OGM: A Ucrânia será o portador do veneno
que se espalhará pela Europa.
por Ulson Gunnar – NEO
tradução - mberublue
artigo originalmente
publicado em
17 de abril de 2015
Quando o Washington Post faz a opção de elaborar
um condescendente e insultuoso editorial dirigido a nações inteiras defendendo
as impropriedades ocidentais, qualquer um pode assumir sem medo de errar que a
verdade estará exatamente na direção oposta àquela que o Washington Post quer impor.
No que diz respeito às
companhias biotécnicas norte americanas e suas tentativas de infestar o planeta
inteiro com organismos geneticamente modificados (OGMs), em particular as suas
tentativas de corromper toda a Europa com seus venenos indesejados através de
uma porta dos fundos (Ucrânia), isso serviu de motivo para a Rússia a alertar
seus vizinhos europeus orientais. Até o golpe armado levado a efeito em
2013/2014, também chamado de “Euromaidan” a Ucrânia sempre rejeitou
categoricamente os GMOs.
Agora, com um regime
comprado e obediente instalado em Kiev, as decisões políticas, econômicas e
militares que foram tomadas levaram a Ucrânia à situação de ser mais ou menos
uma nação sem soberania. Acompanhando essa perda de soberania, veio uma
completa apatia na vontade ucraniana da própria preservação, e por isso a
permissão para que ocorresse a semeadura em seus campos com venenos
contaminantes e inseguros, que passaram de categoricamente proibidos para a
aceitação total.
Isso nos leva de
volta para o Washington Post e a mais
um de seus editoriais recentemente publicados. Título: “A Rússia afirma que os investimentos ocidentais nas fazendas
ucranianas são um plano para dominar o mundo inteiro” (Russia says Western
investiment in Ukraine’s farms is a plot to take over the world). Primeiro,
o jornal tenta desclassificar as acusações russas de que a Monsanto está
atualmente em movimento para a Ucrânia com planos de fazer do país uma enorme
fazenda de grãos geneticamente modificados, afirmando que tais acusações são
infundadas. Quer dizer, isso até que o próprio Washington Post admite que é exatamente o que a Monsanto está
fazendo. A peça assevera:
Há muito tempo que a Ucrânia
tenta mostrar-se para a Europa como o futuro celeiro de comida para o
continente, afirmando que os investimentos ocidentais são a chave para que se
faça a exploração adequada de suas terras negras, hoje impropriamente
exploradas. Mas o governo russo insiste em fazer do conhecimento geral que
essas conversas de desenvolvimento agrícola não passam de um plano para ajudar
companhias como a Monsanto a dominar o mercado mundial.
Então, o jornal
admite:
Há muito tempo está proibido na
Ucrânia o cultivo de organismos geneticamente modificados, assim como a venda
de terras agricultáveis.
Em seguida, admite:
Mas o acordo de associação
recentemente assinado entre a Ucrânia e a União Europeia no último ano pode ter
criado um novo espaço que potencialmente permita o cultivo de culturas
geneticamente modificadas na Ucrânia.
Finalmente, o Post menciona a Monsanto:
A Monsanto – talvez a companhia
mais associada com os produtos geneticamente modificados – já declarou seu
interesse em investir na Ucrânia ano passado (de se notar que a companhia
também opera na Rússia, mas não com organismos geneticamente modificados como o
faz na Ucrânia).
Em que mais estaria
investindo a Monsanto na Ucrânia, além de organismos geneticamente modificados,
coisa que não podia fazer antes? A Ucrânia é a vítima perfeita para hospedar a
Monsanto e outras companhias semelhantes com seus organismos infectados
diretamente no coração da Europa.
Com própria Europa já
relaxando alguns de seus regulamentos contra OGMs, provavelmente sem o
consentimento da população, que fica a cada dia mais consciente dos perigos e
procurando alternativas orgânicas, as companhias como a Monsanto esperam
produzir grãos organicamente modificados que se espalharão pelo continente a
partir dos campos totalmente desregulados da Ucrânia até que se tornem
onipresentes na Europa, como já o são nos Estados Unidos.
Em outros lugares do
mundo a agricultura de massa tem tentado usar outras “portas dos fundos” para
introduzir seus produtos em regiões onde eles são peremptoriamente rejeitados,
incluindo a Ásia, onde o Arroz Dourado foi proposto como uma solução para a
luta contra a “deficiência de vitamina A” mesmo quando se sabe que basta
plantar um pouco de cenouras para conseguir esse objetivo de forma muito mais
fácil e barata e sem o risco de introduzir uma cepa de arroz que contaminaria
irremediavelmente as espécies de arroz asiático, além de serem rejeitadas de
pronto pelos consumidores.
Já em outras
ocasiões, como por exemplo na implantação dos interesses ocidentais no
Afeganistão, a “ajuda” foi usada como uma maneira de introduzir o agronegócio
intensivo e os Organismos Geneticamente Modificados na região.
