Tradução do Coletivo de
Tradutores da Vila Vudu
"Não duvidem: os senhores estão lidando com gente dura e cruel, mas não são pessoas 'primitivas' ou 'atrasadas'. São exata e precisamente tão espertos quanto os senhores. Na relação com eles, ninguém jamais saberá quem manipula quem. Perfeita prova disso está nos dados recentes sobre destino final do armamento doado àquela oposição suposta "moderada"
Epígrafe
acrescentada pelos tradutores.
Por mais de um ano,
os EUA brincaram de bate-palminha com
um exército de homicidas maníacos, que se auto-denominaISIS/ISIL/Daesh/Estado
Islâmico. Na 2a-feira, o presidente da Rússia Vladimir Putin anunciou que
cansou das dancinhas de Washington com bandidos e planejava aplicar dose da boa
justiça russa às milícias terroristas que mataram 225 mil sírios e reduziram o
país a farrapos. Em fala que não poderia ser mais clara, Putin
disse à Assembleia Geral da ONU: "Já ninguém pode continuar a tolerar
o atual estado de coisas no mundo". Menos de 48 horas adiante, os
bombardeiros russos faziam chover bombas de precisão sobre os grupos
terroristas, por todo o oeste da Síria, forçando os vermes terroristas a
rastejar para suas tocas.
O ataque relâmpago de
Putin foi total surpresa para todo o “establishment” político
ocidental, que ficou embasbacado. Até agora, já no terceiro dia da campanha,
nem o governo nem 'especialistas' nos muitos think-tanks de extrema
direita em Washington sequer atinaram com uma (qualquer!) abordagem, muito
menos têm alguma estratégica, para os desenvolvimentos em campo. O que é claro
é que a ação de Putin surpreendeu todos, inclusive a imprensa-empresa, a qual,
até hoje, ainda não conseguiu fixar nem a própria pauta (qualquer pauta).
Aí está feito
extraordinário. Pergunte a seus botões, caro leitor: Como é possível que os
seus próprios líderes militares e políticos aí fiquem, paralisados, assistindo,
enquanto Moscou instala tropas, força aérea e equipamento militar pesado bem no
centro de um teatro onde os EUA executam grandes operações, mas absolutamente
não têm qualquer plano sobre como lidar com aquelas forças, no caso de
receberem ordens de combate?
Se você, leitor,
estiver convencido, como eu, de que os EUA somos governados por imbecis
cabeça-oca, você certamente verá sua avaliação confirmada aí, nesses eventos
recentes.
Mas enquanto o
governo Obama procura freneticamente alguma estratégia, os esquadrões aéreos
russos estão fazendo chover fogo santo sobre os sociopatas degoladores e outros
tipos variados de víboras que se reúnem no chamado Estado Islâmico.
O presidente Putin
está obtendo muita ajuda, especialmente das forças do Corpo de Guardas da
República Islâmica do Irã e da valente milícia, o Hezbollah, "Exército de
Deus", que já derrotou o exército de Israel em dois confrontos diferentes.
Vejam o que diz a Agência Reuters:
guerreiros do Hezbollah |
“Centenas de tropas
iranianas chegaram à Síria nos últimos dez dias e se unirão imediatamente às
forças do estado sírio e a seus aliados libaneses, o Hezbollah, em grande
ofensiva em solo, com apoio da força aérea russa, como duas fontes libanesas
informaram à agência Reuters (...).
“Os ataques aéreos
[russos] devem, em breve, ser acompanhados por avanços, em solo, do exército
sírio e seus aliados" – informou uma das fontes, atualizado sobre
desenvolvimentos militares e políticos do conflito (...).
“A vanguarda
das forças da infantaria iraniana já começa a desembarcar na Síria: soldados e
oficiais, cuja específica missão é esse avanço por terra. Não são
'conselheiros' ou 'instrutores': são centenas de soldados armados e equipados.
São os primeiros. "Depois virão mais soldados" – acrescentou a
segunda fonte. E também haverá soldados iraquianos, que participarão da
operação, disse a fonte.” (“Assad allies, including Iranians, prepare ground attack in
Syria: sources“, Reuters)
Estamos falando de
uma aliança militar entre Moscou, Teerã e o Hezbollah?
Exatamente,
precisamente isso. E você pode agradecer a Barack Obama e àquele seu plano
lunático para 'mudança de regime', por esse desenvolvimento.
Críticos da ação de
Putin disseram que "Ele não sabe o que está fazendo", "Vai
acabar atolado lá" ou "Será outro Vietnã".
Errado. A verdade é
que Putin é seguidor da Doutrina
Powell, mais empenhado que qualquer daqueles imbecis no Pentágono. Putin
nunca perde de vista a regra n. 5, que manda perguntar sempre: "Há saída
plausível, para evitar engajamento sem fim?"
Será que Putin pensou
sobre isso tudo, ou apenas se meteu lá, enlouquecidamente, impulsivamente, como
até aqui parece que só os governantes dos EUA são capazes de se meter em
qualquer lugar? Eis o que Putin disse dia 30/9:
“Claro que não temos
qualquer intenção de nos deixar envolver profundamente nesse conflito.
