

Eis o cerne da declaração do comandante do Batalhão de Azov [batalhão de “punição”, quer dizer, criado para castigar os residentes que se opõem ao governo na região], e atualmente também Deputado ao Parlamento, Andrey Biletsky, em seu “Discurso à Nação”.


Segundo Biletsky, depois da ficção de “milhares de inimigos falsamente mortos e tanques falsamente queimados, o despertar pode ser muito doloroso”, por causa da decepção provocada pelas incontáveis mentiras do governo de Kiev. [1]

A agência RIAN noticiou em manchete, dia 27/1/2015, “Situação no front e manifestações contra o alistamento obrigatório” [orig. “The Situation at the Front and Riots Against the Mobilization”] e Andrew Vajra, do site de notícias “Alternative”, citou Biletsky: “Não estávamos preparados para o confronto atual”.

Ao mesmo tempo, os soldados ucranianos não dão sinal de disposição para arriscar a própria vida para fazer valer o atual governo ucraniano [“governo de Kiev”, como diz o presidente Putin, mais corretamente] (posto lá pelo golpe de Estado orquestrado por Obama em fevereiro de 2014), e impô-lo contra a população da região do Donbass, 90% da qual votou pelo fim do governo do homem de Obama. Os moradores da região que ainda permanecem ali não têm nenhum interesse em permitir que o governo “de Obama” os mate até o último homem ou mulher. Implica dizer que a motivação entre os habitantes do Donbass que o governo de Kiev-Obama está tentando matar é muito mais forte do que a motivação de soldados regulares, do que resta do exército ucraniano, para matá-los.

Os únicos homens armados realmente ansiosos para matar ucranianos são ucranianos nazistas apoiadores de dois partidos nazistas (ou fascistas-racistas): o Partido “Liberdade” (que foi rebatizado pela CIA, que entendeu que o nome anterior “Partido Nacional-socialista”, como o partido de Hitler, não era adequado para os novos tempos) e o Partido “Setor Direita” (Pravy Sektor).
 

Esses partidos obtiveram parcela mínima de votos na Ucrânia – o que não impediu a gangue de Obama de implantá-los no poder. Uma vez instalados no poder, fizeram aprovar leis para mantê-los para sempre no governo.

Mas o problema do governo da Ucrânia é que não há por lá nazistas em número suficiente para defender o governo; e, também, que não há dinheiro suficiente para alugar número suficiente de matadores para matar ucranianos em quantidades suficientes que possibilite que o regime Obama-Ucraniano consiga (I) fazer a limpeza étnica das terras do Donbass e (II) manter-se naquelas terras como governo.

Os 90% dos eleitores que votaram a favor do homem que Obama derrubou do governo (Viktor Yanukovych) são muito mais numerosos e mais motivados – e estão presentes em maioria equivalente também entre os soldados ucranianos.

Os oligarcas dos EUA e da Ucrânia não estão conseguindo garantir dinheiro suficiente para terminar o serviço, mas o grande “financista” de Obama, George Soros, anda em vilegiatura pelo planeta tentando convencer contribuintes em todo o ocidente a garantir o dinheiro que falta – falando em coisa entre 20 e 50 bilhões de dólares. Seus pedidos, até o momento, parecem estar caindo em ouvidos moucos.

E essa é a real razão pela qual está fracassando a guerra de Obama na Ucrânia: ninguém dá mostras de interesse em manter ativada suficiente sanha assassina, nem a Ucrânia nem o “ocidente”.

Não há nazistas em número suficiente em lugar algum. Obama deu passo muito maior que suas capacidades e competências quando, em fevereiro de 2014, derrubou o presidente eleito Viktor Yanukovych.


Agora, das duas, uma; e Obama já está, cada dia mais, obrigado a escolher: ou desiste do governo anti-Rússia que impôs aos ucranianos, ou desiste, de vez, de controlar o território do Donbass.

Nos dois casos, o resultado cobrirá de embaraços a “potência indispensável” e o próprio presidente Obama. Será talvez menos embaraçoso para Obama do que foi o fim da Guerra do Iraque, para Bush. (Claro, os republicanos poderiam viver momentos de glória proclamando que “Obama perdeu a Ucrânia”, embora tudo tenha começado quando Obama tomou ilegalmente a Ucrânia — mas Republicanos jamais criticam presidente por invadir ilegalmente outros países: é precisamente os que Republicanos esperam de Republicanos).  

Por outro lado, pode acabar sendo ainda mais embaraços que isso, para Obama, caso ele insista em ficar onde está e acabe envolvendo os EUA numa guerra nuclear contra a Rússia.

