sábado, 31 de outubro de 2015

Tropas no teatro de Guerra na Síria? O Pentágono quer é resgatar seus mercenários do “Estado Islâmico”.                         


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Prof. Michel Chossudovsky                    
Tradução mberublue                                          

O Secretário de Defesa Ashton Carter, em 27 de outubro de 2015, anunciou que o Pentágono está planejando uma “ação direta em solo” tanto no Iraque quanto na Síria, “em um esforço para combater o grupo terrorista autoproclamado Estado Islâmico” (Sputnik, 27 de outubro de 2015).

No entanto, a agenda nem assim tão escondida não é “combater contra” e sim “proteger e vir em resgate” do grupo terrorista Estado Islâmico.

O que há de novo nisso? Estaremos apenas testemunhando mais um processo de escalada militar.
Afinal, os Estados Unidos e seus aliados já têm botas no terreno na Síria. Não é oficial, claro, é uma assim chamada “operação encoberta” da qual o mundo inteiro tem conhecimento.

O Pentágono, juntamente com a OTAN, a Turquia e Israel, et al, enviam para o teatro de guerra na Síria, de maneira rotineira, seus conselheiros, forças especiais e agentes de inteligência. Essas forças estrangeiras têm realizado operações junto com as fileiras rebeldes desde que a guerra começou nos idos de março de 2011.

Enquanto nem Washington nem a mídia empresa reconhecerem explicitamente a presença desses ativos dentro da Síria, deve-se entender que estes grupos ocidentais de forças especiais desempenham papel de rotina como comandantes de vários grupos terroristas em colaboração com a coalizão Estados Unidos/OTAN. Em outras palavras, são largamente responsáveis por coordenar inúmeras operações terroristas do Estados Islâmico e da al-Nusra (al-Qaeda na Síria – NT) dentro da Síria em nome da coalizão liderada pelos Estados Unidos. Não é necessário dizer, portanto, que eles são também apoiados pela campanha aérea lançada pelos Estados Unidos, a qual teoricamente deveria estar alvejando (em vez de proteger) o Estado Islâmico.


 “Responsabilidade de Proteger” – R2P os terroristas.


Como reação ao bombardeio russo contra o Estado Islâmico, Washington agora está intentando anunciar “oficialmente” (bem, eles fazem isso desde quatro anos atrás) sua resolução de ter tropas no terreno em uma operação militar extensiva. Desnecessário colocar aqui que tal operação, se for levada a efeito sem aprovação do Conselho de Segurança da ONU constituirá uma violação direta da lei internacional (Nurenberg)

O que a administração Obama está considerando fazer, é a colocação de um pequeno número de tropas no terreno na Síria, misturadas entre tropas curdas ou junto à “oposição moderada”, relatou o jornal “The Wall Street Journal” na quarta feira, citando funcionários estatais dos Estados Unidos.
O exército dos Estados Unidos propõe também enviar um grupo de conselheiros de guerra para a linha de frente no Iraque e possivelmente também entre os rebeldes sírios. Entretanto, a proposta é qualificada pelo jornal como o cenário mais improvável para acontecer.
  
Por outro lado, a Casa Branca examina também a opção de enviar um pequeno esquadrão de helicópteros de ataque Apache para o Iraque a serem usados na luta contra o Estado Islâmico, afirmou o jornal. A medida implicaria em dispor centenas de soldados dos Estados Unidos no Iraque, de acordo com o diário. Washington preside a coalizão que tem feito ataques aéreos contra posições do Estado Islâmico na Síria e no Iraque desde 2014. Na quinta feira, o Secretário de Defesa Ashton Carter disse que o Pentágono não exclui a execução de ataques no solo contra os terroristas do EI (Sputnik, 28 de outubro de 2015).

Uma zona de exclusão aérea

Outro importante tópico que se pode inferir da declaração do Secretário de Defesa Ashton Carter é o de que mesmo enquanto a instalação de uma “zona de exclusão aérea” não esteja nos planos para o futuro imediato, ela no entanto permanece como opção válida: “o Presidente Barak Obama não descartou a opção, e a implantação de uma zona de exclusão aérea continua sobre a mesa”.
Enquanto isso, o Qatar anunciou que também está pensando em mandar tropas para o teatro de guerra na Síria. A declaração feita por Doha muito provavelmente foi elaborada por Washington. De acordo com o Ministro de Relações Exteriores do Qatar, Khalid al-Attiyah, o país pode intervir na Síria como resposta à intervenção desencadeada pela Rússia em apoio ao regime de Bashar al Assad (CNN árabe, 21 de outubro).
 “Faremos qualquer coisa para proteger a nação e o povo sírio da partição, sem poupar esforços, sejam quais forem, juntamente com nossos irmãos turcos e sauditas”.
Ocorre que desde o início, o Qatar age como um pau mandado dos Estados Unidos. Junto com a Arábia Saudita, o Qatar contribuiu e contribui para o recrutamento, financiamento e treinamento dos terroristas afiliados da al-Qaeda, entre os quais se incluem o Estado Islâmico e al-Nusra.
Estamos numa perigosa encruzilhada

A diplomacia internacional está em ruínas. A política externa dos Estados Unidos é feita por ignorantes corruptos, inconscientes das implicações de suas ações.
Os ataques aéreos que os EUA querem implementar serão levados a efeito simultaneamente com os que a Rússia já efetua.
A ONU está sofrendo um xeque contínuo (stalemate – NT). O Secretário Geral da ONU, Ban ki-Moon (que foi indicado por Washington) apoia a guerra liderada pelos Estados Unidos sob o pretexto de uma bandeira humanitária.

São estas as várias ações e ameaças da coalizão liderada pelos Estados Unidos – e nem fizemos menção às conversações em torno de uma “Terceira Guerra Mundial” nos corredores do Congresso dos EUA – apontando para um cenário de escalada militar, que potencialmente pode levar a um confronto militar direto entre a coalizão liderada pelos EUA e a Federação Russa.



Prof. Michel Chossudovsky  

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