A Rússia mostra as cartas na
Síria e no Iraque... e ganha
Moon of Alabama
Tradução mberublue
He
he... A Rússia está se exibindo mesmo ;-) _____ (assista ao vídeo porque vale a pena – NT)
Quatro navios de guerra da Marinha
Russa dispararam um total de 26 mísseis contra posições do grupo terrorista
Estado Islâmico na Síria, anunciou o Ministro da Defesa russo Sergey Shoigu. Os
mísseis foram disparados a partir do Mar Cáspio.
“Quatro navios lançadores de mísseis lançaram
26 mísseis de cruzeiro contra 11 alvos. De acordo com dados de controle do
objetivo, todos os alvos foram destruídos. Não houve danos a quaisquer alvos
civis”, disse Shoigu
Os
mísseis voaram cerca de 1.500 km antes de atingir seus alvos, provando sua
eficiência.
Os
mísseis de cruzeiro russos Klub (3M-14AE KalibrN) cruzaram espaço aéreo
iraniano e Iraquiano, muito provavelmente com a aquiescência dos dois países.
Aqui está um vídeo dos lançamentos e fotos (não disponíveis - NT) do que sobrou após uma noite em que a
província de Raqqa dançou ao som da música dos foguetes russos.
Os
lançamentos tem várias intenções:
- Destruir alguns ativos do Estado Islâmico na Síria
- Demonstrar que a Rússia, enquanto fornece apoio aéreo intenso (22 bombas em menos de cinco minutos) ao exército Sírio em seus ataques em curso em Hama, está totalmente comprometido ao objetivo maior de destruir o Estado Islâmico.
- Mostrar que a Rússia pode e quer se envolver seriamente na luta, mesmo sem estar no campo de batalha. (A mesma coisa foi demonstrada pela oferta feita aos EUA para que os Bombardeiros TU-22M(3) ou mesmo os TU-160 se juntassem à luta contra o EI).
- Desafiar os Estados Unidos a mostrar por sua vez que sua guerra contra o Estado Islâmico é para valer e não jogo de cena.
O
comando dos Estados Unidos se gabava de ter voado para cá e para lá em centenas
de sortidas em sua “Operação Inherent Resolve” contra o Estado Islâmico. Mas se
esqueceram de dizer (ou não quiseram se gabar disso) que apenas 20% desses
ataques tiveram o disparo de algum tipo de armamento e que muitos destes
ataques foram realizados na realidade contra alvos menores. Afinal de contas,
destruir uma “Escavadeira do ISIS” com uma sofisticada arma guiada remotamente
não é luta de verdade, mas apenas a intenção de causar um pequeno aborrecimento
de menor importância. Outros observadores notaram as diferenças:
Analistas militares em Tel Aviv
afirmaram que os primeiros bombardeios russos na Síria parecem muito mais
agressivos que aqueles efetuados pela coalizão liderada pelos Estados Unidos.
As
forças russas garantiram de uma vez por todas que têm todos os ativos de que
necessitam na Síria para:
- Prevenir que não aconteça uma já planejada zona
de exclusão aérea comandada pela OTAN
- Gerar
um serviço de inteligência de qualidade superior, necessário para destruir
os insurgentes da al Qaeda assim como o Estado Islâmico
- Permitir que aconteça a implementação de um
acordo que dê fim ao conflito nos termos do governo Sírio e seus aliados.
Apesar
da barulheira tresloucada de políticos norteamericanos, qualquer “zona de
exclusão aérea” controlada pelos EUA está agora fora de qualquer cogitação. No
entanto, os russos podem criar uma zona dessas no momento em que quiserem. Já
houve interceptação de drones de reconhecimento dos Estados Unidos sobre a
Síria. A anunciada entrega de armas adicionais para alguns Curdos e a recentemente
formada Coalizão Árabe na Síria, a qual não passa de uma suspeitíssima coleção
de saqueadores e ladrões nada fará para libertar Raqqa e não terá qualquer
impacto maior. Os Curdos se recusam a lutar fora de seu próprio território e os
ladrões, como sempre, apenas venderão as armas e darão o fora.
Os
outros “relativamente moderados” rebeldes que os Estados Unidos tiveram a
pachorra de armar fazem sempre a mesma coisa: ou entregam as armas diretamente
para a al Qaeda ou se juntam aos extremistas. O público já percebeu que cerca
de 80% das armas entregues pelos EUA na Síria acabam em mãos dos jihadistas.
Relançar estes programas novamente, e de novo e mais uma vez não fará com que
mude o padrão e não pode ser explicado indefinidamente ao público.
A
OTAN e os Estados Unidos também podem fazer um bocado de barulho porque dois
aviões russos teriam violado o espaço aéreo turco (provavelmente para testar os
radares da Turquia e o tempo de reação ;-)). Mas acontece que 11 nações que integram
a coalizão liderada pelos Estados Unidos violam regularmente o espaço aéreo da
Síria para cutucar levemente ao Estado Islâmico e ainda não vimos nenhum
figurão do ocidente preocupado com isso. Agora deveremos ver mais reuniões
entre Rússia e Turquia, Israel e Estados Unidos para evitar quaisquer
incidentes aéreos.
Apesar
de tudo, os russos estão oferecendo aos Estados Unidos uma aliança mais ampla
do que apenas alguns acertos quanto ao uso do espaço aéreo, mas os Estados
Unidos rejeitaram. Uma aliança com a Rússia contra o Estado Islâmico não faz
parte dos planos dos Estados Unidos para a região, visto que querem desmembrar
tanto Síria quanto Iraque em pequenos entidades eternamente dependentes dos
EUA. Os Iraquianos, assim como os Sírios, estão bem cientes disso e agora
querem que a Rússia desempenhe papel mais importante na região. A coalizão
demoradamente planejada de 4+1 composta por Rússia, Síria, Iraque, Irã e
Hezbollah, agora está na liderança da luta contra o Estado Islâmico.
Os
Estados Unidos perderam a aposta. Ou aceitam a oferta russa ou deixam a mesa de
jogo.
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