quinta-feira, 25 de junho de 2015

Exclusivo : Os projetos secretos de Israel e da Arábia Saudita

PARALELAMENTE ÀS NEGOCIAÇÕES EUA-IRÃ




Resultado de imagem para Thierry Meyssan
Por Thierry Meyssan
Tradução : ALVA
A resposta de Telaviv e de Riad às negociações entre os Estados Unidos e o Irã situa-se no prolongamento do financiamento da guerra contra Gaza em 2008 pela Arábia Saudita : a aliança de um Estado colonial e de uma monarquia obscurantista. No momento em que o Oriente Próximo se apresta para viver uma mudança para os próximos dez anos, das suas regras do jogo, Thierry Meyssan desvenda aqui o conteúdo das negociações secretas entre Telavive e Riad.
REDE VOLTAIRE 


Todos, no Oriente Médio, têm consciência que os acordos secretos que deverão ser assinados, a 30 de junho próximo, — à margem do acordo multilateral sobre o nuclear— por Washington e Teerã, irão provavelmente fixar as regras do jogo para os dez anos seguintes.
Estes acordos surgem quando os Estados Unidos se tornaram o primeiro produtor mundial de petróleo, à frente da Arábia Saudita e da Rússia. Eles não têm, portanto, mais necessidade, para si próprios, do petróleo do Oriente Médio, e só se interessam, unicamente para manter o mercado mundial em dólares.
Por outro lado, Washington começou um reposicionamento das suas tropas, da Europa ocidental e do Oriente Médio em direção ao Extremo Oriente. Isto não significa que abandone estas regiões, mas sim que visa garantir a sua segurança de modo diferente.
Israel
Segundo as nossas informações, nos últimos 17 meses (quer dizer, desde o anúncio das negociações entre Washington e Teerã que duram, na realidade, há já 27 meses), Telavive conduz negociações secretas com a Arábia Saudita. Delegações de muito alto nível encontraram-se cinco vezes na Índia, na Itália e na República Checa.
A cooperação entre Telaviv e Riad inscreve-se no plano norte-americano de criação de uma «Força árabe conjunta», sob os auspícios da Liga Árabe, mas sob comando israelita. Este é já o caso no Iêmen, onde soldados israelitas pilotam os bombardeiros sauditas no quadro de uma coalizão árabe, cuja quartel-general foi instalado pelos israelitas na Somalilândia, um estado não-reconhecido situado do outro lado do estreito Bab el-Mandeb [1].
No entanto, Riad não tenciona oficializar esta cooperação enquanto Telaviv rejeitar a iniciativa de paz árabe, apresentada à Liga Árabe em 2002 pelo príncipe Abdullah, antes de ele se tornar rei [2].
Israel e a Arábia Saudita chegaram a acordo sobre vários objetivos.
No plano político : 

