A
libertação de Homs, início
do fim
da agressão contra
a Síria
por Thierry Meyssan
A libertação de Homs,
terceira cidade da República árabe síria, não é um simples evento entre
outros na guerra que a Otan e o CCG impõem à Síria. Para Thierry Meyssan, o
estabelecido entre a República e seus agressores deixa entrever uma rápida
saída da guerra. Será, provavelmente, acompanhado de uma redistribuição dos
papeis regionais.
REDE VOLTAIRE | DAMASCO | 12 DE MAIO DE 2014
Entrada das forças da República na cidade velha
de Homs.
Os acontecimentos seguem-se e contradizem-se uns aos outros na Síria.
Enquanto no início do ano Washington sorria apadrinhando a organização da
conferência de paz de Genebra 2, ao mesmo tempo sabotava-a, por trás, cedendo
ante todas as exigências Sauditas. A guerra parecia, pois, dever durar tanto
quanto os Estados da OTAN, e do CCG, a financiassem. Ora, secretamente, desde
há dois meses, negociações de paz avançam por iniciativa do Irão(Irã-Br).
Elas deram o seu primeiro fruto com a libertação de Homs, que poderia marcar
o começo do fim desta guerra de agressão.
Para o compreender é aconselhável lembrar o
discurso oficial e recolocar, nesta cronologia, os sinais das negociações que
se desenrolaram então. Também será a ocasião, para mim, de corrigir
considerandos prévios, que não podiam estar certos devido a segredos destas
negociações.
Quatro meses de guerra contra a Síria
No começo de janeiro, Washington estabeleceu a sua estratégia para a Síria. O presidente Obama reuniu, em
segredo, o Congresso, e fê-lo votar o financiamento da guerra
até ao fim do ano fiscal, quer dizer até setembro. Este procedimento incomum, e indigno de um suposto Estado
democrático, foi escondido do público norte- americano, só nos
sendo revelado através de um telegrama da agência britânica Reuters [1].
Os Parlamentares autorizaram a entrega de armas aos grupos «da oposição moderada», sem identificar estes
famosos grupos uma vez que, no terreno, todos os grupos de oposição armada, sem nenhuma excepção, se dedicaram a cometer atrocidades
em nome da sua visão do Islão (Islã-Br) [2].
Na
mesma altura, o príncipe Bandar Ben Sultan, chefe
incontestado da Al-Qaida, desde o verão de
2001, e conselheiro de Segurança
Nacional Saudita foi hospitalizado nos Estados Unidos. Expandiu-se o rumor que
o rei Abdallah o tinha afastado, no final do período
de seis meses que lhe tinham sido atribuídos
para conseguir derrubar Bachar el-Assad.
Na
Turquia, a Justiça tentou estabelecer o modo como o
Primeiro-Ministro Recep Tayyip Erdogan fazia chegar dinheiro desviado à Al-Qaida. Ela pôs em causa o IHH, a associação humanitária dos Irmãos muçulmanos [3].
Então, os Estados Unidos sabotaram a conferência
de paz de Genebra que eles co- patrocinariam junto com a Rússia. John Kerry fazia cancelar, através de
Ban Ki- moon, na véspera da reunião, o convite já devidamente endereçado ao Irão. Ele apresentou uma delegação dita da «oposição síria»
que se limitou apenas aos membros da Coligação(coalizão-Br) Nacional, quer dizer
exclusivamente aos colaboradores da Arábia
Saudita. Durante o seu discurso introdutório
continuou ensaiando a pior propaganda de guerra, descrevendo o desencadear de
uma «revolução»
após as torturas que teriam sido
infligidas a adolescentes em Daraa, ou ainda evocando «relatórios horríveis» sobre torturas e milhares de
execuções [4].
