Desta vez não é uma conspiração da CIA?
O fiasco ISIS: na realidade, um
ataque ao Irã.
por Mike Whitney
al-Maliki |
Há alguma coisa que
soa em falso em relação à cobertura da crise no Iraque. Talvez a forma pela
qual a mídia a retrata, a mesma tediosa história repetidamente contada, com
apenas pequenas alterações na narrativa. Por exemplo, eu li um artigo no
Financial Times escrito pelo presidente do Conselho de Relações Exteriores,
Richad Haass, onde ele diz que as forças militares de Maliki em Mosul “desapareceram”.
Curiosamente, o editorial de Hass foi seguido por um artigo de David Gardener,
que usou quase a mesma linguagem. Ele disse que “o exército desapareceu”. Daí
decidi folhear os jornais um pouco e descobri que muitos outros jornalistas
foram picados pelo inseto “desaparecido”. Notei que aconteceu também com vários
outros veículos, incluindo Politico, NBC News, News Sentinel, Global Post, the
National Interest, ABC News etc. Agora, a única maneira pela qual uma expressão
não comumente usada como essa aparece com tal frequência, é se os diversos
autores estivessem buscando suas palavras copiando uma autoridade central (como
provavelmente o fizeram). Claro que o efeito foi o contrário do que se
pretendia, isto é, estas histórias fabricadas de antemão deixam os leitores a
coçar a cabeça e sentindo que alguma coisa suspeita está acontecendo.
Claramente, alguma
coisa suspeita ESTÁ acontecendo. Não dá para acreditar em toda essa fábula de
que 1.500 jihadistas assustaram 30.000 guardas de segurança iraquianos
fazendo-os tirar as calças, jogar seus rifles fora, trocar de roupas e correr
para as montanhas. Não sei o que realmente aconteceu em Mosul, mas eu digo a
vocês: não foi isso. A história toda está cheirando mal.
Tudo o que aconteceu
em Mosul cheira mal e então quase todos os jornalistas e peritos do MSM estão
usando a história para desacreditar Maliki e sugerindo que talvez o Iraque
esteja melhor sem ele. Haass já disse que isso mostra que toda a “lealdade do
exército ao governo é só fachada”. Gardener falou que o fato sinaliza “uma
rápida falência do estado”. Outro editorial de Nicolas Kristof ataca Maliki por
outras razões, como sendo muito sectário.
Aqui, Kristof: “a
decadência do Iraque não é uma falha do presidente Obama. Não é uma falha
republicana. Eles têm alguma responsabilidade, mas, esmagadoramente maior é a
falha do primeiro ministro do Iraque, Nouri Kamal al-Maliki.”
Claro
que Kristof não se compara ao porta voz imperial, Tom Friedman. Quando se trata
de fanfarronices idiotas, Friedman ainda é o número um. Ele é o “jornalista
especialista” que pode resumir tudo em apenas um artigo no jornal Sunday Times,
intitulado “Five principles for Iraq” (Cinco princípios para o Iraque – NT): “O
próprio primeiro ministro xiita do Iraque, Nuri Kalam al-Maliki, demonstrou que
não gostaria de ver um Iraque democrático ou pluralista. Desde o dia 1, ele tem
usado seu gabinete para instalar xiitas em postos chaves da segurança, desprezando
políticos e generais sunitas e direcionando dinheiro para as comunidades
xiitas. Em uma palavra, Maliki se mostrou um completo imbecil. Para além do
cargo de primeiro ministro, Maliki também ocupa o Ministério da Defesa, do
Interior, e de conselheiro da Segurança Nacional, colocando também seus
comparsas no controle do Banco Central e do Ministério das Finanças. Maliki
tinha como escolher: fazer um governo sectário ou inclusivo. Ele escolheu o
sectarismo. Nada lhe devemos. (“Cinco princípios para o Iraque – Tom Friedman,
New York Times).