 «Democratizar» os Estados do Golfo, quer dizer associar os povos à gestão dos seus países ao mesmo tempo afirmando a intangibilidade da monarquia e do modo de via wahabita ; 
Mudar o sistema político no Irã (e não mais fazer guerra ao Irã) ; 
Criar um Curdistão independente de maneira a enfraquecer o Irã, a Turquia (esta, aliás, durante muito tempo um dos aliados de Israel) e o Iraque (mas não a Síria, que está já duradouramente enfraquecida).
No plano econômico :
Explorar a jazida petrolífera de Rub’al-Khali e organizar uma federação entre a Arábia Saudita, o Iêmen, talvez Omã e os Emirados Árabes Unidos ;
Explorar as jazidas petrolíferas do Ogaden, sob controle etíope, tornar seguro o porto de Adem, no Iêmen, e construir uma ponte ligando Djibuti ao Iêmen.
Por outras palavras, se Telaviv e Riad fazem «contra má fortuna boa cara» admitindo que dois terços do Iraque, a Síria e metade do Líbano estão controlados pelo Irão, eles pensam : 
Assegurar-se que o Irã renunciará a exportar a sua revolução ; 
Controlar o resto da região excluindo a Turquia que sucedeu à Arábia Saudita na supervisão do terrorismo internacional e acabam de ser derrotados na Síria.
Palestina
O reconhecimento internacional de um Estado palestino, em conformidade com os Acordos de Oslo e a iniciativa de paz árabe, será apenas uma questão de meses após a assinatura dos acordos americano-iranianos.
O governo palestino de unidade nacional, que nunca funcionou, de repente demitiu. Parece certo que a Fatah, de Mahmoud Abbas, será amplamente apoiada pelo seu povo assim que o Estado palestino seja admitido nas Nações Unidas.
O Hamas que, desde 2008, encarnava a resistência, de repente desacreditou-se ao formalizar a sua adesão aos Irmãos Muçulmanos (quando a Irmandade tentou vários golpes na Arábia Saudita) e pegando em armas contra o único Estado da região, efetivamente, pró-palestino, a República Árabe Síria. Além disso, para refazer a imagem decidiu tornar-se discreto e apoiar agora, sobretudo, atuações não-violentas.
O reconhecimento do Estado palestino vai acabar com o direito de regresso dos Palestinos expulsos das suas terras, mas, por outro lado, vai abrir-lhes um novo estatuto. Os Estados Unidos e a Arábia Saudita investirão maciçamente para desenvolver a economia do novo Estado.
Desde já, vários candidatos se atropelam para suceder a Mahmoud Abbas (que tem 80 anos de idade e cujo mandato expirou em 2009). Entre estes Mohammed Dahlan, antigo chefe da segurança que terá organizado o envenenamento de Yasser Arafat e havia sido forçado a deixar o país em 2007. Depois de ter trabalhado para os Emirados Árabes Unidos obteve as nacionalidades montenegrina —como o antigo primeiro-ministro tailandês Thaksin Shinawatra— e sérvia, voltou à Palestina, em fevereiro, com a ajuda dos seus antigos adversários do Hamas. Tornando-se tornado bilionário, ele compra sem poupar combatentes e votos. Um candidato mais sério poderá ser Marwan Barghouti, que cumpre atualmente cinco penas de prisão perpétua em Israel, e que poderia ser libertado no quadro do acordo de paz. É com efeito a única personalidade palestina que, tendo escapado aos assassinos da Mossad, não é corrupta.
Arábia Saudita
Neste contexto, a visita à Rússia do príncipe Mohammed bin Salman, filho do rei Salman da Arábia Saudita, levantou uma viva inquietação, com uma campanha de imprensa sugerindo que ele desejava negociar uma cessação da ajuda russa à Síria. Isto aconteceu uma semana depois da deslocação do chefe da Organização de Cooperação Islâmica, Iyad Madani bin Amin. Ele estava acompanhado por vários ministros e uma trintena de homens de negócios. A delegação saudita participou no Fórum económico de São Petersburgo e o príncipe foi recebido pelo presidente Vladimir Putin.
Desde a sua criação, o reino wahabita mantém relações privilegiadas com os Estados Unidos e considerava a União Soviética, depois a Rússia, como inimigas. Parece que isto está em vias de mudar.
A considerável importância dos acordos econômicos e de cooperação que foram assinados, dão início a uma nova política. Assim a Arábia Saudita comprou 16 usinas nucleares, aceitou participar no programa russo de pesquisa espacial, e negociou igualmente acordos petrolíferos cujos detalhes são de momento desconhecidos.
Para remover qualquer ambiguidade sobre essa reaproximação, o presidente Putin decidiu afirmar que a Rússia não alterava em nada o seu apoio à Síria e que ajudaria a buscar qualquer solução política que estivesse de acordo com os desejos do povo sírio. Em declarações prévias, ele havia indicado que isto implicava a manutenção do presidente al-Assad no poder até ao fim do septanato para o qual foi democraticamente eleito.
Os perdedores da redistribuição das cartas
Tudo leva a pensar que uma vez os acordos americano-iranianos assinados [3], os perdedores sejam :
O povo palestino que se verá privado do direito inalienável ao regresso pelo qual três gerações se bateram ; 
A Turquia que arrisca paga muito caro o seu sonho de hegemonia, o seu apoio aos Irmãos muçulmanos e a sua derrota na Síria [4]; 
A França que se encarniçou durante quatro anos em tentar restabelecer os seus interesses coloniais na região e que se encontra, no fim, na simples posição de fornecedor de Israel e da Arábia Saudita [5].


Postado por Roberto Pires Silveira - Obrigado à Rede Voltaire e à tradutora Alva
Leia Mais ››


O QUE É “REFORMA”?
O curioso caso da Grécia e da Europa



 Resultado de imagem para James K Galbraith
por James K Galbraith

tradução do Coletivo de Tradutores da Vila Vudu

“Estou perdido, fui assassinado, cortaram-me a garganta, roubaram meu dinheiro! Que fez isso? Quem me rouba? Onde se esconde? Que faço agora? Corro? Fico? Como, onde está o ladrão? Quem me roubou (Agarra o próprio braço.) Ah, fui eu mesmo... O ladrão sou eu, que me roubo eu mesmo... Estou louco, já não sei o que digo... Já morri. Estou morto. Estou enterrado. E ninguém se interessa por me ressuscitar”
[
MOLIÈRE, O Avarento, “Ao ladrão”]


Na viagem de volta de Berlin na 3ª-feira, o ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, disse-me que a palavra “reforma” começou a ser usada, com o sentido com que é usada hoje, no período médio da União Soviética, especialmente nos anos de Khrushchev, quando intelectuais modernizantes procuraram introduzir elementos de descentralização e processo de mercado num sistema esclerosado de planejamento. Naqueles anos, quando os americanos lutavam por direitos, e alguns jovens europeus ainda sonhavam com revolução, a palavra “reforma” não era muito usada no ocidente. Hoje, numa estranha virada de convergência, virou palavra de ordem para a classe governante.