A
conferência de Genebra não foi, pois, mais que um diálogo
de surdos, entre uma delegação nacional síria exigindo como condição prévia a
condenação do
terrorismo, de acordo com a aplicação das Resoluções da
ONU, e uma delegação pró-saudita esmagando-a com acusações fantasistas. Estranhamente os debates crisparam-se à volta de um ponto, aparentemente, muito secundário: o destino dos habitantes da cidade velha de Homs. Várias localidades no interior e vários
lugares de Homs estavam sitiados pelo exército
nacional, mas os pró-sauditas queriam, em absoluto, que
as organizações
humanitárias fossem autorizadas a entrar
apenas na cidade velha de Homs.
A 15
de fevereiro, o representante especial de Ban Ki-moon e de Nabil el-Arabi,
Lakhdar Brahimi, constatando que República
árabe síria
não dobraria porque o equilíbrio de forças no terreno lhe era largamente
favorável, suspendeu as negociações sine die [5].
Durante
as três semanas desta conferência, os Estados Unidos tinham, além
disso, tomado a iniciativa de dialogar com os seus amigos sauditas, depois na
Polónia com os seus aliados europeus,
para os incitar a tomar medidas para se protegerem do regresso dos jihadistas.
A 6 de fevereiro, o secretário
para a Segurança da Pátria,
Jeh Johnson, tinha explicado aos seus homólogos
que a paz estava próxima, e que os ocidentais que haviam
ido para a Jihade na Síria voltariam ébrios de sangue para cometer crimes na Europa e nos E.U.A. [6]. O
primeiro Estado a obedecer foi a Arábia
Saudita que proibiu, por decreto, a participação na jihade sob pena de 4 a 20 anos de prisão, depois foi a vez da França,
que adoptou um vasto plano anti- jihadistas, a 23 de abril. Nesta altura,
distribuíram falsas estatísticas à imprensa anunciando que,
aproximadamente, 10. 000 ocidentais e 5. 000 árabes
lutavam na Síria, enquanto Lakhdar Brahimi falava,
no ano anterior, de 40. 000 combatentes estrangeiros e militares sírios evocavam 120.000.
Pouco
após o lançamento desta campanha, a União
europeia confiscou os ativos sírios
que tinha congelado, pretensamente para financiar a destruição de armas químicas, contrariando uma resolução do OIAC que especifica a incapacidade financeira da Síria para pagar estas destruições, e cria um fundo internacional especial para a substituir
nisto [7].
Todas
estas manobras foram discutidas por Washington com os seus aliados, aquando de
uma reunião secreta do Conselho de Segurança Nacional dos EUA e dos chefes de serviços
secretos europeus na Casa Branca que foi revelada pelo Washington
Post [8].
No
plano militar a Arábia Saudita mediou um cessar-fogo
entre os grupos armados, que se dedicavam a uma terrível guerra simplesmente pela concorrência [9].
Este acordo não durou muito tempo e a luta recomeçou, pior do que nunca. No entanto, a sua própria existência confirmou que o reino saudita se
tornara a única entidade capaz de ser obedecida
pela «oposição
armada». Além disso, soube-se, de passagem, que o
ÉIIL era directamente comandado pelo
príncipe Abdul Rahman al-Faisal, irmão do ministro dos Negócios
Estrangeiros (Relações
Exteriores-Br) [10].
A 22
de fevereiro, os ocidentais adoptaram uma resolução do Conselho de Segurança da
ONU sobre ajuda humanitária para a Síria. Como sublinhou o embaixador Churkin, isto aconteceu após muitas tentativas de usar essa ajuda para derrubar o regime. Na
realidade, apenas 7% dos fundos necessários
foram recolhidos para esta ajuda, que acabaram distribuídos em três quartos pela República Árabe da Síria e de um quarto apenas pelas agências
da ONU. No entanto, na prática, como esta resolução não foi
respeitada pelos grupos armados da oposição, ela voltou a proibir a República,
apenas, de cercar as áreas que eles controlam. [11].
A 27
de fevereiro, o tom sobe entre a Arábia
Saudita e o Catar a propósito da Irmandade Muçulmana. Riade coloca exigências,
e patrocina um atentado em Doha [12].