Friedman matou no
peito, hein? Falando em outras palavras, a razão pela qual o Iraque se tornou
uma bandalheira geral, nada tem a ver com a invasão, a ocupação, os esquadrões
da morte, com Abu Ghraib, a opção Salvador, a infraestrutura destruída, o
ambiente poluído até as raízes, ou a guerra viciosa e sectária iniciada pelos
Estados Unidos através de seu programa maluco de contrainsurgência. Não, não. A
razão de ter o Iraque se transformado em lixo é o fato de que Maliki é
sectário. Maliki malvado! Soa familiar?
Foi Putin na semana
passada. É Maliki nesta semana. Quem será o próximo?
De qualquer forma,
existe uma razão para tudo o que aconteceu em Mosul, mesmo que eu não possa
verificar a autenticidade. Verifique este post no blog Syria Perspectives:
“... Teórico de
primeira hora do partido Ba’ath e braço direito de Saddam Hussein, ‘Izzaat
Ibraaheemn al-Douri, nativo de Mosul ... procurou aliados em um Iraque pós
Saddam muito hostil ... ainda no jogo e procurado para ser executado pelo
governo de al-Maliki, al-Douri ainda controla uma vasta rede de sunitas
iraquianos do partido Ba’ath que operam de maneira similar à velha Organização
Odessa que ajudou a fuga de nazistas depois da Segunda Guerra Mundial ... ele
ainda não tem uma estrutura de apoio necessária para hostilizar e derrubar
al-Maliki, então ele fundou uma aliança esdrúxula no ISIS através dos gabinetes
de Erdoghan e Bandar. Nossos leitores podem perceber que a invasão de Mosul foi
realizada por antigos oficiais iraquianos ba’atistas, suspeitos de abandonar
seus postos, largando para trás uma força militar de 52.000 homens sem qualquer
liderança, forçando dessa maneira um completo colapso das defesas da cidade.
Não é possível considerar como coincidência o planejamento da ação e a
colaboração prestada.” (O núcleo do ISIS – uma espécie invasiva – Ziad Fadel,
Syrian Perspectives).
Tenho lido variações
da mesma explicação em outros blogs, mas não tenho como saber se isso
corresponde à verdade ou não. Mas o que sei é que esta explicação é muito mais
crível que a outra, porque traz profundidade e detalhes mais que suficientes,
tornando o cenário bem plausível. A versão oficial – o “desaparecimento” – não tem
nada disso. Ela apenas coloca uma versão fantasiosa na expectativa de que o
povo acabe por acreditar, nem que seja na base da fé. Por quê? Só em razão de
ter aparecido nos jornais? Pois esta é uma razão muito boa para não acreditar
em nada.
militantes do ISIS |
A lenda do “exército
desaparecendo” é apenas mais uma das muitas versões inconsistentes na
apresentação que a mídia faz de qualquer evento. Outra charada é a razão pela
qual Obama assiste aos jihadistas bagunçarem o Iraque inteiro sem que ele mova
uma palha para contê-los. Será mesmo que ninguém acha isso um tanto quanto
estranho? Quando foi que um presidente em exercício nos Estados Unidos deixou
de responder imediata e duramente a agressão similar?
Nunca. Os Estados
Unidos sempre respondem. O padrão nunca muda. “Pare o que você está fazendo
agora mesmo, ou vamos bombardeá-lo até que só restem pedacinhos.” Não é essa a
resposta típica?
Claro que é. Mas até
agora Obama não fez nenhuma ameaça. No lugar disso, ele condicionou seu apoio a
al-Maliki ao dizer que o presidente encurralado precisa “começar a acomodar os
sunitas através de participação em seu governo” antes que os Estados Unidos possam
“dar uma mãozinha”. Que diabos de resposta claudicante é essa? Confira esta
nota da MNI News:
O presidente Barak Obama
alertou nesta sexta feira ao primeiro ministro iraquiano Nouri al-Maliki que os
Estados Unidos precisam que ele comece a efetivar a participação sunita em seu
governo, ou verão os Estados Unidos parar a ajuda que ele necessita, algumas
tropas dos EUA no terreno para prevenir contra um ataque a Bagdá.