A palavra, “reforma”, tornou-se central no cabo-de-guerra entre a Grécia e seus credores. Pode ser possível algum dinheiro novo de alívio – mas só se os gregos concordarem com “reformas”. Mas que reformas, e para que finalidade? A imprensa-empresa comercial lança, usa e reusa a palavra, “reforma” no contexto grego, como se houvesse claro e amplo entendimento sobre o que a palavra significa.


As específicas reformas que os credores da Grécia exigem hoje são mistura peculiar. Visam a reduzir o Estado e, nesse sentido são “orientadas pelo mercado”. Ao mesmo tempo são o máximo concebível contra promover descentralização e diversidade. Ao contrário, trabalham para destruir instituições locais e impor um modelo único de política a toda a Europa, com a Grécia não no ponto de descarte, mas, de fato, na vanguarda. Nesse sentido, as propostas são totalitárias – e, por mais que o pai filosófico aí seja Friedrich von Hayek, o pai político, para dizê-lo logo, sem meias palavras, é Stálin.


A versão que se tem na Europa Moderna, para o stalinismo de mercado, até aqui, e no que tem afetado a Grécia, tem três principais pinças. A primeira tem a ver com as aposentadorias; a segunda, com os mercados de trabalho; e a terceira, com as privatizações. E há a questão que tudo envolve, dos impostos, ‘austeridade’
[é arrocho!] e sustentabilidade da dívida, à qual podemos voltar mais tarde.


Com respeito às aposentadorias, os credores exigem que valor equivalente a 1% do PIB seja cortado esse ano do pagamento de aposentadorias, num país no qual quase metade das aposentadorias estão abaixo da linha de pobreza. A específica exigência cortaria certa de 120 euros, de pensões de no máximo 350 euros por mês. O governo replica que, por mais que o sistema de aposentadorias tenha de ser reformado – a atual idade para aposentadoria é insustentável –, aquela reforma só pode ser feita gradualmente e acompanhando um esquema efetivo de seguro-desemprego a ser criado.


Nos mercados de trabalho, os credores já impuseram a quase total eliminação da negociação coletiva, e a redução dos salários mínimos. O governo diz que o efeito dessas medidas é informalizar o mercado de trabalho, de modo que o trabalho não é registrado e não há aposentadorias a pagar, o que, por sua vez mina também o sistema de aposentadorias. A proposta grega é que se projete um novo sistema de negociação coletiva dos salários, que atenda ao que exige a Organização Internacional do Trabalho.


Para as privatizações, os credores exigiram a venda de aeroportos, portos navais, usinas de eletricidades, dentre outros itens do patrimônio público, e tudo isso deve ser vendido rapidamente. Aqui, a objeção dos gregos nem é entregar alguns itens do patrimônio público à administração privada ou estrangeira, mas, mais, ter de vender aqueles itens a preços mínimos, sem qualquer exigência, sem conservar para o Estado sequer número suficiente de ações que lhe dê o controle acionário. Assim, na privatização em curso do porto de Pireus, vendido à empresa chinesa Cosco, o governo insistiu em que houvesse um plano de investimento e direitos trabalhistas assegurados aos empregados. (Completando a total virada pós-moderna na linguagem, tem-se aqui um governo de esquerda num país capitalista, que impõe direitos de organização sindical dos empregados, a uma empresa comercial multinacional cujo controle acionário pertence a estado e governo comunistas.) 


Quanto aos impostos, os creditores exigiram forte aumento no Imposto sobre Valor Agregado [orig. value-added tax (VAT)] – que já estava em 23%. Dentre outros itens, a carga recairá sobre remédios (e, assim, sobre os mais velhos), e nas taxas especiais de que usufruem as ilhas gregas (cerca de 10% do continente, conforme a população), onde se concentra o turismo e onde, portanto, os preços já são mais altos. O governo argumenta que aumentar impostos que incidem sobre atividades turísticas e sobre o turismo fere a competitividade, e que o efeito final do aumento de impostos será reduzir a atividade e agravar o problema da dívida. O que é urgentemente necessário, em vez de aumentar impostos, é melhorar a arrecadação e pôr fim à evasão desse IVA, medidas que permitirão reduzir os impostos cobrados.


Falta pois, às reformas que os credores exigem, bem... o que falta é, precisamente, “reforma”. Cortar aposentadorias e aumentar o IVA não é reformar. Essas ações nada acrescentam à atividade econômica nem à competitividade. Privatizar, por preços de liquidação de fim de estoque pode levar a monopólios privados predatórios, como qualquer pessoa que viva na América Latina ou no Texas sabe muito bem. Desregular o mercado de trabalho desse modo é, na essência, experimento não ético com seres humanos, imposição de dor como ‘terapia’, o que se confirma rapidamente por consulta aos anais do FMI, nem faz muito tempo, logo aí, em 2010. Ninguém pode pretender que cortes nos salários possam tornar a Grécia efetivamente competitiva, contra Alemanha ou Ásia, para atrair empregos da indústria. O que acontecerá é que todos os gregos com capacidades competitivas deixarão o país.


