Ucrânia: Grande think-tank ‘ocidental’
reconhece derrota
Entreouvido na Vila Vudu:
É ler esse pequeno postado, curtinho, simples,
apenas alguns paragrafinhos PERFEITOS, e perguntar-se:
“Mas pra que merda servem ‘análises’ de Williams Waacks & Celsos Lafers & Mitres & Boechats, pela televisão que desgraça o Brasil-2014?! E o canal GloboNews, meu saco, o que é aquilo?! &%@$*%*! Mas que droga! Mas que merda!
Todo o grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadão) tem de ser DESLIGADO DA TOMADA.
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Não há, simplesmente, alternativa viável para a Ucrânia, exceto cooperar com a Rússia e pagar o preço que tiver de pagar para cooperar com a Rússia.
Por isso a Rússia mantém-se sentada à espera de que essa verdade simples se torne patente para todos.
“Putin agora sentará e deixará que o ‘ocidente’ se engalfinhe para decidir quem enterrará toneladas de dinheiro no poço sem fundo em que a Ucrânia se converterá (...) Putin agora só terá de esperar que a maçã caia da árvore.”
“Por que a Rússia deveria tentar criar instabilidade no leste e no sul da Ucrânia, quando o governo golpista em Kiev está fazendo o seu melhor para criar muita instabilidade, ele mesmo? À agitação crescente pode-se acrescentar o provável colapso econômico que logo virá. Qualquer ajuda "ocidental" será condicionada à austeridade e empobrecimento das pessoas, bem a reforma política que os oligarcas e os políticos atuais não vão permitir. Nessa condição, não há dúvida de que haverá mais e mais agitação enquanto a Ucrânia desmorona; Rússia absolutamente não precisa intervir para ‘obter’ confusão.
A Rússia não vai fazer nada de ruim . A
Rússia, de fato, vai fazer NADA. A Rússia não vai ajudar, nem
econômica nem politicamente, a menos que Kiev e o “ocidente” estejam dispostos
a pagar o preço: uma Ucrânia federalizada com regiões fortes e governo central
fraco.”
Dois meses depois, essa verdade afinal chega aos pensadores medíocres que enchem os ditos ‘tanques de pensamento’ ‘ocidentais’.
O Brookings Institute, que em geral apoia as políticas de Obama, afinal admitiu que é impossível haver Ucrânia sem Rússia; e que, portanto, os EUA têm de cooperar com a Rússia no caso da Ucrânia, porque essa é a única saída que ainda resta.[3] Tudo se resume ao dinheiro.
A perda do acesso a mercados russos já está mordendo na carne e matará toda a indústria pesada e de armamento no leste da Ucrânia. É perda muito, muito, muito pesada:
“No mínimo, estimados $276 bilhões de dólares, para tirar o oriente do mercado. É impensável. O ocidente de modo algum pagará essa quantia.”
...
O ponto chave aqui é que não há Ucrânia viável, sem importantes contribuições dos dois lados, da Rússia e do Ocidente. De todas as alternativas para o futuro da Ucrânia, uma Ucrânia exclusivamente ocidental é a menos factível. Mas uma Ucrânia totalmente sob controle da Rússia e absolutamente sem laços com o ocidente, é, infelizmente, possível.”
Uma Ucrânia no ‘ocidente’ é impossível. Uma Ucrânia dentro da Federação Russa é possível, mas pesará sobre a Rússia, pelo menos no curto prazo. Uma Ucrânia finlandizada, na qual a Rússia mandará muito, é o melhor resultado possível para todos os lados.
As próximas eleições-farsa, que elegerão o rei do chocolate Poroshenko,[4] e sobre quem a Rússia tem muita influência – os mercados e algumas das indústrias dele estão em território russo –, é hoje a folha-de-parreira atrás da qual o ‘ocidente’ tentará ocultar suas vergonhas, enquanto tenta escafeder-se de lá.
Poroshenko será mandado jurar fidelidade à Rússia e assinar tratado de rendição sem condições. Ele terá de:
“construir relações com a Rússia (posição natural para a Ucrânia, que acomoda bem os interesses estratégicos da Ucrânia). Por essa razão básica, os políticos ucranianos não têm sequer alguma micro-chance de ignorar os seus laços passados, presentes ou futuros com a Rússia, e pouco importa que digam que ignorem precisamente esses laços.”[5]
Na sequência, terá de suprimir os nazistas no oeste da Ucrânia. Os itens políticos do Acordo de Associação à União Europeia, que o governo golpista assinou, serão revogados e os itens econômicos absolutamente não serão assinados.
Tudo isso se resume a avassaladora, completa derrota para os neoconservadores, os quais erraram absolutamente todas as avaliações que fizeram da situação:[6]
“Os estrategistas dos EUA talvez não tenham antevisto nada disso por causa do equilíbrio doméstico extremamente delicado entre muitas diferentes forças e atores; e o estado ucraniano pode ter-se simplesmente desintegrado ante uma reviravolta geopolítica drástica, a qual, de fato, ainda está em curso.
...
Os EUA descobrem-se mais uma vez na incômoda posição de terem contribuído decisivamente para uma dada etapa decisiva [...], apenas para, no momento decisivo, abandonarem em campo, mais uma vez. sucessivamente os parceiros e aliados dos EUA.”
Os neoconservadores planejaram esse ataque contra a Rússia, via Ucrânia e Crimea, e, mais uma vez, fracassaram. Não implica dizer que a questão esteja superada. Ante a derrota, os neoconservadores são doidos para “avançar” tudo e criar “escaladas” as mais ensandecidas.
Fato é, porém, que como se viu no Iraque e no Afeganistão, as ‘avançadas’, ‘escaladas’ esurges dos norte-americanos têm pouca probabilidade de alterar resultados já configurados e já inevitáveis. *****
obrigado à Vila Vudu
[1] 26/2/2014, “Algumas conexões com o
golpe na Ucrânia”, Moon of Alabama, trad. em http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/02/algumas-conexoes-com-o-golpe-na-ucrania.html
[2] 28/3/2014, “Pipoca, por favor, enquanto
os “Agitadores de Putin” mandam em Kiev”, Moon of Alabama, traduzido emhttp://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/03/pipoca-por-favor-enquanto-os-agitadores.html
[3] 22/5/2014, em http://www.brookings.edu/research/articles/2014/05/21-ukraine-prize-russia-west-ukraine-gaddy-ickes
[4] http://www.thenation.com/article/179999/return-oligarchs-ukraine-poised-elect-chocolate-king-president
[6] http://blogs.lse.ac.uk/eurocrisispress/2014/05/12/the-irreversible-crisis-of-the-ukrainian-experiment/
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