Quanto ao próprio governo ucraniano, foram postos no poder por Obama, em golpe de estado; em seguida esse mesmo governo ucraniano pôs-se a promover ações de limpeza “eleitoral”, separando os residentes no Donbass, de seus representantes eleitos; por isso, os atuais membros do Parlamento e da administração ucraniana não podem culpar nem Obama nem o próprio governo ucraniano. À falta de alguém para culpar, estão culpando... Vladimir Putin e a Rússia – país que Obama (como George Soros e muitos outros aristocratas norte-americanos) odeia(m). E país odiado também pelo pessoal que Obama presenteou com o governo na Ucrânia.

Por tudo isso, na 4ª-feira, 28/1/2015, a agência noticiosa RIAN distribuída o Texto Integral da Petição para que a Rússia seja Reconhecida como País Agressor, e noticiava:

O Parlamento Ucraniano tornou público o texto integral da Resolução n. 1.854, pela qual o país apela à ONU, ao Parlamento Europeu, à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, à Assembleia Parlamentar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), à Assembleia Parlamentar da Organização de Segurança de Cooperação da Europa (OSCE), à Assembleia Parlamentar de Geórgia, Ucrânia, Azerbaijão, Moldávia (GUAM), e aos parlamentos nacionais dos países do mundo, para que reconheçam a Federação Russa como estado agressor.

Além do mais, o jornal German Economic News noticiou que a iniciativa do Parlamento fora aprovada pro “271 dos 289 deputados presentes”, e que pode gerar “consequências legais internacionais”. A matéria do GEN também dizia que líderes ucranianos dizem que “precisam obter urgentemente” novos empréstimos da União Europeia porque, se não houver dinheiro “novo”, os empréstimos existentes deixarão de ser pagos.


Os comentários na página de comentários de leitores no website de GEN parecem tender muito mais a ver o governo da Ucrânia como governo nazista, do que como “vítima” da Rússia ou de qualquer outro país, muito menos como vítima dos contribuintes europeus, os quais já deram muito ao governo ucraniano e serão precisamente os menos a sofrer o “calote” da dívidas da Ucrânia, caso a Ucrânia vá à bancarrota, como muitos esperam que aconteça em breve. Em outras palavras: parece haver bem pouco apoio na Alemanha, à ideia de pôr ainda mais dinheiro na Ucrânia.

Se os líderes da União Europeia decidirem atender aos pedidos desesperados do governo da Ucrânia, a União Europeia passará a contar com ainda menos apoio na Alemanha, do que conta hoje. Portanto, o mais provável é que a União Europeia rejeite o pedido de Kiev/Soros/Obama/nazistas [feito em nome de uma “Ucrânia” que já nem existe (NTs)], o que faz aumentar cada dia mais a ameaça que já pesa sobre a própria existência da União Europeia.

Além do quê, obviamente, a menos que a Kiev consiga os tais novos “empréstimos ocidentais” para manter sua guerra contra os habitantes do Donbass, jamais conseguirá vencer a tal guerra. É a maldição que pesa sobre o governo de Kiev.

Nota dos Tradutores
[1] Todas essas mentiras foram e são diariamente reproduzidas pela imprensa-empresa brasileira, aplicadas estações repetidoras das mentiras distribuídas pelas agências norte-americanas e europeias de notícias propaganda (por exemplo: em O Globo e na Folha de S.Paulo). Não por acaso, o Portal de Angola já noticiava desde dezembro/2014 as pesadas baixas do “governo de Kiev” [como diz o presidente Putin]. 
Postado por Roberto Pires Silveira.
Obrigado a Redecastorphoto e ao Coletivo de Tradutores da Vila Vudu


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A democracia ocidental morreu?


por Paul Craig Roberts


tradução: mberublue



Descobriremos a resposta para a pergunta colocada no título quando soubermos o resultado da contenda entre o novo governo grego, formado pelo partido político Syriza e o Banco Central Europeu que se alinha aos interesses da União Europeia e dos Estados Unidos contra a Grécia.

Os espartanos, cujas capas vermelhas e proezas na guerra enchiam de medo os invasores da terra grega e de seus oponentes de outras cidades-estados, não existem mais. Mesmo a própria Atenas não passa de uma ruína histórica. Os gregos que, quando confrontados, foram capazes, apesar de contar com apenas 300 espartanos aos quais se somaram alguns milhares de coríntios, tebanos e outros guerreiros, deter um exército persa de cem mil homens nas Termópilas, e que no final derrotaram a frota persa na Batalha de Salamina e o exército persa na Batalha de Plateia só existem nos livros de História.

Os gregos históricos se tornaram um povo legendário. Nem mesmo os romanos conseguiram conquistar a Pérsia, mas um punhado de gregos conseguiu deter a tentativa persa de conquistar a Grécia.