Reformar, em qualquer sentido verdadeiro, é processo que exige tempo, paciência, planejamento e dinheiro. Reformar aposentadorias e a seguridade social, modernizar os direitos trabalhistas, privatizar o que não interesse ao Estado e à sociedade manter, e promover arrecadação efetiva de impostos, isso, sim, é reformar. 


Também são reformas as medidas relacionadas à racionalização da administração pública, do sistema judiciário, à fiscalização do pagamento de impostos, à integridade dos dados estatísticos e outras coisas, em torno das quais praticamente todos concordam em princípio, e que os gregos estão interessadíssimos em fazer e já estariam fazendo, se os credores permitissem, mas não permitem porque lhe interessa não reformar coisa alguma, por razões comerciais. 


O mesmo se pode dizer de um programa de investimentos, que enfatizasse os serviços avançados que a Grécia tem condições para prover incluindo atenção à saúde, cuidados de idosos, educação superior, pesquisa e artes. É preciso reconhecer que a Grécia não será bem-sucedida se tiver de ser convertida em país igual aos demais. A Grécia tem de ser diferente – é país de lojas pequenas, hotéis pequenos, alta cultura e mares amplos, de praias abertas. Uma reestruturação da dívida que devolva a Grécia aos mercados (e, sim, pode ser feito, e os gregos tem proposta para fazer precisamente isso) poder ser, por qualquer juízo racional, uma reforma.


E é assim que se vê que o claro objetivo do programa dos credores é, portanto, não reformar. É reduzir à metade os total de impostos arrecadados, em momento de desastre. Cortes nas aposentadorias, cortes nos salários, aumentos nos impostos e liquidação de patrimônio valioso são oferecidos, sob o ‘argumento’ delirante de que a economia se recuperará apesar da sobrecarga de impostos mais altos, menor poder de compra e repatriação para o exterior, dos lucros advindos de privatizações. 


Essa mágica já foi testada sem sucesso, por cinco anos, no caso da Grécia. Eis por quê, em ver de se recuperar como havia quem previsse depois do ‘resgate’ de 2010, a Grécia já perdeu até agora mais de 25% da própria renda, e a sangria não tem fim à vista. Eis por quê a dívida saltou, de uma relação de 100% com o PIB, para 180%, se se consideram os valores de face. 


Mas admitir esse fracasso no caso da Grécia seria pôr abaixo todo o projeto político europeu, e a autoridade dos que estão no comando.


Então as conversações gregas continuam no mesmo passo. De fato, não é empate, porque os gregos estão sob pressão extrema. Ou cedem ao que querem os credores, ou podem ver os bancos gregos fecharem e o país expulso da Eurozona, com consequências muito graves – pelo menos no curto prazo. Os credores sabem disso. Então continuam a empurrar os gregos contra a parede – sem jamais mudar a posição deles, ao mesmo tempo em que ‘denunciam’ que os gregos não se esforçam o suficiente. E a cada polegada de terreno que os gregos cedem, os credores pressionam mais e mais.


Essa é a feia dinâmica da negociação desigual, em um lado forte e um lado fraco, nesse caso complicado pelo fato de que o lado credor não tem liderança unificada, e portanto ninguém do lado credor – a menos que Angela Merkel afinal assuma e apresente-se para o papel – pode conceder qualquer coisa significativa, que ajude a encaminhar acordo significativo. Assim as escolhas vão-se estreitando. Ou o governo grego cederá demais, perderá apoio e entrará em colapso, nesse caso, seja mais um país governado por bancos, seja mais um país a eleger algum Aurora Dourada nazista, a democracia estará morta na Europa. Ou, no final, os gregos serão forçados a tomar o próprio destino nas mãos – risco enorme e custo altíssimo – e esperar que lhes venha alguma ajuda, venha de onde vier.

 James K. Galbraith é professor da Lyndon B. Johnson School of Public Affairs de la Universidad de Texas (Austin). Dentre seus últimos livros, Inequality and Instability: A Study of the World Economy Just Before the Great Crisis (2012) e The End of Normal: The Great Crisis and the Future of Growth (2014). É coautor, com Yanis Varoufakis e Stuart Holland, da Modesta Proposición para o fim da crise na eurozona (2013).

Postado Ppr roberto Pires Silveira – obrigado ao Coletivo de Tradutores da Vila Vudu e à RedeCastorphoto  --- @castorphoto


Leia Mais ››

Pentágono nuclear contra a Rússia 

Resultado de imagem para pepe escobar
23-06-2015, por  Pepe Escobar
Tradução do Coletivo de Tradutores da Vila Vudu




Todos lembramos como, no início de junho, o presidente Putin anunciou que a Rússia instalaria mais de 40 novos mísseis balísticos intercontinentais “capazes de superar até os mais avançados sistemas de defesa antimísseis”. 