Então, pela admissão
do próprio Washington Post e pelo
simples exame do que a Monsanto e companhias semelhantes já fizeram por todo o
mundo, eles mesmos não podem deixar de admitir que a Federação Russa está certa
ao expor as intenções óbvias da Monsanto na Ucrânia e no resto da Europa.
O jornal Washington Post, assim como muitos
outros jornais através da Europa e dos Estados Unidos há muito tempo serve os
interesses da elite endinheirada, entre os quais muitos estão no agronegócio
intensivo e na biotecnologia agrícola. O Post
e outros jornais confundem e ofuscam as intenções da Monsanto até que já
seja tarde demais para nulificar a corrupção genética que suas espécies
vegetais modificadas infligem aos campos da Ucrânia, até então protegidos por
uma soberania que não mais existe.
Como muitas outras
coisas na Ucrânia atualmente, o assim chamado “Euromaidan”, que supostamente
deveria impulsionar o país na conquista de mais liberdade e auto determinação,
claramente arrancou da Ucrânia as duas coisas. Sua liberdade e sua capacidade
de determinar por si mesma o que mais lhe convêm. Partindo de um militarismo
imposto a seu povo, para uma economia saqueada por interesses estrangeiros, até
um governo direta e literalmente presidido por estrangeiros e finalmente
chegando agora a seus campos que serão envenenados por organismos geneticamente
modificados, a ruína da Ucrânia está próxima de completar-se, e será vista como
um testemunho perene do que quer dizer na realidade o ocidente quando fala em “democratização”.
Ninguém
comprará as espécies envenenadas pela modificação genética.
Ainda nos comentários
feitos pela Rússia sobre a iminente espoliação da indústria agrícola da Ucrânia
pela Monsanto e outras congêneres, o Post
relata:
Nikolai Patrushev, secretário do
Conselho de Segurança russo disse em um encontro na terça feira com seus
congêneres na Organização de Cooperação de Shangai, que o ocidente tem planos
de cultivar “espécies geneticamente modificadas” na Ucrânia. Sugeriu que isso
seria um erro crasso, porque, “para não dizer outra coisa, a Europa jamais
aprovará tais produtos”.
Como colaborador e
lobista do agronegócio intensivo, o Washington
Post tenta subestimar este fato. Mas em outros locais, mesmo dentro da
mídia ocidental, existem reportagens mostrando que mesmo os Estados Unidos, indubitavelmente
uma potência agrícola, tem que importar milho orgânico porque os consumidores
norte americanos se recusam a comer os produtos oriundos de organismos geneticamente
modificados que são cultivados nos EUA.
Em sua reportagem “Como os consumidores exigem comida
orgânica, os Estados Unidos são forçados a importar milho” – “U.S. forced to
import corn as shoppers demand organic food” a Bloomberg (famosa agência de notícias de
finanças e mercado, com abrangência mundial – NT)
assevera:
Uma demanda crescente por
orgânicos e a recente dependência total dos agricultores norte americanos dos produtos
geneticamente modificados, nomeadamente milho e soja, tornaram inevitável um
aumento de importações de outras nações nas quais as espécies, em grande parte,
ainda estão livres de bioengenharia. Importações como o milho da Romênia e a
soja da Índia estão em expansão, de acordo com uma análise de dados do comércio
dos Estados Unidos realizada quarta feira pela Organização de Comércio de
Produtos Orgânicos e a Universidade Estatal da Pennsylvania.
A humilhação que
representa o fato de um país historicamente auto suficiente ter que importar um
grão tão básico como o milho porque a sua produção doméstica está totalmente
envenenada é uma lição que qualquer ucraniano deveria anotar e observar atentamente
para o bem não apenas de sua dignidade, mas de seu próprio senso de
sobrevivência. Mesmo quando o “milagre” dos organismos geneticamente
modificados se tornou pó no esperto mercado norte americano, as corporações
estadunidenses estão subornando o infinitamente servil regime que tomou lugar
na Ucrânia, para colocar o pescoço daquele país na mesma forca.
Porém em uma coisa o Washington Post está correto. A Rússia
está louca se pensa que a Monsanto está para dominar o mundo inteiro. A corporação,
apesar de incontáveis bilhões de dólares gastos em lobbies, propaganda, subornos
e outras formas de persuasão de massa, está falhando miseravelmente em
convencer as pessoas a ingerir seus venenos, mesmo naqueles países onde está
firmemente estabelecida. No entanto, a Rússia tenta lançar alguma luz sobre o
que a Monsanto está tentando fazer na Ucrânia, obviamente contra os próprios
interesses do país. Trata-se apenas de mais um exemplo de como o golpe levado a
efeito no assim chamado “Euromaidan” nada tinha a ver com liberdade, e tudo a
ver com o sequestro de mais um país por Washington e Wall Street, e da pilhagem
de seus recursos, em detrimento do próprio povo, tudo em nome da “democracia”.
por Ulson Gunnar – NEO – Ulson Gunnar é
um jornalista e escritor baseado em Nova Yorque, especialista em geopolítica.
Escreve especialmente para NEO – New Eastern Outloock.
tradução mberublue
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