Técnicas de punição dolorosa
Nikolay Starikov p/Vzgiad, via The
Saker
Traduzido (para o
inglês) pela equipe russa
Tradução (para o
português): mberublue
O ocidente está tão
acostumado ao seu joguinho de um lado só que ficou realmente surpreso com a
resposta russa às sanções que o ocidente impôs contra o país.
Tudo bem. Deixe lá
que se acostumem com isso. Seja quem for que contra nós vier com uma espada,
pela espada perecerá. Isto serve apenas quando estivermos a falar de uma
batalha onde se usará a espada, uma “guerra quente”. No entanto, se esta é uma
guerra de sanções e proibições, o agressor terá mais do que pediu, certamente.
Apoio em gênero,
número e grau a introdução de sanções retaliatórias contra os países que por sua
vez sancionaram a Rússia. Por muitas razões:
- é bom para nossa
economia e nossos produtores;
- é importante para a
autoestima de nosso povo, que nunca deixou de punir o infrator que tenha
perdido o senso de realidade;
- é necessário para
que se tenha respeito pela Rússia, não apenas no interior do país mas também
além de suas fronteiras.
A Rússia é uma
superpotência. Recuperamos o status depois da reunificação da Criméia. Portanto
não adianta, é futilidade tentar tratar a Rússia como se fosse uma criança
birrenta que deve ser punida e aprender uma lição.
Pois a partir de
agora qualquer agressor deve ter em mente o fato de que pagará caro por sua
agressividade. A retribuição acontecerá na mesma medida e grau da agressão.
Se a agressão for
econômica, o agressor pagará caro através de sua própria economia e renda.
Pagará igualmente caro em vidas de seus soldados e com a perda de liberdade de
manobra na esfera internacional por qualquer agressão militar.
Como já aconteceu por
várias vezes no decorrer da história, nós não começamos a confrontação. Acontece que a Rússia está sendo “punida”
porque... uma guerra está em curso nos arredores de suas fronteiras, depois de
apoio explícito e ostensivo ao golpe de estado na Ucrânia pelo ocidente. Ocorre
que a OTAN ameaça expandir sua infraestrutura nas proximidades de nossas
fronteiras. O nosso território está sendo bombardeado pela zona de conflito.
O ocidente, em si
mesmo, não está em perigo. A Rússia jamais tomou qualquer atitude agressiva
contra o ocidente a partir de suas fronteiras. No entanto, estamos sendo
punidos. Muito bem, também podemos puni-los. Vocês precisam de nós muito mais
do que precisamos de vocês.
Imperatriz Elizabeth Petrovna |
A partir de agora
nenhum canhão tem permissão de disparar perto de nossas fronteiras sem a nossa
explícita permissão. Além de entender, o mundo deve recordar. Acontece dessa
forma desde os tempos da Imperatriz Elizabeth Petrovna até os tempos de Leonid
Brezhnev.
Ninguém tem o direito
de disparar perto de nossas fronteiras e especialmente, através delas. É bom
que nossos gentis “parceiros” se acostumem com o fato de que toda a parte
eurasiana da Europa é território de nossos interesses vitais.
Sempre foi assim e
assim deve continuar agora. Entretanto, nesse meio tempo, armas não só
militares, mas também econômicas estão disparando não sem nossa permissão, mas
em nós. A seu tempo, os atiradores devem ser e serão punidos.
Severamente punidos.
Chega! O ocidente equivocadamente interpreta nossa bondade como sendo fraqueza.
Está na hora de responder a todas as agressões contra a Rússia com técnicas de
punição dolorosa.
Há apenas uma semana
atrás, no artigo “Técnicas para infligir a dor para proteger a Rússia”, escrevi
o seguinte:
“Já está na hora da
Rússia mudar para uma política de técnicas de fazer sentir dor. Ademais, a
continuação de nossa política de tentar promover a paz apenas faz nossos
inimigos aumentarem suas forças. Temos que parar de sorrir e começar a
responder aos ataques desfechados contra nós. Nossas ações tem que ser mais rápidas
e proporcionar maior dano que os golpes de nossos inimigos. Como em um ringue,
na luta contra um boxeador de maior peso, o atleta mais leve tem apenas uma
vantagem: a velocidade.