Oh! O Pentágono e seus asseclas europeus piraram completamente e desde então fazem hora extra, trabalhando sem parar. 


Primeiro, foi o secretário-geral da OTAN o figurão norueguês Jens Stoltenberg, que condenou a ação como “provocação nuclear [orig.saber rattling, lit. ‘agitar os sabres’ (NTs)].  


Depois, foi o tenente-general Stephen Wilson, comandante do US Global Air Strike Command [Comando norte-americano para ataque aéreo global] – e o responsável pelos mísseis balísticos intercontinentais e bombardeiros nucleares dos EUA – em recente encontro com jornalistas em Londres: “[Eles] anexaram um país, mudaram fronteiras internacionais, escalaram a retórica a um nível que não se ouvia desde os tempos da guerra fria… 


Estava pronto o cenário para a indefectível comparação com os nazistas: “Algumas das ações recentes da Rússia são coisas que não se viam desde os anos 1930s, quando países inteiros eram anexados e fronteiras mudadas por decreto.” 


Obedecendo à Voz do Dono, a União Europeia já prorrogou as sanções contra a Rússia. E logo em seguida El Supremo do Pentágono Ashton Carter, em Berlim, declarou que a OTAN deve levantar-se contra – e o que poderia ser? – a “agressão russa” e seus “esforços para restabelecer uma esfera de influência como da era soviética”.  


Está aberta a sessão de apostas sobre o que está por trás desses discursos. Pode ser porque a Rússia atreveu-se a meter aquele país enorme bem ali, tão perto de tantas bases da OTAN. Pode ser por causa de um bando de imbecis que comicham de vontade de iniciar uma guerra em solo europeu, para, afinal, “libertar” todo aquele petróleo, gás, minérios, coitados, que vivem subjugados e oprimidos na Rússia e nos “-stões” da Ásia Central. 


Desgraçadamente, é tudo muito, muito grave. 


Comprem os bilhetes para o próximo filme ‘de OTAN’ 



Vastas desoladas porções da “Think-tankelândia” norte-americana já admitem afinal que se trata do imperativo excepcionalista de impedir “a ascensão de um hegemon na Eurásia”. Ora... Não estão só “parcialmente”, mas completamente errados, porque para Rússia – e China – o nome do jogo é integração da Eurásia mediante comércio e trocas. 


Assim se despacha para a lata do lixo retórico toda a conversa sobre o pivoteamento “para a Ásia”. Para o governo Obama, que se autoapresenta como “Não faça merda coisa estúpida”, e para o Pentágono – o nome do jogo é firmar uma Nova Cortina de Ferro do Báltico ao Mar Negro, e separar a Rússia da Europa. 


Assim, não foi surpresa que no início de junho, o Office of Net Assessment [Gabinete de Avaliação da Rede] do Pentágono, ele próprio um think-tank, tenha contratado outro think tank, o Centro para Análise da Política Europeia [orig. the Center for European Policy Analysis (
CEPA)], para produzir – e o que seria? – alguns jogos de guerra. 


O CEPA é dirigido por A. Wess Mitchell, ex-conselheiro do ex-candidato Republicano à presidência e mestre da sensaboria mental Mitt Romney. Mitchell – que dá a impressão de ter sido reprovado em História na 3ª série – define a Rússia como uma neo-Cartago: “poder sombrio, sinistro, punitivo, decidido a levar adiante uma política externa vingancista, para derrubar o sistema que ele responsabiliza pelo fim da sua antiga grandeza. 


A inteligência russa está muito bem informada sobre essas manobras dos EUA. Portanto, não é absolutamente de estranhar que Putin nunca descuide da obsessão da OTAN com construir um sistema de mísseis de defesa na Europa, bem próximo da fronteira oeste da Rússia: “É a OTAN que está vindo na direção de nossas fronteiras. Nós não estamos andando para lado algum.” 


A OTAN, enquanto isso, apronta-se para sua próxima superprodução: Operação “Trident Juncture 2015”, o maior exercício da OTAN desde o final da Guerra Fria, que acontecerá na Itália, Espanha e Portugal, do dia 28 de setembro até 6 de novembro, com unidades especiais de terra, mar e ar de 33 países (28 da OTAN e cinco aliados). 


A propaganda da OTAN fala de mostrar “alta visibilidade e credibilidade”, teste para sua “Força de Resposta” de 30 mil soldados. E não é só sobre a Rússia, nem só ensaio de preposicionamento de suficiente armamento pesado para 5 mil soldados na Lituânia, Latvia, Estônia, Polônia, Romênia, Bulgária e Hungria. 


