terça-feira, 6 de outubro de 2015

É perfeitamente explicável a incompetência vergonhosa dos “aliados” dos EUA na Síria
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 [Não se trata de incidente isolado o recente fracasso dos norteamericanos em treinar e equipar forças anti Assad na Síria. Trata-se na realidade de apenas um sintoma de um problema sistêmico. Este artigo, publicado recentemente na imprensa russa, explica os porquês]


ClubOrlov, Yevgeny Krutikov, Vzglyad

Tradução mberublue

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As armas dos "rebeldes moderados" dso EUA acabam aqui
O escândalo que reverbera em volta da “30ª Divisão”, que foi preparada por treinadores norteamericanos para a guerra contra Assad e que imediatamente após cruzar a fronteira com a Turquia, renderam-se de armas e bagagens (literalmente) às forças islâmicas da al-Nusra, está agora repercutindo por todo o planeta. Haverá muito mais destes escândalos. Eles são predeterminados pela metodologia dos treinadores americanos dos “aliados” – na Síria, na Georgia e na Ucrânia.


Recapitulemos: como resultado disso tudo, a Frente de Guerra da al-Nusra (uma filial da al-Qaeda), recebeu armas, equipamentos e algumas picapes oriundas dos Estados Unidos. O comandante da “30ª Divisão” assegurou aos representantes da Frente que ele tapeou o exército norteamericano para que pudesse obter armamento. Os problemas que originaram estes acontecimentos podem ser divididos em três categorias.


Problemas psicológicos e de inteligência.

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O líder do Estado Islâmico é um legítimo agente da CIA
A romântica imagem de que um determinado agente da CIA é quem decide quem é escolhido como sendo ou não um aliado no Oriente Médio está sendo indevidamente exagerada por Hollywood. Na maioria absoluta dos casos os agentes vão na onda de qualquer um que mostre resquícios mesmo dos mais superficiais sinais de uma suposta lealdade. Mas se alguns deles não são capazes de demonstrar os sinais requisitados, os agentes preferem então “comprar” essa lealdade, mesmo sem levar em conta que tais “parceiros” tenham sido considerados não confiáveis desde sempre. Esses são, aproximadamente, os princípios com os quais se trabalhou até agora em relação à coalizão anti Assad.

Acrescente-se a isso a postura dos agentes da CIA, a qual é rigorosamente controlada. Qualquer mínima eventualidade está normalmente coberta por instruções escritas, das quais se requer aos agentes que as saibam de cor. A liberdade de ação de um agente é muito limitada e são forçados a cumprir as normas escritas por todo o tempo, em vez de reagir às situações conforme elas aconteçam. O mesmo problema atormenta muitos serviços de inteligência, mas os norteamericanos ainda têm contra si, de forma acumulada, os estereótipos de uma base ideológica muito forte, e em menor escala, de uma base étnica. Falando de forma geral, qualquer “cabeça de toalha” (em inglês towelhead – forma depreciativa com a qual os norteamericanos designam muçulmanos de qualquer origem – NT) que seja hábil o bastante para pronunciar em inglês a palavra “democracia”, tem uma chance de receber financiamento e armas. Ocorre que ninguém tem qualquer controle sobre o que fará o tal “cabeça de toalha” depois de receber essas armas. A propósito, os serviços soviéticos de inteligência da era Brezhnev tinham o mesmo problema, apostando em qualquer chefe tribal que soubesse como se pronunciam palavras como “Marx” e “Lênin”.

