EUA suspenderam todos os ataques aéreos, enquanto terroristas montavam
ataque contra rota de suprimentos do governo sírio
Tradução pelo
Coletivo de Tradutores da Vila Vudu
Nos últimos dias, aconteceu um grande ataque contra a linha de suprimentos do governo sírio para a cidade de Aleppo, realizado pela Frente al-Nusra ("Al-Qaeda na Síria") e o Estado Islâmico (EI), ao que tudo indica coordenado com os militares dos EUA.
Durante todo o mês de setembro as forças da coalizão dos EUA fizeram uma média de 4,2 ataques aéreos contra o EI, predominantemente no leste da Síria. Isso, depois de uma média de 6,8 ataques/dia em agosto. Em outubro a taxa era quase a mesma de setembro, até a 5ª-feira, dia 22 de outubro. Então, o número de ataques, segundo do U.S. Military Times, caiu acentuadamente:
~4 ataques/dia até 20 de outubro
4 - Out. 20 3ª-feira
8 - Out. 21 4ª-feira
1 - Out. 22 5ª-feira
0 - Out. 23 6ª-feira
0 - Out. 24 Sábado
0 - Out. 25 Domingo
1 - Out. 26 2ª-feira
0 - Out. 27 3ª-feira
0 - Out. 28 4ª-feira
O Estado Islâmico usou o período de ataques zero no leste da Síria para mover centenas de combatentes e equipamento pesado para perto da linha de suprimento que conecta Damasco e as áreas controladas pelo governo em Aleppo (em verde no mapa).
Depois de dois dias sem nenhum ataque dos EUA no leste da Síria, o Estado Islâmico (vermelho no mapa) atacou pelo leste a via de suprimentos do governo, enquanto no mesmo ponto, a Frente al-Nusra (laranja) atacou o corredor de suprimentos pelo oeste. Os ataques começaram com carros bomba contra pontos de controle do exército sírio, que no mesmo momento estavam tendo de defender-se pela frente e pela retaguarda.
No sábado, 24 de outubro, Almasdar News noticiou:
Pela primeira vez em três meses, a principal via de suprimentos do Exército Árabe Sírio ao longo da rodovia Khanasser foi fechada por obstrução ali implantada pelo Estado Islâmico do Iraque e al-Sham [Levante] (ing. ISIL); essa situação caótica forçou as forças pró-governo a convocar centenas de reforços do Governorado de Aleppo, para fazer retroceder os terroristas ali plantados
Inicialmente, as forças armadas da Síria conseguiram repelir os dois grupos, ISIS e a Frente al-Nusra, da al-Qaeda na Síria, depois que atacaram de diferentes eixos no Governorado de Hama; mas o ISIS reagrupou-se perto da fronteira do Governorado de Al-Raqqa para lançar outro ataque massivo contra a rodovia Khanasser.
O segundo ataque do ISIS contra as posições defensivas das forças armadas sírias foi bem-sucedido, e interromperam a Autoestrada Khanasser e avançaram mais para o oeste em direção à cidade estratégica de Ithriyah a leste de Hama.
Os terroristas do Estado Islâmico mataram cerca de uma dúzia de soldados do governo e capturaram vários veículos armados (fotos terríveis).
O exército sírio mandou reforços da milícia Liwaa Al-Quds da resistência palestina, para ajudar a limpar a estrada. A operação foi só parcialmente bem-sucedida, porque o mau tempo e uma tempestade de areia dia 25 impediu a ação do apoio aéreo.
A sala de operações em Damasco não ficou totalmente insatisfeita com a situação, apesar de a estrada continuar interrompida. A ideia é que com os terroristas do EU e da Frente Nusra sendo reunidos em área rural aberta é mais fácil eliminá-los. Dias 26 e 27, as forças aéreas russas e sírias voaram cerca de 90 missões de ataque em 24 horas contra as partes da estrada que o inimigo ainda controla.
Esses ataques limparam as partes que o EI controlada da estrada, mas o EI concentrou mais forças em outro ponto da estrada, mais ao norte, e dia 27/10 houve ataque de suicida-bomba contra outro ponto de controle do estado sírio na mesma estrada, que voltou a bloquear a passagem. Mais reforços chegaram, dessa vez do Hizbullah, nos dias seguintes. No momento a estrada está desimpedida, mas ainda está ameaçada.
O fechamento da via de suprimento levou a grave desabastecimento para cerca de dois milhões de pessoas nas partes de Aleppo controladas pelo governo, com os preços de alimentos e gasolina explodindo.
As salas de operação em Damasco, onde Síria, Irã, Rússia e Hizbullah coordenam inteligência e operações na Síria suspeitam de que o ataque ao corredor de suprimentos tenha sido coordenado em nível mais alto, não só entre Nusra e Estado Islâmico.
A total cessação de ataques aéreos norte-americanos no leste da Síria permitiu que o Estado Islâmico movesse para lá centenas de terroristas e equipamento pesado (tanques e canhões), que estavam no quartel-general terrorista, na cidade de Raqqa, no oeste da Síria. Ao mesmo tempo, a Frente al-Nusra trouxe centenas de combatentes de outros fronts no sul-leste, para essa parte do ataque. Difícil acreditar que todos esses movimentos seriam coincidência, sem qualquer conexão uns com os outros.
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