É também sobre a África, e a simbiose OTAN/AFRICOM (lembram-se da “liberação da Líbia?). O comandante El Supremoda OTAN, general Breed-Raiva, digo, Breed-Amor [Breedhate, sorry, Breedlove], pavoneava-se para jornalistas, que “os membros da OTAN terão grande papel no Norte da África, no Sahel e na África Subsaariana.” 


Sinta o amor do meu S-500 



No que tenha a ver com a Rússia, toda essa histeria pró-guerra é patética. 


Fatos: no governo de Putin, a Rússia ativamente reconstruiu sua força estratégica de mísseis nucleares. As estrelas do show são o Topol M – míssil balístico intercontinental que voa a 16 mil milhas/hora – e o sistema S-500 de mísseis de defesa, que voa a 15.400 milhas/hora e efetivamente blinda o espaço aéreo russo. 


Já ao raiar o milênio, a inteligência russa identificou que os mísseis seriam as armas do futuro; nada de porta-aviões pesadões e frota de superfície que podem ser facilmente esmagados por mísseis top-class (como os novos mísseis SS-NX-26 Yakhont, antinavios, que voa à velocidade de 2,9 Mach). 


O Pentágono sabe disso – mas a húbris impõe a conversa de “somos invencíveis”. Não, vocês não são invencíveis; submarinos russos silenciosos nas costas dos EUA podem engajar-se em tiro (nuclear) ao peru e derrubar qualquer grande cidade dos EUA em poucos minutos, em total impunidade. Em apenas 15 anos, a Rússia saltou duas gerações à frente dos EUA nos mísseis, e pode estar à beira de capacidade nuclear para primeiro ataque; e os EUA não podem retaliar, porque o Pentágono não tem como passar pelos S-500s.
 

A opinião pública nos EUA não sabe nada disso. Portanto, ainda resta a encenação de valentia. Como o comandante do Estado-maior das Forças Conjuntas  general Martin Dempsey a ‘declarar’ que os EUA “estão analisando” a ideia de dispor mísseis terra-ar – com ogivas nucleares – que chegariam a cidades russas em toda a Eurásia. 


Não presta nem como provocação infantil – e inacreditavelmente temerária. Os tais mísseis seriam inúteis, imprestáveis. Os EIA têm mísseis instalados em submarinos, que tampouco conseguiriam atravessar as defesas russas: os S-500s farão o serviço. Daí que, se Pentágono e OTAN realmente querem guerra, eles que esperem até o ano que vem, ou 2017, o mais tardar – com ou ‘The Hillarator’ ou Jeb “Não sou Bush” na Casa Branca –, quando a instalação de todo o sistema S-500 estará completada. 


Putin sabe extremamente bem o quanto são perigosas essas provocações. Por isso Putin enfatizou que a retirada unilateral dos EUA do Tratado dos Mísseis Antibalísticos (ABM) – que determinava que nem EUA nem URSS tentariam neutralizar a contenção nuclear do outro lado com escudo antimísseis – está empurrando o mundo para uma nova Guerra Fria: “Isso de fato nos empurra para mais um round da corrida armamentista, porque muda o sistema da segurança global. 


Washington separou-se unilateralmente do Tratado dos Mísseis Balísticos durante a era Dábliu, do “eixo do mal”, em 2002. O pretexto foi que os EUA careciam de “proteção” contra os estados bandidos, naquele momento identificados como Irã e Coreia do Norte. O fato é que isso liberou o Pentágono para construir um sistema global contra mísseis apontado contra – e quem seria? – os únicos países que realmente ‘ameaçam’ o hegemon: dois países BRICS, Rússia e China. 


Ash, o OTAN-Terminator, em ação

 

Sob o comando do neoconservador Ash Carter – comparado ao qual Donald Rumsfeld é uma Cinderella – o Pentágono tem-se apresentado como o OTAN-Terminator. 


As “opções” que estão sendo consideradas contra a Rússia são um escudo de mísseis ofensivos sobre toda a Europa, para derrubar mísseis russos (escudo inútil, contra o Topol M); uma “contraforça” (em Pentagonês), que implica ataques preventivos não nucleares contra sítios militares russos; e “capacidades para compensar ataques” [orig. countervailing strike capabilities], expressão que, em Pentagonês, significa ataques preventivos com mísseis nucleares contra alvos – e cidades – dentro da Rússia. 


Aqui, pois, estamos falando do impensável: um ataque nuclear preventivo contra a Rússia. Se isso acontecer, só há um cenário: guerra nuclear total. O simples fato de isso ser considerado uma das “opções sobre a mesa” revela tudo que é preciso saber sobre o que passa por “política externa” no coração da Nação Indispensável.
 

No Iraque, um ataque preventivo – embora não nuclear – foi “autorizado” por causa de inexistentes armas de destruição em massa. Quer dizer: o planeta sabe que o ‘Império do Caos’ é capaz de inventar qualquer pretexto. No caso da Rússia, o Pentágono pode até fazer pose de OTAN-Terminator o quanto queira, mas não será como passeio no parque; afinal em menos de dois anos, o espaço aéreo russo estará efetivamente vedado pelos S-500s. 