Tudo isso é relevante e está diretamente ligado ao caso mencionado acima. A “30ª Divisão” e o próprio Abd al-Tunisi demonstraram sua lealdade, conseguiram conquistar a confiança dos norteamericanos, receberam armas e em seguida desapareceram com armas e tudo. A percepção do mundo de uma forma estereotipada e esquemática é uma distintiva e surpreendente qualidade da CIA. Claro, basta considerar que “nosso principal adversário foi derrotado”, além de ver a si mesmo como “vencedor” (lembram-se da “missão cumprida” de Bush no Iraque, ou do “nós viemos, nós vimos, ele morreu” de Hillary? – NT) desde que seja especificamente no sentido ideológico e não no sentido físico da palavra. A coalizão reunida para derrotar Assad e que começou lutando unida em uma combinação de ameaças e vontade ilusória, acabou por desmoronar e essa derrota foi causada, especificamente pelos erros e instruções desencontradas emitidas pela CIA. Só é possível coletar e processar serviços de inteligência de forma correta, com a ajuda de especialistas que estejam livres de ideias preconcebidas na sua percepção de mundo, mas Langley está no vermelho nesse departamento. O sistema do plano de carreira que foi criado na CIA já tem a tendência de deixar de lado pessoas com um modo de pensar não estandardizado, porém o esforço de recrutamento maciço entre antigos “Marines” acabou de enterrar definitivamente a capacidade analítica dos agentes.

Para culminar, o escândalo em volta da “30ª Divisão” nem de longe se espera que seja o único; outros escândalos virão. A era de ouro da inteligência norteamericana hoje se encontra enterrada nas colinas de Hollywood.


Problemas físicos

 
O treinamento norteamericano oferecido aos soldados de seus questionáveis aliados é geralmente uma fonte de orgulho daqueles que são por eles treinados. Por exemplo, Peter Poroshenko e seu governo na Ucrânia, entram literalmente em êxtase ao falar sobre os instrutores britânicos e norteamericanos que estão treinando o pessoal do exército ucraniano na base de Yarov, em um programa intensivo. Dado que não estão, no entanto, provendo os ucranianos de armas relevantes, parece que esse treinamento é a única forma de apoio militar que a Ucrânia conseguirá de seus apoiadores ocidentais.

Na preparação dos Ucranianos (e antes deles, dos georgianos, os croatas, os albaneses e agora, na Síria, os tais “rebeldes anti Assad”, como os da malfadada “30ª Divisão”), os norteamericanos confiam no sistema chamado “observe e repita”. Na realidade, trata-se de alguma coisa parecida com treinamento militar: correr através de obstáculos, curso básico de manuseio de armamento, treino físico. Os instrutores também ensinam os rudimentos do uso de rádio e equipamentos de encriptação de dados, coisas que os ucranianos simplesmente não possuem. Ensinam ainda como transportar vítimas, a minimizar perdas – algo em que os ucranianos que viram ação real na Ucrânia Oriental poderiam ensinar uma coisa ou duas aos norteamericanos. Eles ensinam como abrir portas com uma marreta, mas que tipo de marreta você espera que um soldado carregue por centenas de quilômetros ao longo do front, no meio do sertão ou da pradaria? Eles ensinam como checar, usando um gancho especial em uma corda, se o arame farpado não está cheio de armadilhas letais, mas nem todos conseguem apreender de forma significativa tais lições. Resumindo, o tal “programa de ensino” na base de Yarov é composto de 63 exercícios, divididos em três cursos de dois meses cada. Resultado final: muita besteira pornográfica em altos brados e alguns casos de insubordinação.

Tudo o que foi descrito não é treinamento militar. Pode ser no máximo, treinamento policial, e mesmo assim em um nível muito elementar. Os treinadores do exército norteamericano consideram seus estudantes como representante do Terceiro Mundo, aos quais é necessário explicar que as balas saem do final do cano das metralhadoras. Por exemplo, os instrutores ficam muito chateados ao verem que os soldados ucranianos voltam do Leste trazendo suas metralhadoras destravadas. Acham que isso é falta de profissionalismo por parte dos saldados ucranianos. Acontece que muitos deles só conseguiram sobreviver por causa dessa “falta de profissionalismo” [porque estavam aptos a abrir fogo sem que qualquer clique pudesse alertar o inimigo].

Essa coisa toda pode soar como uma farsa, mas reflete a essência dos treinamentos usados no exército norteamericano e que é transferido para seus aliados. A ênfase reside nas habilidades físicas, supressão de qualquer resquício de iniciativa pessoal, aprofundamento em técnicas específicas e, claro, “trabalho de equipe”. Como resultado lógico, quando um lutador se encontra em uma situação não usual, ele fica confuso e não pode aplicar as habilidades nas quais foi treinado para enfrentar problemas específicos. Afinal, ele foi “polido” para reagir apenas a situações que são consistentes, homogêneas e artificialmente construídas.