Foi
então que começaram os contactos secretos para a libertação da cidade velha de Homs.
No
meio de março o novo embaixador dos EUA na Síria, Daniel Rubinstein, ordenou o fecho das representações consulares da Síria no seu país. [13]
Em seguida, por ocasião da visita à Casa Branca do presidente da Coligação Nacional, anunciou o reconhecimento diplomático deste grupo de oposição pró-saudita, sem portanto pôr fim às relações diplomáticas, em organismos internacionais,
com a República Árabe
da Síria [14].
Em 21
de março, o exército turco – membro da NATO – entrou em território sírio para apoiar novos jihadistas e
tomar a cidade de Kassab [15].
Enquanto o exército sírio tentava salvar a população arménia da cidade e bombardeava os
jihadistas, os Turcos derrubaram um avião sírio [16].
A Arménia e todos os Estados-Membros da
OTCs protestaram, em vão, contra o que parecia ser uma
continuação do
massacre de arménios(armênios-Br) pelos Jovens Turcos em 1915. Interpelados pela delegação russa ao Conselho de Segurança, os ocidentais recusaram-se a condenar esta violação da soberania síria por um Estado-membro da NATO [17].
No
final de março, a Arábia Saudita e o Catar celebraram um acordo. Doha terminará, suavemente, o seu apoio à
Irmandade Muçulmana, cujos líderes estrangeiros são
convidados, um a um, a deixar o Emirado. Os seus representantes serão excluídos da Coligação nacional síria. Para restaurar a sua imagem, o Catar planeia criar uma nova cadeia
de televisão que suavizará a imagem da Al-Jazeera.
A 3
de abril, os 11 membros sobreviventes dos Amigos da Síria pronunciam-se contra o princípio
de uma eleição
presidencial na Síria. Reafirmam que lhes cabe a eles,
através de negociações, e não aos sírios escolher democraticamente o seu
futuro [18].
Em 16
de Abril, o príncipe Bandar bin Sultan foi
oficialmente demitido das suas funções, bem como de conselheiro de segurança
nacional assim como de chefe da inteligência
saudita [19].
Para o afastar o rei Abdullah foi apoiado por John Kerry, que sancionou assim
as reações do
príncipe no caso das armas químicas. O clã dos Sudeiris, do qual Bandar é o chefe, foi obrigado a curvar-se. O Reino ordenou então o seu dispositivo. Por um lado, o rei ordenou a libertação de reféns franceses, e por outro adaptou a legislação sobre a jihade. Agora a participação nela é proibida, mas os sauditas de regresso não
serão presos antes acolhidos como filhos pródigos.
A 20
de abril uma das facções da
Al-Qaida na Síria, o ÉIIL, libertou quatro reféns
franceses e entregou-os à polícia
turca. Oficialmente os quatro homens eram jornalistas detidos pela Arábia Saudita (nós sabemos, de facto, que o ÉIIL é comandado pelo príncipe Abdul Rahman al-Faiçal).
Eles teriam sido libertados sem contrapartidas [20].
Porém um dos quatro reféns teria sido membro dos serviços
secretos franceses e, de acordo com a revista alemã Focus, a sua libertação teria sido acompanhada de um financiamento de 18 milhões de dólares ao ÉIIL.
A 6
de maio, a Arábia Saudita prende 62 membros da
Al-Qaida, acusados de urdir ações contra dignitários do regime [21].
A libertação de Homs
A negociação sobre a libertação de Homs começou no início de março. Há dois meses. Foi implementada de 7 a
9 de maio. Os combatentes e os civis que os apoiam, no total de 2.250 pessoas,
foram autorizados a deixar a cidade de autocarro(ônibus- Br). Eles podiam levar com eles armas ligeiras e pertences
pessoais. O documento precisa que as janelas do autocarro devem ser fumadas, ou
cobertas por cortinas. Um representante iraniano esteve presente a bordo de
cada veículo. O comboio foi escoltado pela
polícia até uma
zona rebelde, a uma vintena de quilómetros
a norte.
