segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Merkel ergue muros de
contenção, depois de liberar
um dilúvio de imigrantes

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Moon of Alabama

Tradução mberublue

A líder alemã Angela Merkel tentou ganhar alguns pontinhos com seus amigos neoliberais e doadores de grandes companhias, abrindo subitamente as fronteiras alemãs para “refugiados” de todos os matizes, mesmo aqueles oriundos de países seguros. Esses imigrantes devem fazer com que os salários líquidos dos alemães sofram rapidamente uma diminuição, depois de ter iniciado um crescimento tímido, na sequência de anos de crescimento zero.

Mas nem ela nem seus aliados mais próximos se preocuparam em preparar o público alemão para o súbito influxo de centenas de milhares de estrangeiros. As mudanças na política de imigração alemã aconteceram repentinamente sem qualquer discussão pública. De repente, espera-se que cerca de 800.000 pessoas estrangeiras cheguem ao solo alemão apenas neste ano, com expectativa de muito mais nos próximos anos. São pessoas que não falam alemão nem podem ser rapidamente introduzidas na compreensão cultural ou socioeconômica do contexto alemão. Muitos deles vieram de países que não estão em perigo iminente, mas de países seguros.

Enquanto Merkel era elogiada por todos os tipos de apologistas neoliberais, desde o Economist, passando pelo FT e Newsweek até o Washington Post, a revolta na Alemanha crescia. Em Who runs the migrant media campaign and what is its purpose (Quem dirige a campanha da mídia pela imigração e quais seus objetivos? – NT) eu previ:

Brevemente acontecerá uma grande revolta contra políticos europeus que, como Merkel, praticamente convidaram mais imigrantes. Os salários estão estagnados ou caindo por toda a Europa e o desemprego ainda ronda os países. A última coisa que os europeus precisam é de mais competição pelo mercado de trabalho. Partidos de extrema direita lucrarão com a situação enquanto partidos do centro perderão posições e apoio.

Apesar de uma campanha enorme em favor dos imigrantes na mídia amigável a Merkel, a população alemã em geral está furiosa com suas “proezas”. A revolta vem de todos os lados, mas especialmente de seu próprio partido conservador. Junte-se a isso o fato de que muitos líderes europeus mostram que Merkel, apesar de sua teimosia em seguir rigorosamente a letra fria da lei no caso da Grécia, está neste momento pisando aberta e acintosamente nas leis e tratados europeus.

O dilúvio de migrantes sob as bênçãos de Merkel e a abertura pública de suas políticas relativas às fronteiras alemãs, colocou claramente em perigo as possibilidades de Merkel nas próximas eleições. Agora, o fluxo de imigrantes tem que ser parado. Urgentemente. Merkel resolveu quebrar o vidro de segurança.

De acordo com reportagens da mídia local, a Alemanha está se preparando para reintroduzir alguma forma de controle na sua fronteira com a Áustria.

O jornal alemão Bild disse que oficiais bávaros estavam prontos para “fechar” a fronteira com a Áustria, no que foi descrito como uma “dramática mudança na política para refugiados”.

O Ministro Alemão do Interior, Thomas de Maizière, teria agendado uma conferência de imprensa para as dezoito horas (horário local), quando era esperada a revelação de mais detalhes sobre a mudança em planejamento.

Predigo que em uma semana as fronteiras alemãs estarão severamente vigiadas e controladas. Novos imigrantes terão sérias dificuldades para serem aceitos. Muitos, senão a maioria deles, serão enviados de volta ou para os países de onde vieram ou para seus países de origem.


Nestas questões, Merkel parece ter perdido seu senso de realidade quanto à realidade política alemã. Isso pode muito bem lhe custar a reeleição. Aliás, esta seria a única coisa boa nesta história toda.

“Moon of Alabama” é título popular de “Alabama Song” (também conhecida como“Whisky Bar” ou “Moon over Alabama”) dentre outras formas. Essa canção aparece na peça Hauspostille  (1927) de Bertolt Brecht, com música de Kurt Weil; e foi novamente usada pelos dois autores, em 1930, na ópera A Ascensão e a Queda da Cidade de Mahoganny. Nessa utilização, aparece cantada pela personagem Jenny e suas colegas putas no primeiro ato. Apesar de a ópera ter sido escrita em alemão, essa canção sempre aparece cantada em inglês. Foi regravada por vários grandes artistas, dentre os quais David Bowie (1978) e The Doors (1967). 

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