Obama enfatizou, em
uma aparição ante as câmaras antes de sua mensagem do meio dia, que, embora
esteja considerando as opções para uma intervenção militar nos próximos dias, o
movimento inicial deve ser de Maliki. (Obama adverte o Iraque de Maliki,
procurando a acomodação de sunitas – MNI)
Alguma vez na vida
você já leu absurdo igual? Imagine se, vamos dizer, as hordas jihadistas reunam-se
a apenas 50 milhas de Londres e estejam ameaçando invadir a qualquer momento a
cidade. Será que Obama dirigiria ao primeiro ministro David Cameron a mesma
mensagem?
“Ora, Dave...
gostaria mesmo de ajudar vocês, mas antes disso, vocês têm que colocar alguns
desses terroristas em seu governo. Tudo bem, Dave? É apenas para mostrar alguma
ação afirmativa com os terroristas.”
Parece (e é) uma
insanidade, uma loucura, mas é isto que Obama quer que Maliki faça. Então, que
se passa? Por que, em vez de ajudar, Obama fica fazendo ultimatos? Talvez a
agenda de Obama seja diferente da de Maliki, e os acontecimentos que estão em
curso atualmente lhe beneficiem...
É o que parece, com
certeza. Basta olhar o que Friedman diz logo em seguida no mesmo artigo. Ajuda
a esclarecer algumas coisas. Disse ele:
Qassem Suleimani |
“Pode ser que o Irã,
assim como seu astuto comandante da Guarda Revolucionária Força Quds, General
Qassem Suleimani, não seja tão esperto, afinal. Foi o Irã que armou seus
aliados xiitas com bombas de formato especial que mataram e feriram tantos
soldados americanos. O Irã nos quer fora. Também foi o Irã a pressionar Maliki
para que não assinasse um tratado com os Estados Unidos que daria às nossas
tropas cobertura legal para permanecer no Iraque. O objetivo do Irã era a
hegemonia regional. Bem, Suleimani: “A confusão é sua.” Agora suas forças estão
dispersas na Síria, Líbano e Iraque, enquanto as nossas estão voltando para
casa. Tenha um bom dia.” (Cinco princípios para o Iraque, Tom Friedman, New
York Times)
É interessante, não
é? Basicamente, Friedman admite finalmente que todo esse fiasco é sobre o Irã,
que se tornou o grande vencedor no jogo da guerra do Iraque. Naturalmente, isso
irrita profundamente o pessoal em Washington, Tel Aviv e Riad. Como a irritação
não tem fim, cozeram este plano pateta para remover Maliki totalmente ou pelo
menos cortar rente suas asas. Não é o que está acontecendo? É por isso que
Obama aponta uma arma para a cabeça de Maliki e lhe diz que tem que comer um
saco de sal antes de ser ajudado pelos Estados Unidos. Porque ele está decidido a enfraquecer a força
hegemônica do Irã em Bagdá.
Friedman também
aponta que o acordo do Estado das Forças poderia permitir que as tropas
americanas permanecessem no Iraque. Como al-Maliki rejeitou o acordo,
Washington se enfureceu e preparou o picadeiro para esta última farsa. Por bem
ou por mal, Obama quer porque quer reverter essa decisão. É apenas a forma pela
qual Washington toca seus negócios, torcendo braços e quebrando pernas. O mundo
inteiro sabe disso.