Homs,
qualificada o «coração da
revolução»
pela propaganda da NATO e do GCC, é
passado para a autoridade da República,
sem derrame da sangue. A sua libertação marca o fim do projeto takfirista na Síria.
Ao entrar na cidade velha, os soldados sírios
descobriram várias valas comuns em que os
jihadistas jogavam as suas vítimas.
Cortinas escondiam os combatentes dos jornalistas. Não sabemos, pois, quantos eram os oficiais estrangeiros. A única certa coisa, é que eles são franceses e sauditas, com alguns norte-americanos. Eles abandonaram as
suas armas pesadas. Eles deveriam continuar a sua viagem e ser extraídos pela Turquia. O governo sírio
comprometeu-se a não evocar públicamente a presença dos
oficiais estrangeiros, mas é um
segredo de polichinelo para os jornalistas que contactaram com os civis.
Se a
presença de sauditas não é surpreendente, a dos franceses e
americanos é. Paris havia quebrado oficialmente
os seus contactos com os jihadistas na Síria
desde a sua intervenção no
Mali, em janeiro de 2013, contra outros jihadistas. Não era nada de se estranhar, mesmo se estes contatos fossem mais
discretos. Quanto aos Norte- americanos eles têm a
reputação de
deixar o navio aos aliados quando o tempo piora. No entanto eles estavam lá.
Desde
logo, a questão que se coloca é a de saber qual é a intenção da OTAN e do CCG. Parece que a
guerra de tipo nicaraguense estará
terminada. Talvez porque a República
resistiu, talvez também porque se tornava cada vez mais
difícil encontrar candidatos à jihade. Washington recuaria para um simples apoio aos seus
colaboradores sírios. Deste ponto de vista a libertação de Homs corresponde a uma escalada
contra Damasco. Após uma semana uma chuva de foguetes
abateu-se sobre a capital, fazendo numerosas vítimas.
Considerando a relação de
forças no seio da população a conclusão da guerra não apresenta qualquer dúvida, e será rápida.
Bachar el-Assad deveria ser eleito democraticamente por uma larga maioria dos
seus compatriotas a 3 de junho, e a guerra deve acabar lentamente, dado que o
seu financiamento só está
assegurado até setembro.
A
campanha conduzida por Washington para dissuadir os jihadistas de voltar aos
países da OTAN, sugere que se vai
encontrar uma nova utilidade para eles. Desde há um
ano, a Federação da
Rússia está convencida que ela será o
próximo alvo dos ocidentais . Assim, ela
prepara-se para um novo choque, mesmo se ignora onde isso irá acontecer exactamente.
Além disso, a libertação de
Homs vira a página do projeto de dominação dos países árabes pela Irmandade Muçulmana. Enquanto eles eram, desde 2007, os interlocutores privilegiados
do departamento de Estado, e Washington os havia colocado no poder na Turquia,
no Catar, na Tunísia, na Líbia, no Egipto e por aí
fora, hoje em dia eles estão
queda. Aquilo que um académico Robert S. Leiken descrevia, em
2005, como os moderados capazes de governar um mundo árabe islamizado, em nome dos Estados Unidos, foi rejeitado, ou são rejeitados de todos os países
onde eles detêm o poder.
Finalmente,
a vitória de Homs sugere a possibilidade de
uma futura rivalidade entre o Irão e a
Rússia. Está claro que se Washington confiou em Teerão
(Teerã-Br), neste assunto, é porque os dois estados entraram, préviamente,
num acordo global. Parece que os Estados Unidos estão em vias de refazer o Irão
polícia da região, como o era na época do Xá. Nesta perspectiva, a ajuda militar ao Hezbolla, à Síria e aos palestinos deve diminuir
ligeiramente. E, Teerão deverá pressionar os seus aliados a fazer concessões. Em troca, Washington iria deixar-lhe campo livre no Iraque, na Síria ou mesmo no Líbano. Aconteceria assim que o xiismo,
que desde o Aiatolla Khomeini era uma força
anti-imperialista, tornar-se-ia nada mais que um meio para o Irão afirmar a sua identidade e exercer a sua influência. Esta evolução
arruinaria os projetos russo-americanos na região.