Cuidado com o ‘Choque e Pavor’ que vocês procuram. De qualquer modo, não há chance de o Pentágono tomar a sério o que Putin diz (Ash Carter, falando aos quatro ventos, é doido por mudança de regime. Recentemente, o presidente russo disse claramente, e não poderia ter sido mais explícito: “Isso não é diálogo. É ultimato. Não falem conosco na língua dos ultimatos. 


A Destruição Mútua Garantida [ing. Mutually Assured Destruction, MAD] – já é passado. Manteve uma paz meio incômoda, mas paz, durante as sete décadas de Guerra Fria. A Guerra Fria 2.0 é linha duríssima, puro hardcore. E com todos esses Dr. Fantástico-Breed-Raiva soltos, a loucura nuclear vem aí, cinco segundos antes da meia-noite. 

Postado Por Roberto Pires Silveira – Obrigado ao Coletivo de Tradutores da Vila Vudu e à RedeCastorphoto ( @castorphoto )


Leia Mais ››

segunda-feira, 22 de junho de 2015




 
Fórum Econômico Internacional 
de S. Petersburgo (SPIEF 2015)

20/6/2015, [*] Pepe Escobar, Asia Times Online
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Vladimir Putin fala na abertura do SPIEF 2015

Os cães das sanções e do medo ocidental ladram, enquanto a caravana eurasiana passa.
Nenhum caravanserai poderá jamais competir com a 19ª edição do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo [St. Petersburg International Economic Forum (SPIEF)]. Milhares de líderes de empresas globais – inclusive europeus, mas nenhum norte-americano; afinal, o presidente Putin seria “o neo-Hitler” – representando mais de mil empresas/corporações internacionais, inclusive os presidentes da British Petroleum, da Shell Holandesa e da Total, chegaram à cidade em grande estilo.
Por todos os lados, painéis fascinantes – incluindo sessões sobre os BRICs; a Organização de Cooperação de Xangai (OCX); a(s) Nova(s) Rota(s) da Seda; a União Econômica Eurasiana (UEE); e, claro, o tema de todos os temas, “A Formação [orig. making] do Século Pacífico-Asiático: Reequilibrar o Leste”, em que falou o Primeiro-Ministro australiano, Kevin Rudd.
Como se podia prever, houve muito suspense sobre o Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICs, com grandes novidades a serem divulgadas na Cúpula dos BRICs, mês que vem, em Ufa. O brasileiro Paulo Nogueira Batista, novo vice-presidente do banco, espera entusiasmado a primeira reunião dos diretores.
E noutro tema chave – deixando de lado o dólar norte-americano – coube a Anatoliy Aksakov, presidente da Comissão Parlamentar do Parlamento Russo para Política Econômica, Desenvolvimento Inovador e Empreendedorismo, chegar logo ao que interessa:
Precisamos completar a transição, até fazermos todos os nossos pagamentos recíprocos em moedas nacionais, e acreditamos que já se encontram preparadas todas as condições para que assim seja.
Não é movimento só retórico. Adiante, apenas alguns dos negócios fechados no Fórum SPIEF. Como se poderia prever, verdadeiro show por todos os cantos do Oleogasodutostão.
●– Os dutos para o gasoduto do Ramo Turco pelo fundo do Mar Negro começarão a ser instalados ainda este mês, mais tardar em julho, segundo Alexander Novak, Ministro de Energia da Rússia.

Oleogasoduto - Ramo Turco (em azul)

●– O presidente da Gazprom, Aleksey Miller e o Ministro de Energia da Grécia, Panagiotis Lafazanis, praticamente fecharam negócio para a extensão do Ramo Turco até a Grécia. Estão “preparando o devido memorando intergovernamental”, segundo a Gazprom.

Oleogasoduto Turquia - Grécia
●– A Gazprom também anunciou que construirá um duplo gasoduto, da Rússia até a Alemanha, pelo Mar Báltico, em parceria com a E.ON alemã, a Shell anglo-holandesa e a austríaca OMV.
Oleogasoduto Ramo Norte (North Stream) será duplicado
Em outro front eurasiano crucial, a Índia assinou o projeto de acordo para criar uma zona de livre comércio com a União Econômica Eurasiana. A Ministra do Comércio da Índia, Nirmala Sitharaman, estava eufórica:
São duas grandes regiões, qualquer coisa que façam juntas com certeza levará a resultados ainda maiores.
Oh, como vão longe os dias de Bandar Bush e suas ameaças de que atiçaria os jihadistas contra a Rússia!
Em vez disso, aconteceu uma reunião sob todos os aspectos notável, entre o Presidente Putin e Mohammad bin Salman, o vice-príncipe coroado saudita e atual Ministro da Defesa (o homem que comanda a guerra no Iêmen). Foi resultado lógico de Putin estar em contato, há semanas, com o novo chefe da Casa de Saud, rei Salman.
A Casa de Saud informou polidamente que se tratou de discutir “relações e aspectos da cooperação entre os dois países amigos”. Fatos em campo incluíram discussão, entre os ministros do petróleo saudita e russo, para um amplo acordo de cooperação; assinatura de seis acordos sobre tecnologia nuclear; e o Imponderável Supremo: Putin e o vice-príncipe coroado discutindo preços do petróleo. Podemos estar diante do fim da guerra do preço do petróleo movida pelos sauditas?
Mohammad bin Salman e Vladimir Putin (19/6/2015)