Para entender o que
acontece hoje em dia no Iraque, temos que aprender um pouco de história. Em
2002, a administração Bush encarregou a Rand Corporation “de desenvolver e dar
forma a uma estratégia de pacificação de populações muçulmanas nos locais onde
os Estados Unidos têm interesses comerciais ou estratégicos.” O plano
desenvolvido se chamou “Estratégia dos Estados Unidos para o mundo muçulmano
depois de 9/11” – o qual recomendava que os EUA, “alinhem sua política aos
grupos xiitas que pretendem mais participação nos governos e mais liberdade
política e expressão religiosa. Se esse alinhamento puder ser edificado com
sucesso, irá erguer uma barreira contra movimentos radicais islâmicos e construir
a fundação de uma posição estável dos Estados Unidos no Oriente Médio.”
Os Bushies decidiram
seguir esse plano maluco que provou ser um erro tático monumental. Ao lançar
todo o poder de sua força no apoio aos xiitas, eles dispararam uma rebelião
sunita massiva que iniciou cerca de 100 ataques por dia contra soldados dos
Estados Unidos. Por sua vez, estes ataques levaram os EUA a uma
contrainsurgência selvagem que levou à morte dezenas de milhares de sunitas e
reduziu o país a ruínas. Os ataques cruéis de Petraeus se ocultavam por trás da
cortina de fumaça de uma enganosa política de Relações Públicas em uma guerra
civil sectária. Foi uma guerra genocida contra o mesmo povo que agora Obama
tacitamente apoia em Mosul e Tikrit.
Neste caso, houve uma
grande mudança da política, certo? O fato de que os EUA têm uma abordagem de
ficar longe do ISIS parece sugerir que a administração Obama acabou por
abandonar a estratégia Rand completamente e neste instante, procura maneiras de
apoiar os grupos sunitas em seu esforço para derrubar o regime de Assad em
Damasco, enfraquecer o Hizbollah e diminuir o poder do Irã na região. Apesar de
ser estratégia ao mesmo tempo implacável e desprezível, ao menos faz algum
sentido, na lógica perversa da expansão imperial, o que o plano Rand nunca fez.
O que está
acontecendo atualmente no Iraque foi antecipado por Seymour Hersh em 2007, no
seu artigo “The Redirection.” (O redirecionamento) O autor Tony Cartalucci, em seu próprio artigo, faz uma ótima resenha
desta peça. Diz ele:
“O redirecionamento” “documentos
... dos Estados Unidos, Arábia Saudita e Israel, na intenção de criar e posicionar
extremistas sectários em toda a região para confrontar o Irã, a Síria e o
Hizbollah no Líbano. Hersh aponta que estes “extremistas sectários” ou eram a
Al Qaeda ou eram vinculados à Al Qaeda. O exército ISIS que se move para Bagdá
é o resultado final desse conspiração, um exército que se move e opera com
impunidade total, ameaçando derrubar o governo sírio, purgar as forças pro Irã
no Iraque e também ameaçando o próprio Irã através de criação de pontes que
mantenham a salvo tanto a OTAN quanto a Al Qaeda em paraísos na Turquia, no
Norte do Iraque e até as próprias fronteiras iraquianas... Isso é de fato uma
reinvasão do Iraque para atender a interesses ocidentais – mas desta vez sem a
participação direta das forças ocidentais – e sim com uma força ocidental por procuração,
da qual o ocidente procura desesperadamente negar qualquer conhecimento ou
conexão.” (America’s
Covert Re-Invasion of Iraq, Tony Cartalucci, Information Clearinghouse)
Devagar vamos
chegando ao fundo da questão, certo? Agora talvez já sejamos capazes de
identificar a política que guia todos esses eventos. O que sabemos com certeza
é que os Estados Unidos precisam quebrar a força iraniana no Iraque. Mas a
pergunta é: como eles planejam conseguir isso?
Bem. Eles poderiam se
utilizar de seus velhos amigos, os ba’athistas com os quais têm estado em
contato desde 2007. Pode até dar certo. Em seguida, para que a mistura tenha
credibilidade, terão que adicionar alguns jihadistas.
Bem. Mas significam
estes fatos que Obama está apoiando ativamente ao ISIS?