Atuaremos estritamente como determinado, em cada missão. Primeiro, apoiaremos o
exército sírio só no combate legal contra grupos terroristas. Segundo, nosso
apoio se limitará a ataques aéreos e não envolverá operações em solo. Terceiro,
nosso apoio tem cronograma limitado e só continuará enquanto o exército sírio
mantiver a sua ofensiva antiterroristas.”
BINGO. Em outras
palavras, Putin vai bombardear aqueles parasitas até só restar deles as pegadas
na areia; em seguida, entram lá as brigadas do Corpo de Guardas da República
Islâmica do Irã e do Hezbollah para a faxina final. Não haverá coturnos russos
em solo. A força aérea russa receberá, de agentes sírios que trabalham no campo
de combate, inteligência correta e útil sobre a localização do ISIS/ISIL/Daesh/Estado
Islâmico – e só a precisão das informações pode minimizar as baixas entre civis
e os danos a peças da infraestrutura criticamente indispensáveis. Mas quem
estiver no alvo, depois de definido por critérios corretos, será transformado
em carne moída.
Alguém acredita
seriamente que ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico e aquela matilha dos mais
variados degoladores "moderados" que a CIA paga conseguirão
resistir contra esse massacre iminente?
Não. Não resistirão.
Putin vai passar por aquela gente como um tornado num parque de estacionamento
de trailers. Ah, sim, o ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico teve algum sucesso
contra os depauperados exércitos iraquiano e sírio. Agora o jogo é com
equipe da Série A; essa não é liga que os terroristas conheçam ou estejam
habituados a enfrentar. E varrer do mundo esses degoladores exigirá menos tempo
do que muitos supõem.
A aviação russa já
está destruindo depósitos de munição, de combustível, de equipamento militar
pesado, postos de comando, tudo que constitui e/ou amplia a capacidade do ISIS/ISIL/Daesh/Estado
Islâmico para manter-se em guerra. A nova coalizão antiterror vai cortar as
linhas de suprimento e os terroristas ficarão à míngua. E toda a operação
estará concluída, antes até de os EUA acabarem de amarrar os coturnos. Eis o
que noticia a Press TV iraniana:
“Alto membro do
Parlamento russo diz que a campanha aérea em curso comandada por Moscou contra
militantes que operam na Síria vai-se intensificar. Alexei Pushkov, presidente
da Comissão de Assuntos Internacionais do Parlamento Russo, disse na 6ª-feira
que Moscou intensificará seus ataques contra militantes na Síria, enquanto
avalia os riscos associados a operação extensiva.
“Sempre há algum
risco de se acabar envolvido, mas em Moscou estamos conversando sobre operação
de 3-4 meses” – disse Alexei Pushkov, segundo a Reuters.
A Rússia
começou na 4ª-feira os seus ataques coordenados contra posições de militantes
na Síria. O movimento veio imediatamente depois de a Câmara Alta do Parlamento
russo, o Conselho da Federação, ter autorizado as operações na Síria” (Press TV).
Não vai ser de faz de
conta. Putin atacará diretamente a jugular e se retirará.
Alguém acha que já entenderam alguma coisa disso tudo, na Casa Branca? Alguém acha que eles lá já compreenderam que tropas iranianas e do Hezbollah não farão diferença entre degoladores "moderados" e degoladores "extremistas"? Será o clássico "mate todos, e Deus recolherá os Dele"[1]?.
Alguém acha que já entenderam alguma coisa disso tudo, na Casa Branca? Alguém acha que eles lá já compreenderam que tropas iranianas e do Hezbollah não farão diferença entre degoladores "moderados" e degoladores "extremistas"? Será o clássico "mate todos, e Deus recolherá os Dele"[1]?.
Alguém acha que
alguém na Casa Branca já se deu conta de que a política de Washington para o
Oriente Médio entrou em colapso e que planos de financiar terroristas e sonhos
de 'mudar regimes' acabaram, felizmente?
Alguém acha que eles
já perceberam que o papel de Washington, como avalista da segurança global,
acaba de ser transferido para Moscou, onde Vladimir Putin pôs-se ele próprio em
risco, e o seu país, para defender princípios fundamentais da lei internacional,
da soberania nacional e da autodeterminação dos povos? Aqui, novamente, Putin:
“Estamos apoiando o
governo da Síria na luta contra uma agressão terrorista. Estamos oferecendo e
continuaremos a oferecer-lhe a necessária assistência técnico-militar. Temos de
continuar o diálogo em nome de alcançar consenso. Mas é impossível alcançar sucesso
real, enquanto persistir o banho de sangue, e a população não se sentir segura.
Nada conseguiremos até termos derrotado o terrorismo na Síria.”
Putin está liderando
uma coalizão que luta contra o terror. Devemos todos ser gratos a ele.
*MIKE WHITNEY
é um escritor e jornalista norte-americano que dirige sua
própria empresa de paisagismo em Snohomish (área de Seattle), WA, EUA. Trabalha
regulamente como articulista freelance nos últimos 7 anos. Em
2006 recebeu o premio Project Censored por um reportagem
investigativa sobre a Operation FALCON, um massiva, silenciosa e
criminosa operação articulada pela administração Bush (filho) que visava
concentrar mais poder na presidência dos EUA. Escreve regularmente em
Counterpunch e vários outros sites. É co-autor do livro Hopeless: Barack
Obama and the Politics of Illusion (AK Press) o qual também está
disponível em Kindle edition. Recebe e-mails por: fergiewhitney@msn.com.
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