Mas será que eles podem ainda ser
considerados após a crise ucraniana?
Tradução
Alva
Alva
ð Respeitada a grafia usada pela tradutora.
[1] “Congress secretly approves U.S.
weapons flow to ’moderate’ Syrian rebels””, por Mark Hosenball, Reuters.
[2] «Estados Unidos, principal financiador mundial do terrorismo»,
por Thierry Meyssan, Al-Watan (Síria), Rede Voltaire, Damasco, 3 de Fevereiro
de 2014.
[3] «La justicia turca acusa a la IHH de vínculos com al-Qaeda»,
Red Voltaire, 15 de enero de 2014.
[4] “John Kerry’s opening speech at the Geneva 2 Conference”
(Ingl-«Discurso de abertura de John Kerry na Conferência de Genebra 2»-ndT),
por John F. Kerry, Voltaire Network, 22 January 2014.
[5] “Briefing on Syria by Lakhdar Brahimi to the UN General Assembly”
(Ingl-«Relatório sobre a Síria à Assembleia Geral das N.U. por Lakhdar
Brahimi»-ndT), por Lakhdar Brahimi , Voltaire Network, 14 March 2014.
[6] “Síria converte-se em «tema de segurança interna» para Estados Unidos e
União Europeia”, Traduction Alva, Rede Voltaire, 12 de fevereiro de
2014.
[7] «La Comisión Europea se apodera de los fondos sirios congelados»,
Red Voltaire , 12 de fevereiro de 2014.
[8] “Spymasters gather to discuss Syria” (Ingl-«Mestres-espiões
juntam-se para discutir a Síria»-ndT), par David Ignatius, Washington Post, 19
de fevereiro de 2014. «Washington coordina la guerra secreta contra Siria», Red
Voltaire, 21 de febrero de 2014.
[9] «Arabia Saudita instaura tregua entre organizaciones terroristas en Siria»,
Red Voltaire, 30 de enero de 2014.
[10] «Un príncipe saudita al mando del Emirato Islámico en Irak y el Levante»,
Red Voltaire, 3 de febrero de 2014.
[11] «Resolución 2139 del Consejo de Seguridad de la ONU sobre tema sirio»,
Red Voltaire , 22 de febrero de 2014.
[12] «Guerra secreta entre Qatar y Arabia Saudita», Red Voltaire, 14
de marzo de 2014.
[13] «Washington expulsa todos os diplomatas sirios», Rede Voltaire,
21 de Março de 2014.
[14] «Washington concede estatuto diplomatico à oposiçao externa siria»,
Rede Voltaire, 7 de Maio de 2014.
[15] «El ejército turco ayuda a los mercenarios extranjeros a entrar en Siria»,
Red Voltaire, 22 de marzo de 2014.
[16] «Turquía derriba un avión sirio de combate», Red Voltaire, 24
de marzo de 2014.
[17] «Conselho de Segurança se nega condenar ataque turco-terrorista contra
cidade da Siria», Rede Voltaire, 15 de Abril de 2014.
[18] “11 Countries Joint Statement on Syria” (Ingl-«Declaração Conjunta de 11 países sobre
a Síria»-ndT), Voltaire Network, 3 April 2014.
[19] «Dimisión del príncipe saudita Bandar ben Sultan», Red
Voltaire, 17 de abril de 2014.
[20] «Liberados 4 periodistas franceses secuestrados por los aliados de Francia
en Siria», Red Voltaire, 20 de abril de 2014.
[21] «Arabia Saudita prende 62 membros da Al- Qaida», Rede Voltaire,
9 de Maio de 2014.
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