domingo, 27 de dezembro de 2015

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Roberto Pires Silveira
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Raios me partam, Batman! Erdogan terá que sair!          


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Escrito por Finian Cunningham                  
Com tradução de NirucewKS063                   

http://www.informationclearinghouse.info/article43607.htm - RT O presidente da Turquia, ilustre sr. Recep Tayyip Erdogan acabou levando um belo chute na cara no decorrer da semana passada, desde a queda fatal de um avião de guerra russo. Ele arrogantemente desprezou as acusações de que estaria apoiando o terrorismo, e ainda por cima desafiou a Rússia a provar o que dizia. Bem... macacos me mordam, Batman!


Resultado de imagem para Batman, TurkeyBatman? Sim, Batman. Não o herói mascarado das histórias em quadrinhos, com suas capas esvoaçantes. Em vez disso, estamos falando de uma cidade do mesmo nome, localizada na Turquia, região sudeste. É ali que está centrada a indústria estatal turca de petróleo.

Também podemos creditar a Batman (a cidade, não o herói ;-) a duvidosa honraria de ser a rota preferencial de contrabando da rede instalada pelo Estado Islâmico de acordo com imagens de vigilância reveladas nesta mesma semana pelo Ministro da Defesa da Rússia.

Fotos de reconhecimento aéreo mostram filas de milhares de caminhões tanques no afã de transportar petróleo roubado dos campos pertencentes à Síria no leste do país, e convergindo para a cidade turca de Batman, perto da fronteira síria.
Durante os últimos dois anos, as operações de contrabando estão a pleno vapor, desde que a organização alcunhada de Estado Islâmico (ISIL, ISIS, Daesh, os leitores escolham aí), cravou as garras nos campos de petróleo no leste da Síria, nas cercanias da cidade de Deir Ezzor. Já se calcula que o comércio ilícito rende aos jihadistas para mais de 3.000.000 (três milhões) de dólares por dia, para, claro, ajudar a pagar a sua guerrinha particular contra o governo da Síria, representado pelo presidente Bashar-al-Assad.

Acontece que petróleo contrabandeado precisa de um comprador para que o empreendimento funcione. É aí que entra a Turquia. Nesta semana, antes dos dados revelados desde a Rússia através de seu Ministro da Defesa, o presidente Vladimir Putin já se cansara de repetir afirmações de que as autoridades turcas estavam envolvidas na facilitação do comércio para o petróleo roubado pelos terroristas. Na Conferência sobre Mudanças Climáticas em Paris o presidente Putin afirmou aos líderes dos países presentes que essa facilitação foi um dos fatores pelos quais os aviões turcos derrubaram um avião de guerra russo na última semana, com um dos pilotos perdendo a vida, e outro soldado russo morrendo durante as missões de resgate que se seguiram. O ínclito Erdogan reagir bravamente às acusações, tachando-as de “calúnias”.  Petulantemente, Erdogan desafiou a Rússia amostrar suas provas.

 “É inaceitável a acusação de que a Turquia estaria comprando petróleo do Estado Islâmico e dizer isso é imoral”, disse Erdogan. “Se você diz coisas como essa, tem que apresentar evidências. Caso tais documentações existam – vamos examiná–las. Provados os fatos, renunciarei à minha posição.”

Caso Erdogan seja mesmo um homem de palavra – e isso é muito duvidoso – então tem que começar a arrumar as malas de viagem. Agora.

Para além de qualquer dúvida, as evidências mostradas pelos militares do alto comando da Rússia, demonstram que a Turquia é peça central para a existência do Estado Islâmico e seu comércio ilegal de petróleo, que financia suas atividades terroristas.

O Ministro Adjunto da Defesa da Rússia, Anatoly Antonov não mediu as palavras sobre os dados revelados. Disse ele: “de acordo com as informações que revelamos, os políticos da elite dirigente turca – o Presidente Erdogan e sua família – estão envolvidos nesses negócios criminosos”.

Particularmente incriminador nos dados relevados pela inteligência russa é que a rota operada pelo Estado Islâmico no leste da Síria se destina à cidade turca de Batman. Batman é o coração da indústria turca de petróleo. Ali estão localizados os maiores campos de petróleo e também as maiores refinarias do país.


A partir de Batman há cerca de 500 quilômetros de oleodutos rumando para o ocidente até as cidades portuárias de Dortyol e Ceyhan, na Mediterrâneo, ambas localizadas no Golfo de Iskenderun. O oleoduto, que tem a capacidade de transportar 30 milhões de barris de petróleo por ano, é operado pela estatal turca BOTAS Corporação Petrolífera, que é também sua proprietária.

É no porto de Ceyhan que está licenciada e baseada a companhia de navegação BMZ, de propriedade do filho do presidente Erdogan, Bilal, e outros membros da família. A BMZ é a maior operadora turca no mercado global de petróleo.