Nada disso funciona, nem na Ucrânia nem na Síria. Em verdade, os instrutores norteamericanos não fazem a menor ideia do que seja uma guerra frontal, como agir em combate, como se proteger dos disparos de um sistema múltiplo de lançamento de foguetes. Eles sequer sabem como estabelecer posições defensivas. A experiência no Iraque, da qual o Pentágono é tão orgulhoso, os treinou para fazer patrulhas, para acompanhar comboios e estabelecer guarnições no meio do deserto. Três décadas de abusos aleatórios diretamente contra oponentes muito mais fracos fez com que o exército norteamericano se acostumasse a confiar na superioridade tecnológica, perdendo em larga escala as habilidades para um combate à queima roupa. Como consequência, em Yarov, o exército e a guarda nacional ucranianos se recusam a obedecer a seus instrutores, aos quais veem como rematados novatos.
O Pentágono não percebeu que as coisas mudaram. Não mais se pode explodir adversários indefesos e desmoralizados, único método de guerra adotado por Washington até agora. Esse momento passou. Agora, está muito difícil avaliar a real capacidade de grande parte do exército norteamericano ou dos Fuzileiros Navais, caso se encontrem em guerra de verdade contra um inimigo que seja pelo menos aproximadamente semelhante a eles em capacidade técnica. Acontece que os aliados dos Estados Unidos lutam guerra exatamente assim, contra inimigos tão capazes quanto eles. Têm pouco ou nenhum poder aéreo, mísseis de cruzeiro ou porta aviões. Nos desertos da Síria e nos imensos campos da Novorussia não há a necessidade de abrir portas com uma marreta no curso de uma tediosa tarefa de limpar um centro populacional qualquer do qual toda a população já se escafedeu ou está escondida. Lá, nas guerras reais, você tem que avançar quilômetros na linha de frente, em campo aberto, sob uma chuva de foguetes e artilharia.

A principal questão é que a preparação dos “aliados” e “companheiros de aventuras” tornou-se uma espécie de pornochanchada sem graça. Alguns, como no caso dos elementos anti Assad na Síria, consideram esses “treinamentos” como um mal necessário, mandado por Alá como uma espécie de teste. Outros, como os ucranianos, ficam resmungando pelos cantos em voz perfeitamente audível. Claro que lutadores já experimentados não terão suas habilidades arruinadas pelos “treinamentos”. Mas os Fuzileiros Navais Ucranianos, constituídos por reservistas e mandados para Yarov para receber treinamento (e que, baseado nesse fato supostamente distintivo, considerados como “unidades de elite” que serão, portanto, enviadas para as piores partes do front) terão imensas dificuldades em seus primeiros contatos com os insurgentes.

Massas de aliados “adaptadas” dessa forma, no Iraque e Afeganistão (a exemplo, dos próprios ucranianos e georgianos) agiram da mesma forma, conseguindo os mesmos resultados medíocres. Denominam-se essa unidades como “elite” por causa de sua suposta experiência, mas eles acabaram por ser impróprios para a guerra moderna sem (e isso é muito importante) suporte técnico dos norteamericanos, como uso de drones, artilharia e aviação. Por outro lado, sua capacidade de mostrar iniciativa e agir com criatividade frente às mais variadas situações, mostrou-se atrofiada, assim o potencial de seus comandantes para pensar de forma independente, mesmo no nível de uma simples companhia.