E distribuir golpes
dolorosos aos pontos mais sensíveis de nosso forte adversário. Quais são os
pontos que mais doem em nossos “parceiros” geopolíticos? É necessário avaliar,
escolher e golpear”.
Então, aconteceu
exatamente isso. Entendemos, reconhecemos, fizemos nossas escolhas. E
respondemos aos golpes.
De acordo com as
medidas para implementação da Ordem Executiva Presidencial nº 560, de 06 de
agosto de 2014 “Adoção de Medidas Econômicas Especiais para Proporcionar
Segurança para a Federação Russa” foi introduzida a proibição, por um ano, das
importações de produtos agrícolas, matérias primas e alimentares dos seguintes
países:
Estados Unidos da América;
União Europeia;
Canadá;
Austrália;
Reino da Noruega.
A lista inclui:
01-) Carne, porco,
aves, salgados, secos ou defumados, peixes e frutos do mar, frescos,
refrigerados ou congelados.
02-) Leite e produtos
dele derivados, vegetais, frutos e nozes, embutidos e produtos assemelhados e
outras variedades de carnes (incluindo produtos alimentícios acabados com base
em carne).
03-) Alimentos
processados, queijos, requeijão e outros produtos lácteos, baseados em gordura
vegetal.
Necessário se faz
enfatizar que os embargos da Federação Russa em relação aos produtos dos países
ocidentais não se estendem à comida importada para bebês nem para compras
individuais de bens originários de países sancionados pela Rússia.
Adicionalmente, a
Rússia impôs a proibição de vôos de companhias aéreas ucranianas em seu espaço
aéreo. “Esta foi uma resolução acordada pelo governo. Refere-se à suspensão do
trânsito de aeronaves ucranianas sobre o espaço aéreo russo para certo número
de países – Azerbaijão, Geórgia, Armênia e Turquia,” disse o Primeiro Ministro
Medvedev.
Sanções que ainda
podem vir a ser implementadas:
01-) Uma proibição de
vôo contra aeronaves da Europa e dos Estados Unidos que voem sobre o nosso
espaço aéreo para a Ásia Oriental, que seja, a região Ásia/Pacífico.
02-) Alterar as
chamadas de entrada e pontos de saída no espaço aéreo russo para qualquer vôo
regular ou charter da Europa, o que vai acarretar aumento de custos de
transporte e tarifas para transportadores aéreos ocidentais.
“Nosso país está
pronto para revisar as regras de uso da rotas transsiberianas, quer dizer,
denunciar os princípios acordados de modernização do sistema existente na
atualidade – declarou o Primeiro Ministro Medvedev – a revisão será aplicável
em sua plenitude aos países europeus. Interromperemos também as conversações
com as autoridades aéreas dos Estados Unidos sobre o uso das rotas
transsiberianas.”
A resposta às
agressões não somente é justificada, como também é a única iniciativa correta
para a Rússia. Entretanto, a Rússia sempre estará pronta para cessar a
confrontação e reiniciar uma pacífica e mútua cooperação benéfica.
Contra esses países
que declararam suas sanções econômicas contra nós, a Rússia foi forçada a
introduzir suas próprias sanções. Para todo o mundo, o sinal é muito claro: nem
tente! Tem um custo. Leve-se em consideração que nossas sanções tem um período
de duração de um ano. É o suficiente para que nossos “parceiros” também sintam
a dor das sanções e mudem seu modo de pensar. Se nada disso ajudar, o período
pode ser estendido à vontade. Apresentaremos aos nossos “parceiros” novos
setores nos quais serão ainda mais machucados, e mais apropriados para nós.
Este é o nosso país e
o país é nosso, portanto as regras serão as nossas. Já jogamos por suas regras
o tempo suficiente. Agradecemos a vocês, parceiros queridos que já desistiram
das próprias regras. Claro que esse fato nos livra da necessidade de nos
retirarmos unilateralmente.
Surpreso? Não
esperava por isso?
Acostume-se. Estamos
de volta...
Nikolay Starikov
é
o presidente adjunto do partido político para toda a Rússia “Partido da Grande
Pátria” (POF) – escritor e publicitário.
Tradução: mberublue
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