O jornal turco Today’s Zaman significantemente relatou em setembro deste ano que a BMZ dos Erdogan(s) gastou cerca de 36 milhões de dólares na aquisição de dois novos navios tanques para elevar sua frota para cinco. Acredita-se que os navios transportam muitas cargas de petróleo para o Japão e outros países asiáticos. Não é de se admirar que o “negócio” esteja crescendo.

Em antecipação, Putin já respondera à negação de Erdogan de colusão com terroristas no contrabando de petróleo, ao afirmar que “é bem difícil imaginar como as autoridades turcas não estariam cientes do transportes de petróleo por suas fronteiras, em escala industrial”.

Mas agora, as imagens aéreas fornecidas pela Rússia mostram de forma inequívoca o quadro completo do transporte massivo de petróleo que passa através da fronteira turca para chegar às companhias estatais do país.

A cumplicidade pessoal de Erdogan nestes crimes, através de sua família e do negócio de transporte marítimo tornou sua resignação inquestionável. Além disso, o presidente turco deverá enfrentar futuramente um processo pelas graves violações do Direito Internacional além dos crimes de guerra.

Como poderiam os norteamericanos desconhecer essas rotas de transporte de petróleo em escala industrial? Por mais de um ano afora, desde que os Estados Unidos supostamente iniciaram a campanha de bombardeio na Síria, alegadamente contra o Estado Islâmico, o contrabando de petróleo só fez crescer, intocável durante todo esse tempo.

O presidente do Estado Maior dos Estados Unidos, general Joseph Dunford, afirmou em depoimento ao Comitê do Congresso dos EUA que apenas nos últimos dois meses o Pentágono resolveu atacar com seriedade as rotas do petróleo do Estado Islâmico. Admitiu ainda que por mais de um ano o Pentágono não tomou qualquer atitude porque não havia comunicação suficiente entre este e o Departamento de Estado. Além de Dunford, o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, presente na mesma sessão de depoimentos ao Congresso, juntou-se ao presidente do Estado Maior para afirmar que a decisão de não atacar os comboios de caminhões carregando petróleo do estado Islâmico foi tomada para “não causar vítimas entre civis”.

Essas explicações não convencem ninguém. O fato inescapável que permanece iridescente é o explanado pelo Ministro da Defesa da Rússia, Tenente General Sergey Rudskoy, que colocou tudo em palavras: os Estados Unidos pouco ou nada fizeram até agora para impedir o Estado Islâmico de comercializar petróleo roubado da Síria. A Rússia, por sua vez, destruiu implacavelmente dezenas de instalações de processamento de petróleo e para mais de 1.000 caminhões tanques utilizados para seu transporte desde o início de suas operações militares, em apenas dois meses – suas sortidas tiveram o condão de acabar até agora com cerca de 50% do comércio ilegal de petróleo, de acordo com os militares russos.

Agora que uma explicação estarrecedora da forma pela qual o Estado Islâmico e outros grupos jihadistas estão financiando suas campanhas terroristas contra a Síria foi apresentada pela Rússia, as perguntas passam a ter que ser respondidas nos tribunais norteamericanos.

A Turquia é membro da OTAN. A OTAN é uma organização que supostamente deveria ser responsável pela manutenção da segurança na Europa. A Turquia certamente terá que ser expulsa da OTAN pelo papel que desempenha ao financiar o terrorismo. Como poderá a França, em particular, permanecer na mesma aliança militar com um país que sabidamente está financiando os grupos terroristas que estão envolvidos nos assassinatos em massa nas ruas de Paris apenas três semanas atrás?

Neste assunto todo, Washington e seus compar... digo, aliados, têm muito mais a responder. Os comboios de transporte de petróleo que rumam ao norte da Turquia são penas uma parte do gigantesco esquema ali armado, com a outra parte representada pelos comboios que transportam armas e lutadores jihadistas na direção do sul da Síria. Essa rede de terror exibe claramente a intervenção espúria das inteligências dos EUA e do Reino Unido para ajudar o terrorismo, de acordo com o jornalista norteamericano Seymour Hersh.

O fornecimento contínuo de armamento pela Turquia para os grupos terroristas na Síria, com a conivência da inteligência estatal turca está emergindo depois da prisão na semana passada de dois jornalistas turcos que tiveram a audácia de revelar a armação patrocinada pela Turquia no esquema petróleo-por-armamento.

As provas apresentadas pela Rússia ultimamente colocam o mundo frente a frente com uma escolha difícil, depois da revelação nua de quem está financiando e provocando conflitos não só na Síria, mas em outros locais. A Turquia é claramente um estado patrocinador do terror. Outros membros da OTAN estão implicados até o pescoço. Se não houver sanções na forma da lei, saberemos que o mundo está entregue sem resistência à barbárie e ao banditismo.


Finian Cunningham
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