Problemas táticos


Toda a preparação tática é conduzida com base na experiência iraquiana, que por alguma razão insondável é considerada como o “Estado da Arte” taticamente falando. A experiência do exército Americano no Iraque resumiu-se a técnicas de patrulhamento de território com uma mínima troca de fogo com o inimigo, que aliás, era muito inferior em armamentos. Ninguém treinou para o combate direto contra inimigo pelo menos semelhante em nível ou número às tropas norteamericanas; nesta era de ciberataques, sistemas de coordenação por satélites e armamentos de precisão, isso é considerado como totalmente ultrapassado. O exército norteamericano tende a ser refratário à ideia de um combate real com o inimigo, à queima roupa, e quando por um erro de cálculo da artilharia esse tipo de combate acontece, eles tentam evitar a luta e chamam apoio aéreo ou sustentam, na inevitabilidade do embate, um número desproporcional de baixas. Baseados na experiência das últimas três décadas sem necessidade de envolvimento em combates à queima roupa. Considerando que não há motivos para desenvolver planos de batalha para tal eventualidade essa situação tornou-se um problema exatamente para os norteamericanos – se isso não for padronizado em todos os exércitos patrocinados pelos EUA, em todos os países que abdicaram da própria segurança para colocá-la em mãos do exército dos EUA. A diferença é especialmente óbvia nos exércitos das antigas repúblicas soviéticas, entre as unidades treinadas pelos Estados Unidos e aquelas qua ainda permanecem comandadas pelos oficiais que receberam treinamento soviético.
O exército da Geórgia em particular nos dá uma plethora de oportunidades para esse tipo de análise:
Resultado de imagem para A guerra na Ossétia do Sul em 2008Vamos examinar aqui um episódio característico que demonstra bem o valor da preparação tática “no estilo iraquiano” do exército norteamericano ao treinar outras forças. O fato ocorreu durante a Guerra na Ossétia do Sul em 2008 (especialmente importante notar no ocorrido a baixa qualidade das decisões tomadas pelos comandantes). A partir das 23h00 de 07 de Agosto, o 43º Batalhão da IV Brigada do exército da Geórgia, localizado no oeste de Tskhinval, começou a se mover com a intenção de proceder à “limpeza” das localidades na margem direita do Rio Prone. Depois de marchar toda a noite, o batalhão foi dividido em companhias separadas, e por volta de 11h00/12h00 em 08 de Agosto em um local a cerca de dois quilômetros do centro regional de Znaur, uma delas caiu em uma emboscada. A Força Defensiva da Ossétia do Sul abriu fogo contra o grupo georgiano, matando no ato cinco deles. Depois disso (obedecendo a uma ordem do Comandante do Batalhão) todas as companhias se concentraram juntas naquele lugar, “para destruir uma posição chave do inimigo”.

Mesmo antes de começar o ataque, o comandante do batalhão solicitou e obteve apoio de artilharia, reforçado ainda por três tanques. O agrupamento do exército da Geórgia começou então a martelar a posição dos irregulares da Ossétia do Sul, depois do que, por volta das 16h00 a infantaria invadiu e tomou todos os espaços, mas não viram sequer um singular inimigo. Claro, não havendo inimigos, não houve baixas. Lá pelas 18hoo o batalhão, em todo o seu potencial, chegou até a ponte que levava a Znaur, mas não passou dali porque não tinha mais o apoio da artilharia. O batalhão estava muito cansado e precisava descansar. O comandante então decidiu retornar à tal “posição chave do inimigo” e acampar durante a noite. Fez exatamente isso, depois de colocar o batalhão a caminhar por florestas e montanhas, descobrindo não se sabe como “uma grande posição defensiva do inimigo” (que mais tarde se descobriu que consistia em não mais de dez irregulares da Ossétia do Sul, que depois de fazer a emboscada deram silenciosamente às de Vila Diogo, retirando-se sorrateiramente), que já havia sido atacada por artilharia por uma hora e meia, marchando em seguida até perto do seu objetivo (Znaur), mas então decidiu voltar de onde tinham saído porque estavam cansados.
Não custa ressaltar mais uma vez que  esta era uma unidade que foi preparada especialmente para lutar no Iraque. Não entendem sequer o que significa marchar com rapidez, apontar locais para bombardeio, manobras para organização e efetivação de avanços sem parada, dia e noite. Eles agiram conforme o que aprenderam nas táticas de patrulhamento do Iraque, sem pressa. Mas isso é totalmente inadequado para batalhas francas e abertas como a que enfrentavam.
Esta foi a forma com que se conduziram no ataque. Mas a forma pela qual se defenderam foi ainda pior. Seguindo ordens confusas, o 43º batalhão perdeu tempo bombardeando uma posição irrelevante e gastou energia deslocando-se de aldeia para aldeia. Por volta do meio dia de 08 de Agosto, eles não tinham a menor ideia do que poderia estar acontecendo em Tskhinvali ou Gori. Encontravam-se sob a influência de uma espécie de euforia tresloucada que fez com que confundissem os aviões que os sobrevoavam com a aviação da Geórgia. Eles simplesmente não esperavam nenhuma outra aviação que não a própria! Mas logo começaram a chegar para os soldados  do 43º Batalhão notícias de mortes acontecidas em outras partes da IV Brigada, que começou a entrar em pânico. Às 19h00 de 08 de Agosto o 43º batalhão estava a ponto de amotinar-se quando lhes foi ordenado pela brigada “iraquiana”  que se retirassem para Znaur, deixando para trás alguns reservistas completamente desorientados, com ordens de cobrir a retirada

