segunda-feira, 23 de junho de 2014

IRAQUE: 23/6/2014, Relatório de Situação, Mindfriedo



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Traduzido pelo Coletivo de Tradutores Vila Vudu.

20/6: Putin confirmou integral apoio da Rússia aos esforços do governo do Iraque para livrar de terroristas o território, o mais rapidamente possível. 

20/6: 30 milicianos xiitas foram mortos em Muqdadiyah, cidade ao nordeste de Bagdá. A cidade está na estrada para Baqouba na província de Diyala. Os militantes que atacavam a cidade foram contidos. 

22/6: O líder supremo do Irã, aiatolá Khamenei, opôs-se a qualquer tipo de intervenção dos EUA no Iraque: 
“Os EUA não gostaram do resultado das eleições, com alto comparecimento de eleitores e o povo escolhendo os próprios governantes, porque os EUA querem dominar o Iraque e pôr no poder gente que OBEDEÇA aos EUA.”

22/6: Um assessor de Moqtada As Sadr disse que “conselheiros” norte-americanos enviados ao Iraque serão vistos como forças de ocupação e, portanto, como alvos legítimos. 

23/6:  O secretário de estado dos EUA John Kerry encontrou-se com políticos em Bagdá. Maliki diz a ele que a atual crise “é uma ameaça não só ao Iraque mas à paz regional e internacional” (para nem falar dos preços do petróleo). 

23/6:  Kuwait nega que tenha retirado seu embaixador do Iraque. 

23/6: O destino de Tal Afar é desconhecido. Tudo sugere que o aeroporto e a própria cidade caíram sob controle de rebeldes. Mas o porta-voz do Exército do Iraque Qassim Atta informa que o exército continua a lutar pelo controle da cidade. 

23/6:  DAASH enviou um ultimato aos moradores do distrito de Sinjar para que entreguem Abu Walid, o major-general iraquiano que comandava a resistência em Tal Afar antes de seus soldados se retirarem. O major-general teria retrocedido com seu corpo de guarda-costas. 

23/6:  Líderes tribais sunitas e xiitas de Tal Afar enviaram uma delegação a Erbil. Pedem que as autoridades curdas incluam Tal Afar no Curdistão iraquiano. 

23/6:  Hugh Evans, conselheiro britânico no Curdistão iraquiano teria dito que “espera ver logo a República do Curdistão.” Teria acontecido durante celebrações organizadas para comemorar o aniversário da rainha. Evans também teria pedido a autoridades curdas que trabalhem com as autoridades em Bagdá, elogiou os curdos por acolherem refugiados de outras partes e destacou a ajuda dada por seu governo, de US$ 8 milhões. 

23/6: Há combates no momento na província de Salahuddin entre combatentes do DAASH e combatentes do Exército Islâmico. As disputas acontecem em torno da exigência feita pelo DAASH de que todos os grupos se reunissem sob a bandeira do DAASH. Há notícias de cinco militantes mortos. 

23/6: O líder da tribo Al-Abeed no Iraque, Sheikh Anwar al-Assi, recusou-se a jurar fidelidade ao DAASH. A casa dele foi atacada, teve propriedades saqueadas e sua vida foi ameaçada. Foi retirado para Sulaymaniyah, pelo governador de Kirkuk. 

23/6:  Iraquianos na Austrália participaram de um comício para denunciar publicamente o DAASH e seus discursos. Abu Yahya ash Shami, militante australiano do DAASH distribuiu vídeo em que diz “Alô irmãos australianos. Eis a mensagem que tenho para vocês. Do coração de um irmão muçulmano para o coração de outro irmão. Olhem à volta, acordem e compreendam por que tudo isso acontece. Acordem. Acordem para participar desse esforço.” A Austrália decidiu deportar qualquer pessoa que tenha relações com o DAASH. 

23/6: A refinaria de Baiji permanece sob controle do governo. Mas há menos de 300 guardas de segurança para defendê-la. A refinaria continua cercada por militantes. 

23/6: DAASH tomou 57 famílias como reféns no nordeste de Baiji. As famílias (mulheres, crianças e velhos) fugiam de Al Alam, subdistrito da cidade de Hawija. O DAASH está exigindo que o distrito de Al Alam renda-se, ou os reféns serão afogados no Rio Tigre. 

23/6:  Oficiais iraquianos tentaram convencer John Kerry da necessidade de ataques aéreos. John Kerry se declarou preocupado com “baixas entre os civis”. E há quem diga que os EUA não têm senso de humor e de honra... 

23/6:  O porta-voz do Exército do Iraque, Qassem Atta, informou que o exército retirou-se das cidades de Rawa e Anah no oeste do país, como movimento tático. 

23/6: Algumas seções da sociedade sunita na Síria estão preocupadas com que os avanços do DAASH no Iraque venham a intensificar os combates na Síria. Conhecem bem o tipo de ‘liberdade’ que espera os civis de Mosul. 

23/6: A Grã-Bretanha prendeu mais de 40 pessoas por acusações relacionadas ao  DAASH nos primeiros três meses de 2014. O ex-diretor do MI6, Richard Barrett, alertou autoridades britânicas de que é “missão impossível” rastrear todos os súditos da rainha relacionados ao DAASH.

23/6: Milhares reuniram-se em Al Jouf, Arábia Saudita, para o enterro do estudante saudita assassinado a facadas na Grã-Bretanha. 

23/6:  Aviões de Israel têm atacado posições sírias nas colinas de Golan. 

O próximo grande confronto que o governo de Bagdá enfrentará é Haditha. Tropas oficiais estão protegendo a cidade (onde há uma barragem de grande importância estratégica. Mas a cidade fica no coração do território sunita. Até agora, os rebeldes têm-se mostrado mais tenazes e motivados que o governo. 

Até agora, parece que cada lado se firma nas atuais posições. Grande parte do Iraque sunita está sob controle dos rebeldes; e quase todo o sul e o leste do país está com o governo (sunita). O nordeste está com os curdos, única força que, até aqui, está mantendo os rebeldes à distância. Qualquer luta para recuperar as áreas dos sunitas será longa e, se a Síria serve de exemplo, muito destrutiva. E não parece que um avanço sunita no sul e leste venha a ser bem-sucedido. *****


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