Mas, apesar de sua história gloriosa, os gregos não conseguiram deter um punhado de bancos da Alemanha e da Holanda que invadiram a Grécia. Caso ainda existisse aquela Grécia gloriosa e destemida da historia, os bancos privados da União Europeia estariam tremendo de medo, pois o povo grego está sendo explorado impiedosamente por estes bancos e pela União Europeia, que representam atualmente para a Grécia uma ameaça muito maior do que a Pérsia jamais representou.

A Grécia, espoliada de sua independência pela adesão à União Europeia e pela aceitação do Euro como moeda única, perdeu sua soberania. Não pode financiar a si mesma, pois perdeu o controle sobre o próprio dinheiro. A Grécia tem que contar com bancos privados de outros países. No século 21 os bancos privados europeus não podem contemplar a possibilidade de perder dinheiro simplesmente porque são incompetentes e concederam empréstimos sobre empréstimos aos países membros da União Europeia. Por incrível que pareça, a falha evidente desse procedimento não é creditada aos bancos e sim aos governos mutuários e sua população.

Há relatos esclarecendo que os banqueiros norte americanos da empresa Goldman Sachs, também chamada ocasionalmente de “Gold Sacks” (“ouro em sacas” – NT) escondeu o real volume do débito grego, para que os bancos estendessem ainda mais os empréstimos para a Grécia, colocando dessa maneira o país e o povo grego prontos para serem saqueados.

Os banqueiros trapaceiros podem sempre argumentar, mais uma vez desonestamente, que o povo grego se aproveitou dos recursos obtidos através dos empréstimos e, portanto, agora têm que pagar esses em préstimos através do corte das pensões de seus idosos, do desemprego, da redução dos salários e através da venda dos bens nacionais gregos.

Esta é a verdadeira face da austeridade imposta ao povo grego pela União Européia e dos credores da Grécia.

A Grécia se encontra em estado de prostração. Os gregos atualmente estão na realidade cometendo suicídio, por que não podem prover a si mesmos, nas atuais condições de baixa em que vivem e que foram criadas para eles pela União Europeia e pelos bancos privados, sem nenhuma outra razão a não ser a negativa dos bancos, que não devem amortizar (write down – condição econômica em que acontece a depreciação monetária de determinado ativo, porque ele se encontraria supervalorizado em relação ao seu real valor de mercado – NT) os empréstimos.

Então, um dos resultados da “democracia” grega é o suicídio. Com suficiente democracia, poderemos controlar a população mundial e deter a destruição do capital natural. Tudo o que temos que fazer é permitir que os banqueiros saqueiem à vontade o mundo inteiro.

O que o Syriza pode fazer?

Na realidade muito pouco, sem os espartanos.

As intenções do partido e de seus líderes são honestas e merecem o nosso respeito. O Syriza é um partido popular e é exatamente isso o que o marca para a destruição. Jamais se permitirá que a voz do povo afete as políticas do mundo ocidental. As pessoas que eles governam não poderiam ser menos importantes para os poderosos grupos de interesses dos ricos que dominam o mundo ocidental.

Mal o Syriza havia se instalado no gabinete quando a Bloomberg, uma agência de notícias de negócios comunicou ao novo Primeiro Ministro grego, Alexis Tsipras, que o Syriza tinha que dançar conforme a música dos credores 


Tsipras declarou que o novo governo grego não pretende impor um “choque catastrófico” aos seus credores, mas apenas conseguir melhorar as condições irracionais impostas à Grécia, na intenção de poder dar satisfações aos bancos privados que são seus credores e ao mesmo tempo evitar a instabilidade social, política e econômica da Grécia.

Em oposição a estas declarações bem razoáveis, a Bloomberg relatou que o novo gabinete grego teria comunistas que são favoráveis a uma maior aproximação com a Rússia. Na clara intenção de lembrar ao novo gabinete dos dominados gregos quem é o dono do chicote que desce sobre suas costas e sobre o mercado financeiro grego, as ações e títulos gregos sofreram um ataque do qual resultou uma baixa violenta.

O aviso de Wall Street e da União Europeia foi claro: você será destruído se nos desafiar.

A punição do novo governo grego foi imediata. Segundo a Bloomberg: “as ações e títulos gregos tiveram queda por três dias consecutivos, depois que os novos ministros afirmarem que devem cessar com a venda de alguns bens do Estado Grego e aumentar o salário mínimo. Os rendimentos de títulos com vencimento em três anos subiu de 2,99 para 16,69 por cento. O referencial Índice Geral de Atenas decresceu 9,2 por cento, atingindo o menor nível desde o ano de 2012, levado para baixo por um colapso no valor dos bancos”.

Alexis Tsipras
Entenderá Tsipras que as instituições financeiras gregas continuarão a ser punidas enquanto estiverem por trás de seu governo? A Bloomberg colocou tudo em pratos limpos: “a Alemanha advertiu a nação mediterrânea contra o abandono de acordos de ajuda previamente assinados, depois de analistas afirmarem que a Grécia parecia estar em rota de colisão com seus pares europeus, o que fatalmente levaria a um futuro abandono da zona do euro”.