Como se já não bastasse, no front asiático o presidente executivo e superstar máximo, Jack Ma, do Grupo Alibaba, disse, sem meias palavras:
É mais que hora de os players do mercado investirem na Rússia.
Pequim, aliás, estima atualmente o valor dos contratos de negócios fechados e quase-fechados com a Rússia em torno de alucinantes US$ 1 trilhão. O Vice-Primeiro Ministro russo, Igor Shuvalov, disse que preferia estimativa mais “discreta”.
Bem... Seria ótimo se outras nações sancionadas e “isoladas” – por causa das “agressões” que cometem – conseguissem mostrar tal desempenho comercial.
E por onde andavam os Masters of the Universe?
Antes do fórum de São Petersburgo, Putin dedicou-se a distribuir uma mesma e invariável mensagem, sempre que cruzava com algum líder ocidental: falava sobre comércio bilateral; e em seguida lembrava o quanto as coisas poderiam estar muito, muito melhores. No Fórum, estava mais do que evidente que a política de sanções da União Europeia contra a Rússia é completo desastre – e decida o Conselho Europeu o que decidir, semana que vem.
Aqueles gênios da burocracia kafkeana na Comissão Europeia continuam a jurar que a Europa nada sofre. Quem acreditará nisso? Burocratas da Comissão Europeia, que só se preocupam com suas gordas aposentadorias, como mostra esse estudo feito na Áustria?
E houve também A Grande Reunião à margem do Fórum SPIEF: Putin com o Primeiro-Ministro da Grécia, Alexis Tsipras. A questão aqui não é, por exemplo, a Grécia vir a ser, amanhã, membro do grupo BRICS. Yves Smith, do blog Naked Capitalism pode ter acertado na mosca:
O risco objetivo de uma nova aliança Grécia-Rússia (...) é se os europeus estiverem suficientemente preocupados para arriscar uma mudança de curso.
Não há – até agora – qualquer indício de que venha a haver alguma mudança de curso. Mas a Chanceler de Ferro Merkel já anda jogando abertamente com a carta russa – tipo Moscou obter ponto onde apoiar o pé na União Europeia – para manter outras nações da União Europeia afinadas com a obsessão alemã com a “austeridade”.

Alexis Tsipras no SPIEF 2015


Quanto à Palavra Definitiva no Fórum, difícil bater o Primeiro-Ministro Tsipras: a Europa
(...) deve parar de ver-se como o centro do universo. Deve tratar de compreender que o centro do desenvolvimento econômico mundial está de mudança para outras regiões.
E havia algum verdadeiro Master of the Universe presente ao Fórum de São Petersburgo?
No mundo real, há várias instituições e conferências que servem de base para “coordenar” políticas. Mas os Masters of the Universe não participam delas. Puxam as cordas das marionetes que vão as reuniões – e tudo que decidem é coordenado por baixo.
Putin nada perdeu por não ter sido admitido ao G7 nos Alpes Bávaros (na verdade, um G1+ “parceiros aspirantes”). Logo adiante se encontrou com quem interessava encontrar-se.
Com o Banco Internacional de Compensações [Bank for International Settlements (BIS)], onde se reúnem os principais bancos centrais, Putin reúne-se uma vez por mês, para “objetivos de coordenação”. O Grupo Bilderberg, a Comissão Trilateral e Davos também se reúnem para objetivos de coordenação. Pode-se bem dizer que o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo é, hoje, o fórum chave de coordenação para a Eurásia. Os Masters of the Universe – verdadeiros ou autoiludidos – que esnobem quem quiserem. E aguentem as consequências.


Pepe Escobar (1954) é jornalista, brasileiro, vive em São Paulo, Hong Kong e Paris, mas publica exclusivamente em inglês. Mantém coluna no Asia Times Online; é também analista de política de blogs e sites como:  Sputinik, Tom Dispatch, Information Clearing House, Red Voltaire e outros; é correspondente/ articulista das redes Russia Today e Al-Jazeera.









Publicado em 22/06/2015 às 200h00 por Roberto Pires Silveira. Muito Obrigado à Redecastorphoto - http://redecastorphoto.blogspot.com.br
Leia Mais ››