Então o 43º Batalhão recebeu ordens de estabelecer posições defensivas perto da localidade de Pkhvenisi. Mas ninguém sabia como fazer isso. Apenas alguns deles se apresentaram como voluntários para cavar trincheiras; o restante estabeleceu bivaques em valas de irrigação, a despeito do fato de que material para a construção de posições defensivas havia sido entregue no local. A noite toda a “Brigada Iraquiana” ficou descansando nas proximidades de um pomar de maçãs, sem prestar atenção às colunas de faróis dos veículos russos que desciam em sua direção, vindos de Tskhinval. Por volta das 23h00 de 10 de Agosto um helicóptero russo que voava pelas imediações, surpreendeu-se ao descobrir as “posições defensivas” da “Brigada Iraquiana” e imediatamente destruiu o último tanque que restava para a brigada, assim como uma pickup armada com uma metralhadora de grosso calibre, que tinham ficado a descoberto da camuflagem, em campo aberto. Ninguém teve a coragem de responder ao fogo; em vez disso, começaram a entrar em pânico. Nem mesmo dois lançadores de foguetes anti aéreos “Strela” funcionaram, porque ninguém tinha prestado atenção ao seu estado de conservação e funcionamento. No dia 11 de Agosto, ao amanhecer,  o comando georgiano emitiu ordens para que se fortalecesse a posição defensiva, que aliás, nem mais existia, perto de Pkhvenisi, porém em cada companhia, não havia, em média, mais que três dezenas de homens capazes de cumprir a ordem. O Quartel General da II Brigada, que estava parada perto de Tskhinvali decidiu cumprir a ordem, mesmo tendo a “Brigada Iraquiana” abandonado suas posições já há algum tempo. O resultado foi que ao se aproximar de Shindisi, confundiram tanques russos com os seus próprios (já que não podiam imaginar que aquelas unidades, tão prestigiadas por terem recebido treinamento dos norteamericanos tivessem simplesmente fugido em pânico) e foi completamente destruída.

Se levarmos em consideração os resultados da ação militar levada a efeito em Agosto de 2008, a companhia reconhecidamente mais capaz foi na realidade a II Brigada, que estava estacionada no oeste da Geórgia, longe de qualquer tipo de ação e que não recebeu qualquer treinamento dos norteamericanos.

Conclui-se assim que o escândalo que envolve a “30ª Divisão” na Síria não é episódio isolado, mas apenas a ponta do iceberg. Com todos os dados que se recolheram até agora, já se pode declarar com tranquilidade que o problema é sistêmico e não pode ser explicado apenas pelos erros psicológicos feitos pela CIA, embora sejam comuns. Mais cedo que tarde, veremos e aprenderemos com muitos detalhes interessantes sobre a qualidade da formação oferecida forçadamente pelos norteamericanos a seus aliados. 

Com certeza, alguém terá que responder por tudo isso.



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