As declarações dos ministros recém nomeados “sugerem que em futuro breve deverão acontecer confrontação e negociações tensas”, escreveu em nota a seus clientes Vangelis Karanikas, presidente da Títulos Euroxx, baseada em Atenas.

O que é a “rota de colisão” (aqui, parece ter havido um erro de digitação no original, pois anteriormente o autor grafara “collision course” [rota de colisão] e neste parágrafo “collusion course” [curso de colusão, conluio] adotamos a primeira versão por fazer mais sentido com o texto - NT) do Syriza? O novo governo quer apenas tornar menos onerosos os acordos feitos pelos governos anteriores que venderam o povo grego. O novo governo quer apenas parar de doar os bens gregos a preço vil para os clientes de seus credores e aumentar o salário mínimo para que o povo grego possa ter pão e água o bastante para sobreviver.

No entanto, para os bancos privados que são credores da Grécia, para a Alemanha de Merkel que está por trás dos bancos, para Washington que pouco se importa com  o que quer que venha a acontecer com os gregos, para as elites gregas que se veem como “parte da Europa”, o Syriza é apenas um obstáculo a ser removido.

Assim, os títulos e ações gregos são atacados, ameaças que podem influenciar e causar medo em parte da população grega saturada de propaganda no sentido de que ou a Grécia faz parte da União Europeia ou será ignorada pela história são lançadas diuturnamente.

Uma conclusão a ser tirada disso tudo é que o povo grego parece muito com o povo americano em sua despreocupação. O partido Syriza obteve apenas 37% dos votos. São mais votos que os obtidos por qualquer outro partido grego, mas não o suficiente para demonstrar para a União Europeia e para os Estados Unidos que o povo grego está ombro a ombro com seu governo.

Em vez disso, mostra que o novo partido teve que formar um governo em coligando-se com outro partido, o qual poderia cair fora do governo a qualquer tempo em troca, talvez, de um pouco de dinheiro. Mostra também que o partido Syriza pode ser demonizado no ocidente e apresentado ao povo grego como uma ameaça para a Grécia.
O novo partido está ciente de sua fraqueza. O novo Primeiro Ministro afirma não querer confronto, mas que também não pode continuar com a leniência exibida por governos anteriores. É necessário que se alcance uma acomodação razoável de parte a parte.

Acontece que é pouco provável que haja uma acomodação razoável, pelo simples motivo de que tal acomodação não faz parte dos desejos de Washington, da União Europeia e dos credores da Grécia.

Qual o propósito da criação da “crise financeira da Grécia”? É deixar estabelecido para todos os países membros que não mais existe soberania entre eles e que os bancos que emprestam dinheiro para os tais estados não soberanos não são responsáveis por quaisquer perdas relativamente a esses empréstimos. A responsabilidade é da população dos países endividados. Para garantir que os bancos não tenham perdas, a população é obrigada a aceitar a diminuição de seus padrões e abdicar de sua qualidade de vida.

Assim é a “Nova Democracia”. Nada mais que o ressurgimento da ordem feudal. Alguns aristocratas absurdamente ricos e todo o resto da população como servos obrigados a sustentar a nova ordem vigente. A pilhagem que teve início na Grécia continua agora na Ucrânia. Quem será a próxima vítima?

Terá o partido Syriza condições para levantar o povo grego contra seus saqueadores, levando-se em consideração de que obteve apenas 37% dos votos?

Conseguirá a Grécia obter forças para escapar de uma situação semelhante à Idade das Trevas na Europa, quando as populações foram longa e barbaramente espoliadas por piratas saqueadores? Talvez, se a Grécia se realinhar com a Rússia e ao grupo de países BRICS em busca de amparo financeiro.


 Paul Craig Roberts (nascido em 03 de abril de 1939) é um economista norte-americano, colunista do Creators Syndicate. Serviu como secretário-assistente do Tesouro na administração Reagan e foi destacado como um co-fundador da ReaganomicsEx-editor e colunista do Wall Street JournalBusiness Week e Scripps Howard News ServiceTestemunhou perante comissões do Congresso em 30 ocasiões em questões de política econômica. Durante o século XXI, Roberts tem frequentemente publicado em Counterpunch e no Information Clearing House, escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações Bush (e mais tarde Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele diz ter destruído a proteção das liberdades civis dos americanos da Constituição dos EUA, tais como habeas corpus e o devido processo legal. Tem tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos, opondo-se à guerra contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as políticas e ações de Israel contra os palestinos. Roberts é um graduado do Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, com pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton, Oxford University.


Tradução: mberublue


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