Não. Não
necessariamente. Outras agências de inteligência já têm conexão com o ISIS, que
podem não precisar de apoio direto dos EUA. (Nota: muitos analistas dizem que o
Estado Islâmico do Iraque e al-Sham [Islamic State of Iraq and al-Shan – ISIS]
recebem generosas doações da Arábia Saudita e Qatar, ambos convictos aliados dos
Estados Unidos). De acordo com o London’s Daily Express: “por meio de aliados
como a Arábia Saudita e o Qatar, o ocidente (tem) apoiado vários grupos
rebeldes que então, se transformaram no ISIS e outras milícias ligadas à Al
Qaeda (Daily Teleghraph, 12/06/2014).
O que importa, no que
concerne a Obama, é que os objetivos estratégicos do ISIS coincidem com os dos
Estados Unidos. Ambos querem maior representação política para os sunitas,
ambos querem minimizar a influência política do Irã no Iraque e ambos apóiam um
plano suave de divisão que o antigo presidente do Conselho de Relações
Exteriores, Leslie H. Gelb, chamou de “a única estratégia viável para corrigir
o erro histórico (do Iraque) em movimento para a criação de três estados, o que
solucionaria a situação: curdos no norte, sunitas no centro e xiitas no sul.”
Este é o motivo pelo qual Obama não atacou ainda a milícia, mesmo que tenham
marchado até a 50 quilômetros de Bagdá. Ocorre que os EUA se beneficiam com o
desenvolvimento da situação até agora.
Vamos resumir:
Dependendo da
situação, o governo dos Estados Unidos, “apóia” ou “não apóia” o terrorismo?
Sim.
As agências de
inteligência fornecem armas e apoio logístico às organizações terroristas na
Síria?
Sim.
A CIA também?
Sim.
O governo Obama deu
sinais de que gostaria de ou se livrar de Maliki ou diminuir de muito o seu
poder?
Sim.
Acontece assim porque
a atual disposição fortalece a influência regional do Irã?
Sim.
O ISIS acabará por invadir
Bagdá?
Não. (Trata-se apenas
de mero palpite, mas espero que alguma coisa já tenha sido tratada entre a
equipe de Obama e os líderes do partido Ba’ath. Caso Bagdá realmente estivesse
em perigo, provavelmente Obama agiria de forma diferente, com maior seriedade.)
A Síria e o Iraque
serão fracionados?
Sim.
O ISIS é uma criação
da CIA?
Não. De acordo com
Ziad Fadel, "ISIS é criação de um homem que sozinho jogou com a Al-Qaeda
como um iô-iô. Bandar bin Sultan."
É possível que o ISIS
receba ordens de Washington?
Provavelmente não, mesmo
levando-se em conta que suas ações parecem coincidir com objetivos estratégicos
dos EUA. (Este é o ponto!)
A relutância de Obama
quanto a lançar um ataque contra o ISIS indicam que ele pretende enfraquecer o
poder do Irã no Iraque, redesenhar o mapa do Oriente Médio e fazer nascer Novas
regiões politicamente irrelevantes dominadas por senhores da guerra e líderes
tribais?
Sim, sim e sim.
MIKE WHITNEY é um escritor
e jornalista norte-americano que dirige sua própria empresa de paisagismo em
Snohomish (área de Seattle), WA, EUA. Trabalha regulamente como
articulista freelance nos últimos 7 anos. Em 2006 recebeu o
premio Project Censored por um reportagem investigativa sobre
a Operation FALCON, um massiva, silenciosa e criminosa operação
articulada pela administração Bush (filho) que visava concentrar mais poder na
presidência dos EUA. Escreve regularmente em Counterpunch e vários outros
sites. É co-autor do livro Hopeless: Barack Obama and the Politics of
Illusion (AK Press) o qual também está disponível em Kindle edition. Recebe
e-mails por: fergiewhitney@msn.com.
Tradução: mberublue
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